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REDE QUILOMBAÇÃO PARTICIPA DE PROJETO ANTIRRACISTA DA ONU

O Jornal Empoderado conversou com os integrantes da Rede Quilombação, um coletivo de ativistas intelectuais que discutem e combatem o racismo no Brasil. A Quilombação foi convidada a fazer fazer parte da campanha mundial #stopracism cujo lema é “Aprenda, fale, aja”. Idealizado pelo Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos.

Diversas personalidades do mundo inteiro apoiam a campanha e no mundo todo estão sendo produzidos podcasts relativos à campanha. No Brasil, a Rede Quilombação foi convidada a produzir o podcast do Brasil e o fez junto com o Jornal Empoderado. Confira abaixo o podcast #StopRacismo produzido para a campanha que estará disponível nas plataformas das ONU – Nações Unidas.

O Brasil passa por debates políticos devido a eleições presidenciais. E o que fica até agora é a falta de interesse no tema racial, tendo até duas situações que extrapolam a invisibilidade das pautas negras quando no debate da TV Bandeirantes não tem jornalista negros (as) e quando o candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) disse no debate, da BAND, que “o Brasil não é o fundão da África”. E depois, fez esta declaração preconceituosa a empresários na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan): “Imagina explicar isso na favela”.

Veja a resposta do ativista pan-africanista Vensam Iala, nascido na Guiné-Bissau e radicado no Brasil há 12 anos, não gostou quando viu o candidato a presidente pelo PDT, Ciro Gomes, utilizar mais uma vez a expressão “fundão da África” no debate da BAND. Clique aqui na matéria completa da Socialista Morena!

@vistoafrica55

“Brasil tem comida, diferente do fundão da África” “Nós não somos do fundão da África que não tem vacina e nada”, diz Ciro Gomes, candidato para a presidência da república federativa do Brasil. #africanaoeumpais #nobaison

♬ som original – user1957033833735

Dado a importância dos últimos acontecimentos neste período de eleição, o projeto da ONU se torna mais importante. O JE conversou com o professor e jornalista Dennis de Oliveira que nos falou sobre o surgimento do projeto em detalhes: “O projeto surge a partir de um convite do Alto Comissariado da ONU de Direitos Humanos para a Rede Quilombação a partir da intermediação da Edna Rolland, que foi relatora da Conferência de Durban e é membro do comitê independente de experts da ONU para monitorar a implantação do programa de Durban. Conversei por meet com a Gabriela Gorgon, do Alto Comissariado sobre a proposta e ela me explicou que o dia 31 de agosto foi instituído pelo órgão da ONU como o Dia Internacional do Afrodescendente e para marcar este dia, estavam convidando organizações e personalidades do mundo todo para produzir os podcasts. A Rede Quilombação já tinha participado de um seminário da ONU em 2019 em Genebra que discutiu a implantação do Fórum Permanente dos Afrodescendentes. Assim a gente montou uma equipe que incluiu não so a galera da Quilombação mas também o Jornal Emponderado e procurei apoio para produção na ECA.”

Sobre esse tema ser a pauta do podcast em um momento de governo autoritario de direita, nos falou Dennis: “Sem dúvida. O que tem ficado mais nítido desde Durban é a articulação do racismo com o colonialismo e o imperialismo. O racismo existe para se legitimar a atual divisão internacional do trabalho e das hierarquias do sistema mundo. Tal reflexao não é nova, Aime Cesaire, Frantz Fannon, Clóvis Moura, Amílcar Cabral, os militantes da III Internacional já fizeram a tempos. Mas é fato que a partir de Durban está ideia ganha contornos mais nítidos. É uma pena que no Brasil o chamado campo progressista que tem uma agenda anti-inperialista ainda resiste em ver o combate ao racismo para além da dimensão identitária.”. E completou falando sobre a construção do podcast brasileiro: “Depois de montarmos uma equipe de produção, e a Rede Quilombação é privilegiada neste ponto pois é uma organização com muitas jornalistas, fizemos uma reunião para pensar o roteiro, fomos atrás de suporte para a produção (e quero agradecer o professor Luciano Maluly, chefe do Departamento de Jornalismo e Editoração da ECA USP pelo apoio) e dividimos as tarefas. O pessoal trabalhou de forma voluntária e em tempo recorde pois tínhamos apenas uma semana para produzir. Um grupo fez as pesquisas na internet, outro fez as entrevistas e uma outra turma ficou responsável pela edição. Marcamos um dia para gravar nós estúdios da ECA, contamos com o apoio do Daniel Munhoz, doutorando pela ECA, e o Júlio Megale na tecnica. AO Psycho, músico e rapper, forneceu uma das suas músicas para a trilha sonora. E assim montamos o podcast que enviamos para a ONU no dia 31. Recebemos muitos elogios e modesta a parte acho que ficou muito bom.”.

