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“Eu estava doente e não sabia. Descobri que não olhava mais para os lados, não me via no espelho, não sabia quem eu era. Virei um farrapo humano. Aqui aprendi a me amar. Hoje não aceito desrespeito a ninguém. Não sei se serei palhaça, mas eu voltei a sorrir.”

 “De que forma eu posso matar o meu marido sem ficar muito tempo presa porque eu tenho dois filhos para criar?”

 Os relatos acima são de mulheres que já passaram pelo projeto “Comicidade e palhaçaria para mulheres vítimas de violência doméstica” que completa 10 anos em 2021 e já atendeu centenas de mulheres assistidas pelo CEDIM – Conselho Estadual dos Direitos da Mulher e pelo CIAM – Centro Integrado de Atendimento à Mulher.

 Idealizado e realizado pelo “As Marias da Graça”, primeiro grupo de mulheres palhaças do Brasil, fundado em 1991, o projeto promove encontros semanais que trabalham técnicas de palhaçaria como meio de devolver a autoestima e confiança dessas vítimas. A palhaçaria trabalha com a sua vulnerabilidade e verdade. Quando você consegue olhar para a sua sombra, para a sua dor, e rir, você está se curando do que te feriu. Além disso, essas mulheres conseguem voltar a se olhar, se sentir em protagonismo e isso trabalha sua autoestima. O outro ri com você, porque se identifica, ele não ri de você. E assim se dá um grande processo de cura coletiva”, afirma Samantha Anciães, uma das integrantes do grupo. 

 O primeiro contato das Marias da Graça com mulheres em situação de vulnerabilidade foi em 2002, quando participaram do Projeto de Cidadania das Mulheres – Programa Piloto de Atenção e Prevenção de Violência Intrafamiliar Contra a Mulher, realizado pela ONG CEPIA, na Maré. Em 2007 “As Marias” criaram o espetáculo “Zabelinha”, que traz para o palco temas como a violência doméstica, o casamento, o amor-próprio, a desconstrução/construção do que é SER mulher. 

 Em 2009, em parceria com o CEDIM (Conselho Estadual dos Direitos da Mulher/RJ.), “As Marias” realizaram uma oficina de palhaçaria e autoconhecimento para mulheres em situação de violência. Em 2011 o grupo “As Marias da Graça” tornou-se ponto de cultura por meio de um edital de fomento do Estado e a partir daí criou o projeto “Comicidade e palhaçaria para mulheres vítimas de violência doméstica”, realizado por meio de encontros semanais ministrados por Karla Concá – uma das fundadoras do grupo, formado também por Geni Viegas, Samantha Anciães e Vera Ribeiro. 

 Depois de uma pausa, o projeto retoma em 2021 com o nome de “Mulheres Visíveis – A palhaçaria como caminho de autoconhecimento” e será realizado pela primeira vez online, com a exibição do espetáculo “Zabelinha”, seguido de uma roda de conversa sobre violência doméstica a partir do prisma do espetáculo, usando a arte para facilitar a troca e o diálogo.  Ao todo, serão atendidos 6 grupos de mulheres que já são assistidas por programas de apoio às mulheres vítimas de violência doméstica. 

 Desde a sua fundação, nos anos 90, o grupo “As Marias da Graça” tem como principal bandeira trabalhar a questão de gênero. Tanto que, para driblar o machismo no meio da palhaçaria dominada por homens, elas criaram em 2005 o “Esse Monte de Mulher Palhaça” – o primeiro festival internacional de comicidade feminina realizado no país e o terceiro no mundo, que terá sua 8ª edição prevista para julho deste ano.

 As Marias da Graça

 As Marias da Graça é o primeiro grupo de palhaçaria feminina do Brasil, constituído em 1991 e protagonista no fomento à articulação, discussão e troca de experiências entre mulheres que se dedicam à palhaçaria. O grupo carioca, que foi premiado pelo Global Fund for Women, em San Francisco, EUA, faz parte do projeto de aceleração do Instituto Ekloos dentro do Labora, programa do Oi Futuro voltado para a inovação social. Em 2019, lançou um canal exclusivo no YouTube (https://youtube.com/user/asmariasdagraca), recheado de esquetes inspiradas em questões cotidianas protagonizadas por mulheres, abordando temas que lideram as discussões nas redes: horóscopo, saúde, moda, música, gastronomia, além de entrevistas. As palhaças Indiana da Silva, Iracema, Mafalda dos Reis e Maroquinha trazem um olhar divertido e irreverente apontando temas contemporâneos e polêmicos sob a ótica feminina e com direção e direção de arte de Rui Cortez.  Com 30 anos de trajetória e uma atuação pautada no ativismo social junto a pessoas com deficiência e mulheres vítimas de violência, “As Marias da Graça” também deixa a sua marca no universo tecnológico e virtual

O projeto é fechado para mulheres assistidas pelas casas: Casa da Mulher Carioca Tia Doca, Casa da Mulher Carioca Dinah Coutinho e Ceam Chiquinha Gonzaga. São 6 grupos, dois grupos de cada equipamento, nos meses de Março e Abril. Começando dia 15/03 e terminando dia 20/04. Sempre às segundas e quartas.

Redes

As Marias da Graça no Youtube: https://youtube.com/user/asmariasdagraca

As Marias da Graça no instagram: https://instagram.com/asmariasdagraca?igshid=w24ywfaw69fd

Texto release, As Marias da Graça por Lyvia Rodrigues

Imagens acervo “As Marias da Graça”

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