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Damares decidiu ser ateu, e, a esquerda não leu.

O Governo Bolsonaro ao longo destes 40 dias vem revolucionando o conceito Tempo X Espaço X Conteúdo.

É tanto conteúdo em curto tempo que não há espaço para se aprofundar melhor nas questões prioritárias e nem nas periféricas.

Ter muito conteúdo neste caso é uma das mazelas deste governo. Pois são conteúdos da ordem do esdrúxulo em sua maioria; de toda forma, fogem do debate político formativo e informativo.

Esses apitos para cachorros passam mensagens precisas e eficientes a todos os brasileiros para o projeto de poder vigente ser bem sucedido.

Cumprindo o papel de arlequim do Governo Federal, estratégico e tático: Damares assume o protagonismo das falas machistas, tradicionais e anacrônicas que seriam ainda piores vindo de homens ‘héteros’ num governo conservador. Como uma atéia pregando Deus, Damares; Ministra da Mulher da Família e dos Direitos Humanos, faz declarações que parecem vir dos rincões machistas do século XVll sem a menor coerência com os Direitos Humanos. Damares decidiu ser o ateu do seu Ministério.

Buscando lugares na história e um universo repleto de costumes atemporais: as falas abaixo, sem autoria, seriam lidas como de um “Coroné” de 1870 facilmente:

” Menino veste azul, menina veste rosa”. 1
“A gravidez é um problema que dura só nove meses”. 2
“Mulheres têm que ficar em casa esperando o homem chegar com jóias.”3
“Nenhuma mulher quer abortar”. 4
“A mulher aborta acreditando que está desengravidando, mas não está!”. 5
“Ninguém nasce gay”. 6
“Não é a política que vai mudar esta nação, é a igreja”. 7
“É o momento de a igreja governar”. 8
“Jesus na Goiabeira”. 9
“Fui abusada por dois pedófilos”. (mas, não diz quem foi, nem busca Justiça). 10
“Sexo entre mulheres é uma aberração.” 11
“As feministas não gostam de homens porque são feias, e nós somos lindas”.12
“Na Holanda eles praticam masturbação de bebês.” 13
“Há muitos hotéis no Brasil de sexo com animais.”. 14
“A mulher nasceu para ser mãe”. 15
“Igreja perdeu espaço na sociedade brasileira ao “deixar” a “teoria da evolução entrar nas escolas”. 16

Em menos de 06 (seis) semanas de governo, a Senhora Damares, uma das cinco presidenciáveis da extrema direita, produziu mais assunto inútil que qualquer outra coisa.

Aqui destacamos 16 frases, 2.6 por semana! E se você leitor for buscar ainda vai ver as de menor impacto sobre educação direta, ou apoio veemente a medidas do governo, que são antagonistas aos Direitos Humanos escrito em 1948 pela ONU:

Link: https://declaracao1948.com.br/declaracao-universal/declaracao/?gclid=Cj0KCQiAtP_iBRDGARIsAEWJA8ippLKncaauiRjAgTj7jw_QE1SHHc-WmQYTvzgORywRPClulZaTj5QaArQ5EALw_wcB

Aproximadamente 03 polêmicas por semana. E de fato ficamos ” envesgados” sobre o caso COAF e muitos não perceberam que Flávio Bolsonaro com indícios de envolvimento na milícia e de reter 99% do salário dos assessores, passou a 3º Secretário do Senado e terá muitos assessores!

https://www25.senado.leg.br/web/senadores/senador/-/perfil/5894

Damares, Mestre em nos distrair é a treinadora de cães. Sabe-se mais dela do que da previdência, da milícia e da aposentadoria.

APITO PARA CACHORRO

Como funciona o apito para cachorro?

Em uma frequência certa você prepara os cães para agirem conforme o esperado. Em alguns casos, você pode treinar cães para agirem diferente mediante o mesmo sinal.

Por exemplo ao disparar apito na frequência 1,3 –  04 cães são treinados para cercar a casa, e outros 04 cães a emparelharem-se no portão.

Quando Damares diz: “Nova era, menina veste rosa e menino veste azul”; ou, “duas mulheres se relacionando é uma aberração da natureza”. Ela manda uma mensagem automática e objetiva para sua tropa. Lhes garante o conforto do pensamento da Heteronormatividade, e o privilégio manifestando assim, contrário à orientação sexual alheia, diferente a sua heterossexualidade.