Pensando na importancia dentro da academia, conversamos com a Comunicadora social, pesquisadora e ativista da Rede Quilombação, Tâmara Pacheco: “Permite trazer uma diálogo sobre os avanço histórico da luta antirracista no plano institucional e também os desafios dos movimentos sociais na atualidade. Tanto no plano da articulação interno entre importantes intelectuais que tem contribuido com a discussões e políticas junto com liderança de base, como também no plano internacional trocando experiências de luta frente aos avanços do neoliberalismo e o fascista que refletem o aumento das desigualdades sociais e recrudescimento que atinge as populações periféricas de todo mundo e onde o racismo enquanto ideologia se atualiza enquanto mecanismos de clivagem de acesso a direitos básicos dessas populaçoes.”. Já Tatiana Oliveira falou que o “Podcast é o retratado do racismo sistemico, do racismo estrutural do Brasil…e tambem, ele vai retratar dados socios economicos que mostram a disparidade entre éssoas brancas e negras no Brasil. Uma disparidade na educação e na renda.  E depois vai falar da Conferência de Durban e as lutas do movimento negro, da importancia da ONU fazer a conferencia, mas mais que isso da particpação do Brasil (na conferência), Pois  Brasil teve um protagonismo muito importante.”.

“Eu acredito que a discussão racial no Brasil se mostra excepionalmente urgente, especialmente ao vermos o tamanho da piora no cenário social do país, enquanto vivemos governos que negam a realidade das construções eurocêntricas que sempre pautaram o Brasil. Se discutimos um novo projeto de país, necessariamente precisamos discutir a fundo a questão racial, e os brancos têm a urgência de escutar e aceitar que seus espaços de privilégio não podem ser sustentados às custas de uma sociedade plural, a única possível para um país realmente desenvolvido e menos desigual”. – Daniel Azevedo Muñoz é Jornalista e Historiador. E por fim, o Jornal Empoderado falou com Maria  da Glória Calado, que é psicóloga clínica, pesquisadora das relações raciais e docente do ensino superior psicóloga voluntária no Centro de Direitos Humanos de Sapopemba e membra da Rede Quilombação sobre o projeto: No podcast #StopRacismo, produzido pela Rede Quilombação no marco do Dia Internacional dos Afrodescendentes, foram realizadas também entrevistas com Gilvania, integrante do movimento social “Mães em Luto da Zona Leste” e com Maria Railda Alves, fundadora do Grupo Amparar. Ambas são lideranças negras que, por meio de suas falas e ações, destacam a letalidade do racismo no Brasil e ensinam formas de enfrentamento do racismo e de luta pela garantia de direitos humanos, em especial, o direito à dignidade e à vida. Os relatos de Railda e Givanilda são exemplos significativos da resistência ao genocídio da população negra, ao racismo estrutural e ao encarceramento em massa por mostrarem impactos cotidianos do racismo, transformação do luto em luta e importância da compreensão e ação com relação às ameaças que os corpos negros sofrem diariamente, em especial em territórios periféricos brasileiros.”.

Aqui está a plataforma da ONU com todos os podcasts, inclusive da Rede Quilombação! Ou clique aqui no link!

 

 

 

 

31st August 2022: International Day for People of African Descent

To highlight the heritage of people of African descent and to learn more about why systemic racism against them is still deeply rooted in our societies and how it continues to manifest, UN Human Rights teamed up with radio stations and podcasters across the globe to launch the International Day for People of African Descent hits the radio airwaves.

Date Location Show
26.08 USA UN News, The Lid is On with Conor Lennon
28.09 United Kingdom Priscellia Robinson Dotun Adebayo at BBC London
31.08 Brazil Podcast by Rede Quilombação
31.08 Honduras Interview with expert Pastor Murillo on Radio Progreso
31.08 Jamaica Radio segment on RJR 94 FM with Ms. Barbara Reynolds and Ms. Jodi-Ann Quarrie
31.08 Switzerland Radio segment with Yvonne Apiyo Brändle-Amolo at LoRa 97.5FM
31.08 USA UN News in Spanish
02.09 Senegal (covering 14 West African countries) Special radio show on West Africa Democracy Radio (in English, 10-11 GMT)
03.09 Senegal Parole Aux Jeunes – Viberadio Sénégal
03.09 Ecuador De la mesa al sofá with GPA Radio
06.09 Lebanon Segment in weekly news show at Radio Liban Hawa El Chabab (Youth on air)
09.09 Mexico OHCHR Mexico podcast

NOTA

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