8 de março é o dia Internacional da Mulher.
A luta histórica das mulheres à reivindicação por igualdade salarial, com o tempo ampliou as pautas para além da desigualdade salarial, mas também contra o machismo e todo tipo de violência.
Dizem alguns historiadores que foi em 8 de março de 1857, que 129 operárias morreram carbonizadas em um incêndio dentro de uma fábrica têxtil na cidade de Nova York. Acredita-se que foi intencional para coibir, greves, manifestações das mulheres por mais espaço na sociedade.
165 anos depois, no Brasil da abolição inacabada em 134 anos, temos como os assuntos mais comentados dois homens.
Um da Casa Grande, Deputado Arthur Duval, descrevendo a moda da Casa Grande as mulheres objetos e seus desejos patriarcais. De outro lado a Senzala: Givaldo Alves, um poeta sincero, cujo único tênis ” de cristal” que tinha ficou no carro “carruagem” onde fez fumaças de amor com carinho na “princesa” de Planaltina a luz da lua. A “meia-noite”, voltou a ser negro e pobre foi punido por ser feliz por alguns minutos, apanhando muito. E descobrindo que para Casa Grande seu corpo preto só terá afeto em estado de surto psicótico, mas a violência contra a sua existência é sanidade à brasileira.
Ela, depois da “meia-noite”, voltou a ter seu corpo institucionalizado, sua libido questionada, suas vontades e desejos decidido pelos outros. Uma mulher que pensa o que pensa, deseja seus desejos e sente os seus sentimentos e resolve fazer o que pensa, sente e deseja, no mês da mulher, só em surto psicótico para este velho Brasil. A mulher sem voz, institucionalizada, sendo descrita e definida pela visão e voz de especialistas e pelos discursos dos machos é assim a normalidade da sanidade à Brasileira.
E ainda sim, apesar dos memes, e dos discursos um monte de “Arthur Duval”, continuaram decidindo pela manutenção da miséria dos brasileiros como Givaldo.
Ainda sim por alguns anos os homens serão protagonistas no dia e no mês das mulheres. Hora pelo horror, hora pela dor.
O sufrágio feminino, direito a votar e ser votada, precisa ser consolidado. Mais mulheres nos editoriais, mais mulheres na política e mais negras no poder com consciência histórica e de classe. Assim poderão intervir em nossa educação agarrada a 1857.
O que Casa Grande & Senzala tem haver com esse assunto? Nada.
Porém, tudo. No Brasil, tudo tem haver com a Senzala que tem valor mas não lhe dão valor e na pode comprar e com a Casa Grande que tem preço, tudo pode comprar mas não tem valor.
E se fosse com o mendigo gato?
Esse foi modelo, chefe de cozinha, casou e teve filhos pela meritocracia de ser supostamente gato e com a certeza de ser branco.
Mas depois da Matéria houve uma novidade. Não, não foi uma mulher protagonista da novidade, foi outro homem, o Will Smith batendo em outro homem, no Oscar para defender sua esposa, Jada Pinkett Smith, que até agora não falou, apenas falam por ela. E um grande número de mulheres finalmente sentiu que existe um aliado do lado masculino.
Quem dera rosas, perfumes e promessas fossem uma luz no fim do túnel.
A única esperança é a luta das mulheres, é a única forma de libertação dessa sombria masculinidade tóxica; supostamente, às vezes, em desconstrução.
Que as eleições vindouras tragam muitas lutadoras negras para o poder para entrarmos firmes e fortes no século 21. Com mulheres podendo sentir o que sentem, desejar seus desejos e pensar sem culpa seus pensamentos para realizarem seus sentimentos desejados e pensados e ser a principal voz sobre eles.
OUTRAS MAATÉRIAS DESTE AUTOR:
Casa Amarela – Um restauro na memória – Jornal Empoderado