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Uma família a serviço da Estação Primeira de Mangueira.

 

 

 

 

Saturnino Gonçalves

Fundador e primeiro presidente da Estação Primeira, Saturnino Gonçalves nasceu no Bairro do Estácio em 11 de agosto de 1897. Lá ele cresceu a aprendeu a ser bamba.

Começou a frequentar o Morro de Mangueira em meados da década de 20 do século passado e logo fez muitas amizades ao ponto de participar da criação do Bloco dos Arengueiros, junto com Cartola, Massú e outros amigos.

Depois de algum tempo, resolveram acabar com o bloco de brigões e fundaram o Bloco Estação Primeira em 28 de abril de 1928.

Fundadores: Saturnino Gonçalves, Cartola, Massú, Seu Euclides, Zé Espinguela, Abelardo da Bolinha e Pedro Caim.           

Em 1926, Saturnino Gonçalves que anteriormente morou no Estácio e depois em Madureira, já estava no Morro de Mangueira, na Rua Visconde de Niterói 952.

A minha avó que morava no número 990 casa 15, foi sua contemporânea e suas filhas, Neuma e suas Ceceia e Dalila foram amigas de infância de minha mãe, Isaura Meirelles

Passado algum tempo após a Deixa Falar começar a usar o termo Escola de Samba, a Estação Primeira aderiu e virou GRES Estação Primeira.

Em Mangueira, reconhecido como muito inteligente, Saturnino tornou-se a Voz do Morro, representando os moradores junto às autoridades.

Saturnino Gonçalves também participou da fundação da União Geral das Escolas de Samba (UGES) em 1934, e foi seu vice presidente. A instituição contou como tesoureiro o famoso Paulo da Portela.

Com todas as escolas de samba representadas por esta entidade no carnaval de 1935, a Prefeitura do Rio de Janeiro oficializou o desfile.

Valeu a luta de Saturnino Gonçalves pela Estação Primeira de Mangueira e pela organização dos desfiles cujo empenho pela criação da UGES, juntamente com outros sambistas de renome, rendeu frutos até hoje colhidos.      

DONA NEUMA –  A PRIMEIRA DAMA DA MANGUEIRA

É filha de Saturnino Gonçalves um dos fundadores do Bloco dos Arengueiros e também da Estação Primeira, onde foi o primeiro presidente.

Tinha outras duas irmãs , Dalila e Ceceia e foram criadas ali na Rua Visconde de Niterói  em uma casa com quintal e que tinha entrada pela rua e também pelo lado do morro na rua Visconde de Niterói 990.

Desde novinhas as irmãs eram amigas de minha mãe Isaura Meirelles e de Irene, mãe do mestre-sala Lilico.

Tanto que sua irmã Ceceia batizou meu irmão Ivan Meirelles.

O pai de Neuma, Saturnino Gonçalves faleceu em 1935, quando ela e as irmãs eram ainda bem novinhas.

Mas Neuma, que já amava a Mangueira, pegou a bandeira do pai como missão e seguiu em frente defendendo as cores verde e rosa.

Quando criança eu frequentava muito a casa dela que tinha um quintal confortável com uma arvore frondosa. Brincava muito com seu filho Montinho, único filho homem, que faleceu aos dezesseis anos.

Foram também minhas contemporâneas na juventude suas filhas Chininha, Ceci e Guezinha, que batizou meu sobrinho Ivo Meirelles.

Neuma tinha uma liderança natural e sua dedicação à Mangueira foi incrível.

Nos anos 60 por intermédio de um político conseguiu um telefone.

A Sede da Estação Primeira era no Buraco Quente, muito humilde e sem recursos, então a casa dela funcionava como uma verdadeira sub sede.

Quando um jornalista quisesse fazer entrevistas ou reportagens com pessoas influentes na escola de samba, ligava para casa dela e lá era marcado o encontro.

Próximo a sede moravam Tinguinha, Prego, Marcelino, Dona Raimunda velha baiana e primeira porta bandeira da história da Estação Primeira e Preto Rico.

Na Capelinha morava mestre Valdomiro e Nininha Xoxoba.

Em suma, naquela época os encontros entre jornalistas e diretores ou pessoas influentes na escola de samba eram sempre em sua casa

Em função disso a imprensa a reconheceu com a primeira dama da Estação Primeira e muito merecidamente.

Naqueles tempos ninguém tinha telefone em casa e quando necessitavam de socorro médico, era de sua casa que ligavam para o hospital pedindo ambulância.

Era uma mulher bondosa, humana e solidária e sempre disposta a ajudar quem precisasse, principalmente os mais carentes.

 ALCIDES BERNARDINO DA SILVA

Seu Alcides era casado com Dona Neuma, a Primeira Dama da Mangueira. Era pai de Chininha e foi presidente da escola e cunhado de Tio Jair, o melhor diretor de patrimônio que a agremiação já teve. Se dedicou a Mangueira sem aparecer muito, principalmente nas décadas de 1950/1960

Homem discreto, sempre atuando como caixa da escola em todos os ensaios de sua época.

Em seu tempo a cerveja que se vendia era de garrafa, inclusive com casco verde que depois foi extinto porque, segundo se dizia, era prejudicial à saúde.

Naqueles tempos se comprava o gelo em forma de pedra e tinha e ser quebrado, geralmente com martelo ou marreta, para colocar em cima das garrafas de cervejas condicionadas em tinas feitas de barril. Depois se forrava a tina com serragem e folhas de jornal para a maior durabilidade do gelo.

Ele estava lá.

Seu Alcides foi muito útil à escola, desfilava pela diretoria.

Não merece ser esquecido.

Eli Gonçalves a Chininha

Desde criança desfilando pela Mangueira, Chininha filha mais velha do casal Alcides e Neuma, foi presidente de ala, diretora da escola em várias gestões, chegando a presidência da escola com a renúncia de Percyval  Pires ( Percy) em 2008 até 2010.

 

Eucy Gonçalves

A segunda filha, desfilando também desde criança, foi presidente da Mangueira do Amanhã e continua dando o seu suor.

Marcia Gonçalves a Guezinha

Também desfilando desde criança, a terceira filha de dona Neuma foi presidente do Departamento Feminino da escola e hoje é integrante da Velha Guarda Musical.

Eucy Gomes

Filha da Eucy e neta de Dona Neuma, desfila desde adolescente na ala das baianas. Hoje é sua presidente e comanda as baianas com muita dedicação.

 

NOTA

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