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10º Encontro MULHERES EDUCAFRO

O 10º Encontro MULHERES EDUCAFRO com o tema – Racismo e Educação: Como ajudar nossas crianças negras a enfrentá-lo, aconteceu na EDUCAFRO, no último sábado, dia 25/05. A plateia era muito eclética: professoras, advogadas, militantes ativistas, alunos(as) e quase não houve espaços vagos..

A palestra principal ficou por conta de Elenir Fagundes S. Freitas, mestra em Educação pela Pontifícia Universidade Católica – PUC/SP que apresentou o tema que foi objeto de pesquisa em seu mestrado, em 2018.

Ativista do movimento negro e representante da pasta da educação na entidade EDUCAFRO, Elenir atuou na área da Educação por 35 anos, sendo professora, coordenadora pedagógica, diretora escolar e chefe no departamento de ações pedagógicas da Secretaria de Educação de São Bernardo do Campo.

A explanação foi bastante interativa e didática. A palestrante enfatizou a dificuldade da implementação, no projeto político pedagógico das escolas, a discussão sobre racismo e explicou como diferenciar racismo e bullyng.

Apresentou, com uso de gráficos, dados que comprovam a desigualdade de raça nas escolas. Mostrou as possibilidades de trabalho na escola para que ela seja  transformadora da sociedade, um espaço onde crianças negras não sofram com o racismo e crianças brancas não aprendam a ser racistas.

A apresentação começou mostrando como o racismo foi se estruturando em nossa sociedade e por consequência na escola; o que é chamado de racismo estrutural e institucional. Através de sua pesquisa conseguiu analisar a invisibilidade da criança negra na escola.

Destacou que não há uma escuta atenta sobre o sofrimento dessa criança, nem uma discussão e reflexão apropriadas com educandos/as e educadores.  Atentou para o fato de que as brincadeiras de cunho racistas são naturalizadas e também para o descaso e desconhecimento dos sentimentos das crianças que são vítimas.

A pedagoga afirmou que ainda encontramos a negação do racismo por parte de educadores, a dificuldade de identificação do racismo, o despreparo para lidar com o fenômeno e um racismo oculto e naturalizado.

Elenir ainda apontou questões como a ausência de informações sobre documentos orientadores para que a lei 10.639/03 seja efetivada na escola.

Para enriquecer a palestra   convidou o procurador do município de Mauá e também atuante da EDUCAFRO, Dr. Irapuã Santana, que explicitou os desafios da Lei 10639/03 e a professora Jaqueline Rodrigues que apresentou um trabalho desenvolvido com seus alunos de 5º ano sobre o filme Pantera Negra.

Para promover trabalhos que mudem a realidade da escola, para maior humanização, é preciso pensar coletivamente como acontecem as relações raciais no ambiente escolar e a  promoção do diálogo na escola com toda equipe escolar para promover um trabalho no dia-a-dia e não apenas em ocasiões específicas.

Para isso existe a necessidade de formação dos professores e a mudança de paradigma. Para ressignificar as crenças e trabalhar o racismo recalcado é necessário pensar coletivamente como acontecem estas relações raciais no ambiente escolar

É necessária uma reeducação racial e uma pedagogia antirracista em que princípios como cuidar e educar tornam o ambiente escolar seguro e livre de violência racial. É urgente a construção de uma ideologia que rompa com o silêncio instaurado em relação a este tema.

Elenir encerrou argumentando que todos nós podemos ajudar nossas crianças negras a enfrentar o racismo.

O trabalho com a oralidade e rodas de conversa são fundamentais no espaço escolar bem como em outros espaços, já que o racismo desumaniza crianças negras e também crianças brancas.

Ouvir nossas crianças, perguntar o que elas sentem, o que acontece na escola, como outras crianças se comportam em relação a cor da pele, trabalhar a autoestima e autoimagem das crianças negras, ajudá-los a dialogar com os colegas, ler com as crianças sobre o povo negro, valorizar sua história, presentear com bonecas/os negras/os, são algumas ações recomendadas.

O evento foi preparado pela equipe de Mulheres da Educafro, em mais de um mês de trabalho. Uma dessas guerreiras foi Nerilene, estudante bolsista, que fez a decoração do espaço. Evani que ajudou na recepção.

Cada integrante ajudou como pode para a realização deste ótimo evento, que contribuiu com o debate para um país melhor, em um momento no qual a educação sofre, cada vez mais, com o desprezo do governo atual.

Que venha o próximo evento!

Para ver todas as fotos basta clicar aqui!

Texto de Ivone Ribeiro e Elenir Fagundes
Fotos: Andreia Oliveira, Ivone Ribeiro, Heloisa e Dernevaldo do Carmo Santos
Edição Anderson Moraes
Revisão Anna Brisola

 

NOTA

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3 respostas

  1. A temática discutida neste encontro foi e é de suma importancia. Pois possibilita que as pessoas presentes no evento sejam multiplicadores, e amplie sua consciencia política! Parabéns aos organizadores!

  2. No coletivo e com o coletivo somos Um. Um povo fortalecido, um povo engajado, um povo estrategicamente articulado! Rumo ao 11° Encontro!

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