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Nordestina, mãe e inovadora: Bruna Bertuzzi e o app que conecta minorias

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Essa parte social sempre foi muito forte em mim. E quando eu descobri que você pode resolver problemas complexos da sociedade, de uma forma estratégica e que realmente funcione, meus olhos brilharam”. Foi assim que Bruna Bertuzzi (28), natural de Fortaleza – CE e fundadora do aplicativo Unin – um sistema inovador que conecta minorias – começou nossa entrevista. 

Bruna conta que desde sempre esteve envolvida em projetos que, de alguma forma, pudessem auxiliar o próximo e toda a sociedade. Brasileira, cursava seu mestrado em Porto, Portugal, quando percebeu, na queixa de grupos minoritários sobre a falta de informação com credibilidade na internet, a chance de ir além: criar uma rede social voltada para aqueles que, de alguma maneira, têm o acesso à informação de qualidade dificultado.

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“Pessoas trans me relataram que esse acesso à informações do google, que estão lá disponibilizadas sem nenhuma verificação, seria muito prejudicial à saúde, pois essas pessoas acabavam fazendo procedimentos para atingir seus objetivos (através de hormônios, por exemplo), de forma independente, sem atendimento médico, o que prejudicava muito a saúde física e emocional. Eu vi, nesse grupo, a necessidade que existe de ter uma plataforma onde você possa acessar informações de forma confiável. Pois quando você não tem esse acesso de forma confiável e verificada, os problemas e consequências são para a vida inteira”.  Daí, surgiu a ideia de um projeto, ainda durante o mestrado, que auxiliasse essas pessoas

De volta para o Brasil

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Pai e filho de Bruna/Arquivo pessoal

Bruna, em 2019, optou voltar para sua família. A saudade e o apego fizeram com que a estudante, que há 2 anos morava fora, decidisse fazer sua tese de mestrado em terras brasileiras. Mas foi aí que tudo mudou.

A jovem descobriu que estava grávida, mas as mudanças não pararam por aí. “Veio a pandemia, e meu companheiro, que vive na Inglaterra, acabou não me vendo grávida. Por tudo que estava acontecendo no ano passado – pandemia e isolamento-, ele chegou algumas horas depois do nascimento do nosso filho”.

Além disso, Bruna infelizmente perdeu o pai para a Covid. “Meu pai era o grande modelo de segurança e apoio que eu sempre tive, era meu maior incentivador”.

Mas a vontade de fazer a diferença não ficou em Portugal, e a força de vontade não morreu
Defendi minha dissertação grávida, enorme. Foi pesado, o tema era ‘Empreendedorismo social como uma ferramenta contra abuso sexual infantil’, e eu lia muitas coisas difíceis. Mas é meu orgulho. Meu sonho era deixar um estudo que mostrasse que se você faz algo de forma estratégica, pode sim acabar com problemas complexos. É para isso que o empreendedorismo social existe”.

Volta por cima

Bruna conta que retomou seu projeto, a Unin, apenas em maio deste ano.

Após a morte do pai, as dificuldades financeiras, um bebê pequeno, e toda a ansiedade e percalços em um ano de pandemia, ela, finalmente, pôde retomar sua vida e se reestruturar. Foi assim que, há apenas 3 meses, houve uma virada. O aplicativo nascia.

Bruna Bertuzzi/Arquivo pessoal



Sozinha eu criei design, protótipo, falei com pessoas, e resolvi gravar um vídeo no tiktok para contar um pouco da minha história para ver se eu conseguiria fazer o que eu quero, que é não desistir da empresa e continuar ajudando as pessoas”.

E foi assim que eu, Ingrid Mariano, conheci a história da Bruna. Navegando pela for you do TikTok, me deparei com o vídeo de uma menina, que contava a história de um aplicativo que prometia fazer aquilo que eu, como jornalista, sempre desejei: conectar minorias.

A equipe

Hoje, a plataforma conta com uma equipe reduzida. Os três sócios, Bruna Bertuzzi, fundadora e diretora, Rafael Bertuzzi (irmão da Bruna), responsável pelo desenvolvimento da tecnologia e do app e Beatriz Vidal, que junto com a Bruna, fazem toda a parte de marketing, design, gestão de redes sociais e projetam o app.

Rafael entrou para o time por perceber potencial na Unin, pediu demissão de onde estava e passou a construir o aplicativo, mesmo sem receber nada desde julho de 2021. Beatriz sempre esteve ligada à luta pelos direitos das mulheres e frequentemente fazia favores para Unin por acreditar no seu propósito, até que foi convidada a fazer parte da sociedade e do pequeno time da empresa em junho de 2021.  

O projeto pode mudar vidas…

A missão principal da Unin é  empoderar grupos minoritários injustiçados através do acesso à informação confiável, personalizada e segura.

Ou seja, o nicho são pessoas que, de alguma forma, estão sendo prejudicadas pela sociedade que vivemos hoje.

No primeiro momento do app, são contempladas mulheres, comunidade LGBTQIAP+ e pessoas negras. Em um próximo momento, o intuito é abraçar também pessoas com deficiência, e aqueles que não se enquadram nos padrões, como pessoas gordas, que não se enquadram necessariamente nas minorias, mas que precisam sim ser melhor assistidas e informadas. Além disso, (quando houver investimento para uma melhor tecnologia), queremos criar a Unin Kids, para trazer informações confiáveis e acessíveis de acordo com a maturidade de cada faixa etária, sobre direitos na infância, educação sexual e educação não violenta.

…mas falta investimento

Infelizmente, o sonho de Bruna ainda “não deu certo”, como ela mesma explica. E, por isso, o investimento é tão necessário. “Nossa maior dificuldade no momento é de financiar a empresa até conseguir vender nossos serviços. Já tentamos financiamento coletivo, investimento e empréstimo. Até o momento nós que estamos investindo na empresa e isso já chegou em um ponto que está trazendo dificuldades financeiras e emocionais para os sócios e familiares”, desabafou Bruna. O lançamento do aplicativo acontece em alguns  meses, e a corrida é para conseguir potenciais investidores, que acreditem nas causas que a Unin luta.

Eu não vou desistir, mas precisamos de investimento. Bruna reforça que, infelizmente, o Brasil tem dificuldades na hora de apoiar esse tipo de projeto. “Em Portugal eu teria apoio, mas eu quero isso para o meu país, precisamos desse projeto aqui”.

Então, como as pessoas podem ajudar?

Quem se identifica como um Unin ou Uninfluencer já pode fazer sua conta no protótipo através do endereço: www.unin.online.

Ser Unin é fazer parte de algum grupo minoritário (ou aliade) e querer se conectar e enaltecer quem representa e levanta bandeiras desses grupos. Já somos 1625 Unins que vão receber primeiro o convite para nosso app. E, claro, se você tiver interesse em ser nosso investidor, ou tiver contatos de potenciais investidores que estão alinhados com nosso propósito, por favor, entrem em contato com a gente pelo @unin.online, no Instagram”.

 

NOTA

Não deixe de curtir nossas mídias sociais. Fortaleça a mídia negra e periférica

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