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Qual o “bicho” que vai dar hoje?

Conversando recente e informalmente com meu querido e genial amigo Anderson Moraes, diretor-fundador do nosso Jornal Empoderado, falamos sobre o Jogo do Bicho e ele ficou contente e estupefato ao ouvir o meu relato sobre o que ocorre com o mesmo, no estado de Pernambuco.

Este jogo, como todos sabem, foi criado no final do século XIX, na cidade do Rio de Janeiro, para angariar recursos que ajudassem a manter e dinamizar o Zoológico local. Foram escolhidos 25 animais, das mais diferentes espécies, para que as pessoas escolhessem um entre eles e fossem sorteadas, uma vez por semana. Com o passar dos anos, mantida a tradição dos nomes dos 25 bichos iniciais, o jogo ampliou-se, exponencialmente, por todo o país, gerando inúmeras modalidades de apostas (o próprio “bicho” que passou a chamar-se “grupo” e passou a ter 4 dezenas para representá-lo ao invés de apenas um número de 1 a 25; dezenas; centenas; milhares; duques (de grupo e de dezena) onde é necessário ter dois acertos entre 5 números sorteados; ternos (também de grupos e dezenas) onde é preciso ter 3 acertos; combinações diversas de tudo isso em uma a cinco posições de sorteio e outros tipos ainda que somente os apostadores profissionais e até “matemáticos” conhecem bem. Mas, enfim, dos jogos mais simples e apostados por 98% dos jogadores até estes mais elaborados e complexos, já atravessamos mais de um século de apostas que, de um sorteio por semana, na origem do processo, tem hoje de 3 a 4 sorteios por dia, em cada estado ou região do país, não necessariamente sendo os mesmos números sorteados em cada estado da Federação.

Mas, pasmem, tudo isso ilegal e clandestinamente, apesar das apostas serem feitas a céu aberto, em milhares e milhares de “esquinas” por todas as cidades, por milhares de trabalhadores e atingindo milhões de apostadores. Na década de 80 em diante e, mais precisamente, dos anos 90 em diante, a Caixa Econômica Federal que até então só explorava a chamada Loteria Federal (bilhetes numerados com 5 dígitos) e a Loteria Esportiva (13 jogos de futebol) passou a vender diversas modalidades de sorteios numéricos de dezenas para concorrer com o bom e velho Bicho. Alcançou um sucesso extraordinário, movimentando hoje, bilhões de reais (que se transformam em trilhões a cada década), mas JAMAIS conseguiu “exterminar” o ilegal Jogo do Bicho, até porque seu modo de aposta é imensamente complicado logística e tecnologicamente para ser feito dentro das casas lotéricas oficiais, sem falar no “bate-papo” tradicional e demorado entre os apostadores e o “bicheiro” (pessoa que recebe e “aponta” o jogo, em um simples pedaço de papel, escrito à mão) uma espécie de terapia muito positiva e criativa que impulsiona trabalhadores e apostadores desta modalidade, que por questão de tempo, seria impossível dentro de uma casa lotérica convencional.

Há cerca de uns 7 ou 8 anos, o estado de Pernambuco resolveu LEGALIZAR o Jogo do Bicho. Os grandes, médios e pequenos “banqueiros-bicheiros” tiveram que se unir, formalmente, para abrirem e registrarem 3 empresas distintas, denominadas: A Esperança, A Pernambucana e Monte Carlo, as quais montaram lojas em ruas e avenidas famosas dos municípios e também as famosas banquinhas pequeninas de madeira, colorindo-as e uniformizando seus funcionários, respectivamente, nas cores amarela, verde escuro e vermelha.

Esta “profissionalização” do jogo e sua legalização gerou milhares de empregos com registros em Carteira, em TODOS os municípios do estado e paga, aos apostadores vencedores, cerca de 4 a 5 vezes mais do que nos prêmios aqui em SP e RJ. Por exemplo, uma milhar premiada aqui em Sampa, paga 2 mil vezes o valor apostado. Em Pernambuco paga 8 mil vezes e, aos sábados, tem promoções para pagar 9 mil vezes.

Mas é o mesmo jogo do Bicho de sempre, com TODOS seus tipos de apostas, bem diferente das tentativas ridículas que a Caixa faz nas lotéricas com jogos como Lotofácil (números de 1 a 25 para imitar 25 bichos) e Timemania (mistura de Bicho com futebol). Os resultados dos 3 ou 4 sorteios diários são divulgados rapidamente nas próprias bancas, inclusive em emissoras de rádios. O apostador, quando ganha, tem 30 dias para ir receber, mas em 24 horas o dinheiro já está disponível, ao contrário daqui em SP que só tem 3 dias para ir receber senão o prêmio “caduca”.

Além de gerar empregos, gerou impostos, diminuiu em 99,99% as brigas (e até mortes) para reclamações/recebimentos/pagamentos de prêmios e ficou excelente também para os Donos do Jogo do Bicho que deixaram de ser infratores para se tornarem grandes, reconhecidos e queridos empresários, sem “necessidade” de explorarem prostituição e tráfico de drogas junto com o Jogo, para faturarem mais, como diversas reportagens já mostraram que ocorre no Brasil há décadas, caso até retratado em famoso e premiado filme do cinema nacional “Águia na Cabeça”. E, acima de tudo, milhões de apostadores, em Pernambuco, tem garantia de recebimento de prêmios e agem legalmente, sem medo de eventual batida policial e contribuem, real e efetivamente, com a sociedade em geral, através dos impostos que são descontados de suas apostas.

Você já viu algum veículo importante da mídia noticiar isso? Eu nunca vi, mas o Jornal Empoderado DIVULGA !!! “Bora” para Pernambuco fazer um fézinha ??? Aproveito para agradecer ao amigo pernambucano Márcio Alves, residente na Praia de Porto de Galinhas, em Ipojuca-PE, pelas informações prestadas que me ajudaram a completar esta matéria.

NOTA

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