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Projeto ‘Palhaféricos’ promove ciclo de debates sobre o protagonismo negro na palhaçaria

Quem são as palhaças e os palhaços negros que fizeram história no Brasil? Essa pergunta norteia o projeto “Palhaféricos”, contemplado pelo programa VAI 2019 – Valorização de Iniciativas Culturais. A primeira das atividades desse projeto, que inicialmente estava previsto para acontecer presencialmente, é um ciclo de bate-papos sobre o protagonismo negro na palhaçaria, que acontece entre 23 de julho e 6 de agosto, às quintas-feiras, sempre às 20h. 

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Crédito: divulgação (Mariana Gabriel) | Edson Lopes Junior (Miguel Arcanjo Prado) | Belisário Tonsich (Maurício Tizumba)

Para essa atividade, estão previstos inicialmente três debates virtuais com o tema “A história da negritude na palhaçaria e o protagonismo de jovens negrxs e periféricos na arte”. Os encontros são gratuitos e acontecem por meio das fanpages da trupe (@palhafericos) e de cada convidado no Instagram. 

A primeira conversa tem como tema “Memória e história da negritude no Grande Circo Guarani” e é conduzida pela jornalista, cineasta e palhaça Mariana Gabriel no dia 23 de julho, às 20h. Um dos filmes dela é o documentário “Minha avó era palhaço” (2016, Brasil, 52 min.), codirigido com Ana Minehira, no qual Mariana recupera a trajetória da avó Xamego, a primeira palhaça negra do Brasil, que brilhou no picadeiro do tradicional Circo Guarany nos anos de 1940.

 

Uma imagem contendo pessoa, mulher, olhando, homemDescrição gerada automaticamente
Cena do filme “Minha Avó Era Palhaço”, de Mariana Gabriel

 

O jornalista e crítico teatral Miguel Arcanjo Prado participa do bate-papo “Relembrando Benjamin de Oliveira: onde estão nossas inspirações?” na quinta-feira seguinte, dia 30 de julho, às 20h. Membro da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte), da qual foi vice-presidente, Miguel foi colunista de Entretenimento do portal UOL e, atualmente, mantém o Blog do Arcanjo. Esse portal teatral é conhecido por dar bastante espaço para a divulgação do trabalho de artistas negros. 

Já o instrumentista, cantor, compositor e ator Maurício Tizumba comanda a terceira conversa desse ciclo, “O artista negro na rua”, no dia 6 de agosto, às 20h. Com sua trajetória artística estabelecida desde 1973, ele pesquisa a vida e a trajetória do artista, compositor e cantor mineiro Benjamin de Oliveira (1870-1954), o primeiro palhaço negro do Brasil. Tizumba, inclusive, já idealizou uma exposição em homenagem a esse ídolo.

Palhaféricos

 

Texto sobre foto de homemDescrição gerada automaticamente
Coletivo Palhaféricos. Crédito: divulgação
O projeto “Palhaféricos” foi contemplado pelo programa VAI – Valorização de Iniciativas Culturais e ainda prevê a realização de um espetáculo teatral, oficinas de palhaçaria e técnicas circenses, exibição do documentário “Minha avó era palhaço” e o lançamento de um canal no Youtube, mostrando o trabalho de jovens artistas periféricos e movimentos negros protagonistas de São Paulo. 

Essas atividades ainda não têm data definida, pois muitas delas dependem do encontro presencial. Durante a quarentena do Covid-19, a trupe tem ensaiado por meio de videoconferências e promovido encontros virtuais com os convidados dos bate-papos e outros artistas para continuidade da pesquisa.

Criado em um processo colaborativo, o espetáculo “Palhaféricos”, com direção de Sérgio Marques e Hugo Carvalho, é um cortejo cênico que provoca uma imersão na linguagem das brincadeiras e manifestações populares do Teatro de Rua e do Circo-Teatro, resgatando a trajetória de Benjamin de Oliveira e Maria Eliza Alves dos Reis, os primeiros palhaços negros brasileiros, e de outras figuras importantes para a comédia.

“Durante o processo, nos perguntamos sobre quem eram os nomes da comédia negra que nos inspiravam e logo surgiram o Jorge Lafond [mais conhecido pelo personagem Vera Verão] e o Mussum. Assim, podemos dizer que eles também permeiam nosso trabalho”, conta Sérgio Marques, diretor e preparador do elenco.

Para o coletivo, a busca por referências não europeias e não brancas também levanta questões sobre identidade. “A ideia é que os personagens embarquem em uma jornada em busca de algo que falta em sua identidade. Nesse sentido, outras referências importantes são ‘O Mágico de Oz’ e ‘Saltimbancos’. Dessa forma, também conseguimos discutir questões sobre negritude e colorismo”, comenta Marques. 

O elenco é composto por Jamile Nunes, Matheus França (que também integrou o elenco do bem-sucedido musical “Bertoleza”, da Gargarejo Cia. Teatral), Humberto Vicente, Letícia Tancredo e Willian Santana. O cenógrafo e figurinista é o Rodrigo Alcântara.

 

 

SERVIÇO

Ciclo de bate-papos “A história da negritude na palhaçaria e o protagonismo de jovens negrxs e periféricos na arte”

Quando: de 23 de julho a 6 de agosto, às quintas-feiras, sempre às 20h

Onde: Instagram @palhafericos e na fanpage dos convidados
Quanto: Grátis

23/7, às 20h – “Memória e história da negritude no Grande Circo Guarani”, com Mariana Gabriel (@mari_gabriel81)

Mariana Gabriel é cineasta, jornalista e palhaça. Diretora do curta-metragem “Iara do Paraitinga”, dos documentários “Circo Paraki” (co-direção com Priscila Jácomo e Eduardo Rascov), “Mar Português” (gravado em Lisboa, exibido na ESPN Brasil) e “Minha avó era palhaço” (co-direção com Ana Minehira), contemplado no Prêmio Funarte Carequinha de 2014. Trabalhou como jornalista e produtora de 2007 a 2015, na ESPN Brasil e no Manos e Minas da TV Cultura. Hoje retoma com seus pais jornalistas, a história de sua família materna, que é tradicional de circo, família Alves, do Grande Circo Guarany, através do projeto “Os Caminhos do negro João Alves por esse país de Meu Deus – entre lonas, serragens, picadeiros e palhaçadas”, pesquisa contemplada pelo Itaú Rumos 2018 e entregue em março de 2019. O projeto prevê para 2020 a finalização de documentário e publicação de livros sobre o tema.

30/7, às 20h – “Relembrando Benjamin de Oliveira: onde estão nossas inspirações?”, com Miguel Arcanjo Prado (@miguel.arcanjo)

Miguel Arcanjo – Diretor do site Blog do Arcanjo. Bacharel em Comunicação Social – Jornalismo – pela Universidade Federal de Minas Gerais, especialista em Mídia, Informação e Cultura na ECA-USP e mestre em Artes pela UNESP. Vive em São Paulo desde 2007. É crítico membro da APCA (Associação Paulista de Críticos de Artes), na qual foi vice-presidente. Atuou como colunista de Entretenimento do portal UOL e hoje escreve o Blog do Arcanjo.

6/8, às 20h – “O artista negro na rua”, com Maurício Tizumba (@mauricio_tizumba)

Maurício Tizumba é um instrumentista, cantor, compositor, ator e empreendedor cultural brasileiro com carreira artística estabelecida desde 1973. Pesquisa a trajetória e a vida do artista mineiro Benjamin de Oliveira, considerado o primeiro palhaço do Brasil, tendo até organizado uma exposição sobre essa figura.

Por   Verônica Domingues

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