Qual o sabor do sonho? Mesmo piegas, é assim que começo a falar deste projeto que demorou 10 anos para sair do papel e, hoje, chega ao seu terceiro ano, cumprindo à risca sua missão, nascida lá em 2016, de conceder voz aos invisíveis.
Adoro história; então, “bora” contar mais uma. Uma vez, em um almoço, o conceituado jornalista Décio Trujilo me perguntou qual era o real objetivo do Empoderado. Buscava saber, sobretudo, qual era seu público-alvo.
Lembro-me de que respondi de forma bem genérica. A razão é simples: para ser sincero, eu não tinha uma ideia claramente definida dos objetivos do projeto quando criei o jornal.
Só sei que meu desejo era dar voz a quem não tinha e produzir um tipo de informação que é rara na imprensa hegemônica.
Em cada ação, procurei contribuir para que os mais vulneráveis pudessem ser lidos e ouvidos.
No primeiro ano, tivemos uma versão impressa. No segundo ano, migramos para o Instagram. Em breve, teremos novidades, em termos de difusão e projeto gráfico.
Muitas pessoas colaboraram para que o JE chegasse aos seus três anos. Algumas delas hoje se dedicam a outros empreendimentos, mas merecem meu carinho e gratidão.
Neste período, tivemos contribuições de Rafael Castilho, Conceição Lourenço, Katia Bagnarelli, Juarez Xavier, Dennis Oliveira, Walter Falceta, Décio Trujilo, Gracindo Caram, Alexandre Tavares, Ricardo Quartim, Tom Jones, Deco, José Roberto, Mari Medeiros, Durval, Renata Rosa e Lu Castro, entre tantas outras pessoas especiais.
Quando iniciamos a caminhada, tivemos conosco o Gustavo, um jovem do extremo da zona leste paulistana que buscava (e ainda busca) seu lugar ao sol no mundo do futebol.
Assim como estivemos juntos com a fofa MC Soffia e com Celso Athayde, da Central Única das Favelas (CUFA), idealizador da Taça das Favelas, que cobrimos em São Paulo e no Rio de Janeiro. E sem contar nossa ampla cobertura em eventos negros e na na última eleição cobrindo as candidaturas negras (mais de 50), além da nossa ida até o Fórum Social Mundial, em Salvador e nosso prêmio internacional já no segundo ano de vida.
Nesse tempo, contamos histórias de formidáveis anônimos, e nos emocionamos com elas.
Denunciamos violências, discriminações e prisões injustas. Não tem como esquecer, por exemplo, o caso do encarceramento de Marcelo Dias, hoje em liberdade, ao lado de sua linda família.
Essa foi uma das tantas reportagens que produzimos em parceria com instituições como a Associação de Amigos e Familiares de Presos (Amparar), com a Rede Proteção e Resistência contra o Genocídio e outros órgãos de relevo na luta contra o encarceramento massivo e sistemático da população negra e da periferia.
Agradeço às instituições e ativistas que sempre acreditaram no Empoderado. É o caso das mídias independentes e que defendem os Direitos Humanos
Destaco Alma Preta, Midia 4P, Disparada, Jornalistas Livres, Educafro, MNU, Unegro, Uneafro, Leci Brandão, Observatório da Discriminação Racial no Futebol, Marcha das Mulheres Negras, Quilombação, MST, MTST e outros movimentos por moradia, Bancada Ativista, Frente Favela, Sintratel, as entidades sindicais e movimentos sociais, Coletivo Democracia Corinthiana, clubes de futebol de várzea, torcidas organizadas, Centro de Estudos da Mídia Alternativa “Barão de Itararé”, movimento Hip Hop, PCdoB, PT, PSOL, Intercab e o povo do axé e revista Mundo do Super-Heróis.
Cada dia enfrentamos uma prova, em que a norma é resistir e lutar. Mas como dizia o companheiro Che Guevara, que soube desconstruir maravilhosamente sua visão familiar preconceituosa sobre a população negra, “sem perder a ternura, jamais”.
De vez em quando, confesso, cai uma lágrima de desesperança e parece que a fraqueza vai tomar conta, porque o jogo é duro, violento e muito desigual.
Entretanto, logo vejo que tem gente do meu lado, escoras firmes para a gente se manter em pé.
Quero agradecer minha família, minha companheira e sua família, a Deus, aos meus verdadeiros amigos e amigas e a todas e todos invisíveis ao quais queremos franquear a voz e a livre expressão, fundamentais ao empoderamento popular.
Dentro do Empoderado eu ficaria dias agradecendo, ainda mais neste ano que está muito difícil manter o jornal eu quero agradecer mais uma vez a dedicação do Felipe e da Beatriz, Priscilla Silvestre, Anna Cristina Brisola, Marcelo Cavanha, Lu (Luciano), Jorgito (Jorge), Diogo Dionizio, Vilmar, DJ Paul, Roberto Cardoso, Renan, Fabiana Silva, James Nogueira, Ana Cristina Grein, Thata (Thata Cazciano), Ina Henrique Dias, Valéria Silvestre, Vivi (Viviane Souza), Gerson Gonçalves, Adrienne Kátia , Jéssica e Erika Balbino, Perla Santos, Augusto Felix, Cris (Crislayne Zeferina), Jaque (Jaqueline) e a todos e todas que ajudaram de alguma forma o Empoderado. Amo Oces!
Nota: Faz 1 ano que nos deixou o Marcelo Belotti. Mais que um colaborador do JE ele foi um amigo e ser humano maravilhoso!
Se a pergunta é “qual o sabor do sonho?”, respondo que é de loucura, com tempero de bom-humor e caldo de companheirismo.
Sem titubear, repito que a esperança reside nas nossas crianças. Então, dedico este texto de aniversário ao Andrezinho, de 1 ano e 5 meses, e à Nia, de 2 meses e 20 dias.
Respostas de 6
JE um farol aos nossos próximos, que venha muito mais PARABÉNS é pouco, SARAVÁ!!
Obrigado pelo carinho de sempre Alvaro!
Uma alegria e satisfação enorme poder fazer parte desse projeto!????
Muito bom ter você no projeto!
Que a Nia e o Andrezinho possam olhem no futuro com orgulho para as realizações do Jornal Empoderado
Que lindo. Obrigado pelo carinho de sempre!