Aquele pai e mãe, com uma homofobia reprimida, sente-se à vontade para transmutar a cordialidade a tratamentos indesejáveis na integridade e dignidade da liberdade sexual de seus filhos e demais indivíduos.

Pessoas homofóbicas convictas sentem-se livres para excluir, discriminar e entre os extremistas agredir fisicamente a comunidade LGBTS por serem quem são tão somente.

Esses dois maiores grupos, e outros menores que se confortam com a tradição da heteronormatividade, e convergem com outros valores análogos e conexos com o conservadorismo passam a dar apoio político identitário ao Governo Bolsonaro, quase que irrestrito e incondicional.

As pessoas que discordam dessas opiniões e veem nesse quesito um retrocesso e ofensa, passam a divulgar com mais ênfase (exatamente o que estou fazendo agora), atingindo ainda mais pessoas que pensam: – Que bom que um governo que pensa que  duas mulheres juntas é uma aberração como eu – embora não assumam sempre esse sentimento. Esse apito para Tropa significa: “Juntar”.

“JUNTAR”

Utilizando o efeito #haters, (me usando, aqui e agora), uno a Tropa dela, contrária ao que eu acredito.

Depois ao pedir desculpas, ou dar justificativas sobre o apito emitido; a ação não é desfeita. Mas anula os efeitos jurídicos.

O grupo afetado negativamente, neste caso LGcom um BTS, passam a responder de diversas maneiras por proteção estratégica ou resistência.

Uma delas é reprimir sua afetividade e não andar de mãos dadas com segurança como andavam antes. É não sair do armário, é negar sua orientação/opção/identidade de gênero; ou, o extremo oposto. Se expor em evidência para não perder o espaço de liberdade e igualdade conquistado na sociedade.

Todas as estratégias são frutos da desnaturalizaçāo do seu afeto. A dúvida se estão seguros, se esse governo irá fazer vistas grossas em caso de violência de homofobia ou não, é a reação ao primeiro apito. O “Juntar” da tropa vira “afastar/separar” para a comunidade LGBTS.

– Juntar os meus! Separar e afastar os outros.  COM UM SÓ  APITO!

Afastar de debater detalhadamente a reforma da previdência, a famigerada reforma política. E as instituições governamentais? Pouco conseguimos debater. Enquanto nos movemos induzidamente em movimentos periféricos as emendas constitucionais e acordos parlamentares sombrios.

PERIGO!!

Toda ação gera uma reação:Os apitos contra LGBTs, feministas, progressistas, pessoas de esquerda, imigrantes e movimentos sociais podem unir esses grupos em resistência para perpetuar a sua existência.

Em um apito futuro a Tropa Damarina pode utilizar o ” atacar ”  deflorando uma expansão de violências multilaterais convulsionando a sociedade.

Nessa confusão intencional entre políticas públicas, e dilema de VALORES de costumes; sempre ganha o governo federal atual. E sempre perde a massa crítica dispersa.

Movimentos Sociais, militância e outros grupos fora do escopo do atual governo, passam a lutar para existir, perdendo a capacidade de propor novas soluções para os problemas que nos afligem. Acuados, se organizando para poder viver, se distanciam das bases, massas e pessoas menos engajadas.

CUIDADOS:

Aos apoiadores levados acriticamente a saudar o apito, cuidado! Amanhã poderá ter sangue em suas mãos. E remorso no futuro. Diz a história da humanidade sobre confundir DEUS com legislativo em demasia.

Aos inconformados que consideram isso retrocesso, cuidado, podemos parar de formar propostas futuras e pensar a vanguarda para se defender; e se recuarmos demais, desaparecer.

Damares optou por ser ateu do seu Ministério, não condiz com o que ele significa. Apitou, apita muito e é uma das cinco presidenciáveis, pós Bolsonaro, afinal faz o mesmo rito eleitoral que ele fez desde 2013.

Mas, quando enviarem o apito “atacar” e tornar Lei a cura Gay e atentado ao pudor o homossexualismo com pena de seis anos de cadeia ou castração química como a Inglaterra dos anos 50?

