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Nosso corpo é político

 

 

O Rio de Janeiro dos poetas, das negras, do samba, do sol e do Cristo Redentor, chora e não pelo título do Flamengo ou pelo desfile da Mangueira, é por tristeza, por descaso e pelo genocídio.

O som do baile funk foi abafado com mais de 80 tiros que atravessam mais que a carne e atacam a alma e a dignidade humana. Os tiros afrontam a vida e fazem sangrar o coração da mãe, da filha, dos amigos e da sociedade que desce do morro muitas vezes para respirar, pois não aguenta mais o “esculacho”. Mas por que ainda se mata, humilha e destrata tantos negros?

Existem pesquisas, estudos teóricos, textões e passeatas sobre o assunto, mas o que faz um corpo negro ainda sofrer é que, diferente de um partidário politico ou de um torcedor de time de futebol, a população negra não pode deixar de vestir seu manto chamado “pele preta”.

Um corpo que é alvo de fetiche, mas que vale muito pouco para uma sociedade racista que não respeita nossa existência e a trata como algo supérfluo.

Como explicar que uma cidade como o Rio de Janeiro tenha que conviver com períodos de chuvas com medo e apreensão? A população está sobre chuva de balas e água que inunda a casa, a alma e a carne.

Marielle não voltou para seu lar, então não está presente, assim como a família que foi destruída pelo pai assassindo pelo exército, com 80 TIROS!

Qual a pessoa preta que não conhece alguém que está presa injustamente? Que não sabe de um preto que apanhou ou tomou esculacho da PM sem motivo ou perdeu amigo assassinado? Quantos não não viram a mulher branca segurar a bolsa ao ver um negro ou teve que explicar porque seu cabelo não é ruim?

Dizem que o mundo é fruto de evolução. Esperamos isso a mais de 500 anos!

Precisamos trazer este assunto com maior amplitude para além das bolhas de quem vai as passeatas nos mesmos locais centrais. A população da quebrada/favela/periferia precisa ser ouvida e juntos/juntas construirmos uma rede de proteção, dialogo e afeto em nível nacional. Respeitando as diferenças, de quebradas, politizações e visões de mundo.

Um ponto importante é a necessidade de candidaturas pretas comprometidas com a causa negra, como já faz Leci Brandão, Paulo Renato Paim, Vicentino, Erica Malunguinho. Mas precisamos de muito mais. Precisamos pintar de preto e em especial de pretas nossa política. Pois somente assim as políticas públicas serão aos montes voltados para o corpo politico negro(a) que hoje adoece, sofre e chore e morre.

“Chuva cai lá fora e aumenta o ritmo Sozinho, eu sou agora o meu inimigo íntimo…

Lembranças más vêm, pensamentos bons vai. Me ajude, sozinho eu penso merda pra carai…

Gente que acredito, gosto e admiro… Brigava por justiça e paz, levou tiro: Malcolm X, Ghandi, Lennon, Marvin Gaye, Che Guevara, 2pac, Bob Marley e o evangélico Martin Luther King” – Racionais MCs

NOTA

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