Maior evento musical interativo das favelas do país reuniu grandes nomes da música
Por: Paloma Amorim – @paloma_jesus
Fotos: Ina Henrique Dias – @inahds_
No último sábado, 30, nós, do Jornal Empoderado, cobrimos o segundo Show da CUFA, realizado em Paraisópolis, na Avenida Hebe Camargo, 267, que levou grandes nomes da música para o palco, de forma acessível e totalmente gratuita.
Os moradores tiveram um sábado especial, de muito sol, energia e música boa, com destaque para os gêneros variados que se apresentaram no decorrer do dia, do funk, black music e rap, passando por arrocha e pagode/samba.
Abrindo o encontro musical, por volta das 14h, DJ R15 comandou o palco, enquanto a plateia ainda tímida ia chegando e se acomodando no espaço amplo. A tarde seguiu com o samba do G.R. Escola de Samba Futebol e Resenha Paraisópolis; seguido do funk de MC Sacana. Depois, Fanieh, também conhecida como “MC Luzi” da série “Sintonia”, da Netflix, agitou o palco com black music. O osasquense MC Lobinho fez a plateia dançar ao som de muito funk; e o carioca Bin cantou seus hits, que misturam “trap” com “sofrência” e melodia de pagode. Houve atrações para todos os gostos.
Já por volta das 19h, “fomos do Rio de Janeiro direto para Salvador”, com a grande apresentação de Silvanno Salles, um dos pioneiros do arrocha, ritmo baiano surgido nos anos 2000 e que se espalhou para o país devido à sua energia contagiante. Com banda ao vivo e um talento e carisma imensos, o “cantor apaixonado” foi enaltecido pela plateia. Um dos pontos altos da noite aconteceu quando o artista, durante a performance de um de seus sucessos, “Mande um Sinal”, convidou todos a ligarem as luzes do celular e as apontarem para o alto. Uma verdadeira multidão de luzes se formou e tomou conta do espaço. Momento lindo e emocionante que levou os presentes ao êxtase.
Após o “rei do arrocha”, tivemos a apresentação de Rodriguinho, com vários clássicos do grupo Travessos e do pagode, como “Tô te filmando”, “Sonhos e Planos” e “Livre pra Voar”, seguido do rap de mensagem do grande Dexter, “o Oitavo Anjo”, que cantou, além da música que compõe seu nome artístico, “Voz ativa”, “Como vai seu mundo”, entre outras letras potentes e expressivas; e do pagode romântico do Grupo Pixote, que encerrou a segunda edição do evento com chave de ouro.
Realizado pela CUFA e Favela Holding, o evento contou com a parceria de entidades e empresas que compartilham o compromisso de promover a inclusão, fortalecer a identidade cultural e a potência das favelas, como: TV Globo, Prefeitura de São Paulo, Eletromidia, Bet Nacional, FSB, Comunidade Door, Sheraton – São Paulo WTC Hotel, Grupo R1 e Rádio Transcontinental. A união dessas forças contribuíram para o sucesso e grandiosidade do evento, que teve infraestrutura e equipe de peso – seguranças, bombeiros civis, profissionais de saúde e membros da organização e “staff” – que garantiu um dia em que pessoas de todas as idades e famílias inteiras puderam desfrutar de uma experiência cultural rica e de forma gratuita, com tranquilidade, segurança e pertinho de onde moram. O evento não deixou nada a desejar em relação a outros festivais de música com ingressos caríssimos, realizados em lugares distantes e que são inacessíveis aos favelados e periféricos.
“Trata-se de um projeto que veio realmente trazer esse afago, carinho e amor, através de um entretenimento para os moradores de favela. Eles trabalham a semana inteira e, ao chegar o fim de semana, têm que se deslocar para muito longe para poder curtir grandes artistas. E, às vezes, nem dinheiro têm, né? A CUFA, que conhece bem a realidade dos moradores, suas histórias e dia a dia, criou o “Show da CUFA” justamente por entender que as favelas precisam ter a oportunidade de curtir e aproveitar a música e cultura com artistas conhecidos da mídia, bem pertinho deles, de suas casas, da favela em que moram. Isso é simbólico demais”, declara Nega Gizza, co-fundadora da CUFA e apresentadora do evento.
As próximas datas do Show da CUFA serão em 27 de abril, em Heliópolis, 25 de maio, no Campo X do Morro, e 29 de junho, na Brasilândia.
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