Aconteceu ontem, domingo (24), a primeira PERIFACON, que pode ser denominada o grande evento NERD/GEEK das periferias. Assim como já tem eventos em Barueri, Campinas e até na baixada santista, agora foi a vez do extremo sul fazer seu evento e em grande estilo.
A PERIFACON ocorreu na Fábrica de Cultura do Capão Redondo, na Zona Sul de São Paulo e levou quase “4000 P-E-S-S-O-A-S”, onde nasceu integrantes do Racionais Mc´s, Ferréz, o escritor e o ativista, Bruno Capão.
O Empoderado fez a cobertura do evento e participou de uma das mesas intitulada “Arte e Resistencia”, que contou com a presença do DJ Kl Jay, a grafiteira, Veronica Nuvem, a Clarice França, que é roteirista de quadrinhos e o Roger BeatsJesus, com seus Fanzines que mostra que arte é viver e viver é resistência.
Muitas famílias com crianças que tiveram muitas vezes ontem seu primeiro contato com o universo Nerd/Geek e puderam partilhar do mesmo sonho de jovens/adultos da “Ponte pra Cá” e assim estar mais próximos das obras de Stan Lee, Mauricio de Sousa, Laerte, Disney, Will Eisner, Germana Matias, Alex Mir, Ziraldo, Neil Gaiman, Alan Moore e todos e todas que produzem quadrinhos, séries, games e todo este mundo de fantasia que faz tanta gente feliz.
PANTERA NEGRA
Homem-Aranha, Thor, Capitão América ou Mulher Maravilha? Não, o que se viu ontem foi muitas camisetas do premiado Pantera Negra. Mostrando que o povo tem sim seu super-herói e ele veste “PRETO”!
Meu nome é?
Como diz o verso, de Arlindo Cruz: “Meu nome é favela…É do povo do gueto a minha raíz…Becos e vielas…Eu encanto e canto uma história feliz…/ De humildade verdadeira…Gente simples de primeira…/salve ela meu nome qual é? Meu nome é favela…” e continua a música: “(…) É o meu jeito de ser… Falar com geral e ir a qualquer lugar…E é tão normal de me ver…Tomando cerveja calçando chinelo no bar …
Ver crianças do Capão correndo, de chinelo, na Casa de Cultura rindo e interagindo com este universo nos faz pensar como podem esquecer o povo de evento popular? Porquê? Mas se o centro das grandes cidades não entende isso a Periferia subverte isso e faz o centro ir para quebrada.
Mídia Engajada e preta!
Pelos corredores da Casa de Cultura muitas câmeras e celulares fotografando e filmando tudo. Sim teve mídia tradicional como Globo e Band News, mas foi lindo ver tanta gente negra jornalista visibilizando seu próprio povo, como as gentis e simpáticas Priscila, da Agência Mural e a Marina Souza, da Carta Capital.
EMPODERADO debate “Arte e Resistencia”
O Jornal Empoderado além de cobrir o evento participou em uma das mesas com o tema “Arte como Resistencia “ e fez duas grande perguntas: “Arte é resistir ou resistir é uma arte?” e “como transformar protesto em arte?”.
Veronica Nuvem falou sobre como é fazer grafite numa cidade que o governo atual gosta do cinza ao invés das cores.
Já Roger Beats emocionou a todos e todas com sua fala de quem vive na Região do Capão, mas mesmo com todas dificuldades ainda sorri e faz arte.
Clarice falou sobre sua arte no quadrinhos e sua realidade que apesar de tido privilégios diferentemente que muitos que moram na região do extremos sul, não é alienada e tem muita responsabilidade social.
Muito aplaudido também foi o DJ e produtor KL Jay, dos Racionais MC´s, que fez ótimas falas sobre o que é resistir, falou sobre auto estima e bastante do início de carreira e do grupo Racionais MC´s, e tudo mediador pelo nosso editor, Felipe Bento. “de debate sobre a discussão como fazer arte como resistência e como produzir arte em tempos de conservadorismo, entre outros temas que envolve o universo da arte e dos artistas presentes.
Mais detalhes da mesa na página do Empoderado aqui !
Já na entrada da Casa de Cultura se via a longa fila que já demonstrava que a “casa” estaria cheia. E para entreter os presentes nerds/geeks e simpatizantes, um palco foi montado com um animado conjunto musical que foi a primeira atração do dia.
Quem foi viu muitos cosplay, oficinas de RPG, rodas de conversas, uma equipe afinada e prestativa, além de muita alegria, ou seja, foi um dia para mostrar que a periferia sorri, produz e não é somente o local que serve para estudo criminal e pesquisa social.
“O evento foi um sucesso, superou todas as nossas expectativas e provou que existe uma grande demanda de conteúdo nerd, geek e pop nas periferias. Foi incrível poder sonhar e viver o sonho junto das pessoas que decidiram fazer o domingo com a família na PerifaCon.” – IgorNogueira (Perifacon).
Aproveitamos e queremos agradecer a equipe do PERIFACON e em eespecial ao Igor Nogueira. Agora quando falar de Capão vai ter que falar: “Eu sei onde é, lá tem a PERIFACON!”