“Atacar” a publicação de livros feministas…

“Atacar” palestras e oficinas sobre Karl Marx?

“Atacar” movimentos sociais de esquerda como crime fosse o pensar diferente?

“Atacar” a existência de movimento negro!

Estaremos tal qual agora dispersos? Separados? Isolados?

Prontos para curtir, compartilhar e chorar? E fazer uma passeata segregada por segmentos de luta a cada desmonte de direito civil?

Ou… ou! Se …

Então, seremos pontuais e capazes de se unir, sobrepondo questões menores por uma causa maior?

Seremos organizados para dar melhores respostas a sociedade brasileira para os problemas do Brasil do que o atual governo? E divulgar mais e melhor essas ideias?

Seremos humildes e corajosos para alicerçar um projeto de País sem por nossos anseios pessoais na frente?

Eis… o desafio de nossa existência! Estaremos prontos para defesa e contra-ataque se for necessário, com respostas rápidas e inteligíveis para a grande maioria da população.

Estamos falando de autocrítica. Questionar nossa capacidade de comunicação e gerar soluções ante a ameaça de ataques iminente.

‘Caso continuemos lendo e ditando o script e tomando na cabeça’. – Deveremos aceitar o epíteto de incapacidade de apreender com os nossos erros e com os erros da História.

E merecida será nossa extinção, não por méritos damarinos, mas pela vaidade torpe que nos fragiliza em mil fragmentos imprudentes e só reagimos depois do leite derramado.

Pela nossa escassez de soluções preventivas ao nosso extermínio. – Estamos na barricada da História, e sobreviverá quem se adaptar melhor e se preparar para o próximo passo à esquerda.

Mas qual é a saída….

“Atacar”

Essa matéria fecharia nas reticências de “qual é a saída…”

Mas nada menos, nada mais do que uma confusão ainda mais insólita nos acomete a razão paradoxal do Republicanismo.

Sara Winter, alegando ser filha adotiva da Ministra, assumirá a pasta da Mulher. Nepotismo análogo de alguém que sustenta o simbolo do Nazismo e se diz “Mulher liberta do Feminismo”.

Vamos assistir de camarote os leões nos devorarem?

Seremos simultaneamente: o show, o jantar do leão e a platéia de nós mesmos?

Sobre a nova Secretaria da Mulher segue uma parte de sua trajetória via redes sociais, demonstrando sua vocação contrária a:  liberté, égalité, fraternité.

“Sara Winter me bloqueou quando eu fiz um artigo em que questionava as táticas e as premissas do grupo, inclusive apontando a tatuagem nazista que ela tinha no ombro. O artigo foi publicado no Reframe (Reino Unido) em 2013, mas circulou nas redes feministas daqui. De lá pra cá, ela “rompeu” com o feminismo (que no meu entendimento, não era bem o propósito do Femen), e virou essa anti-feminista alucinada. Mas ela conhece as ativistas feministas por nome, e isso me preocupa bastante.”  Marina Costin Fuser

O artigo segue:

http://reframe.sussex.ac.uk/activistmedia/2013/01/femen-a-political-act/?fbclid=IwAR3KQ5snuE3butKBzQHTCc3we1ql6ahPmIOSx6xztBlrsG3lge1nrRd7y8g

ou

FEMEN: The Unveiling of Colonialist Feminism

Carx leitorx me despeço, fazendo o meu desserviço a mim mesmo, divulgando o que não quero mais;  mais do que o que eu quero para o nosso país.

Convoco a todos, voltemos as lutas propositivas para o Brasil Brilhar, voltemos a ação diária e luta continua, vamos divulgar nossas ações. Somos e podemos ser muito melhor do que meros reagentes a apitos caninos.

O sol pode nascer, e irei procurar escrever mais das proposições alvissareiras do que das manobras twiteras.

Gratidão!

Outras Matérias desta autor:

Edital de todos para todos.

Queermuseu uma arte que a ‘não política’ não quer!

ZUMBI NÃO TINHA ESCRAVOS? ZUMBI TINHA ESCRAVOS ??

NOTA

Não deixe de curtir nossas mídias sociais. Fortaleça a mídia negra e periférica

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