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Primeiro Encontro de Pais Pretos por Professor Álvaro dos Santos

Quando se vai à um evento de importância e tão ímpar quanto esse “1º Encontro de Pais Pretos Presentes”, nós, homens negros, não temos a menor ideia do que vai, pode ou deve acontecer. Ao ver duas gerações (os pais grisalhos, dos quais faço parte e os modernos) pareceu-nos que haveria trocas de arquivos, o que de fato aconteceu.

Os modernos e grisalhos conversaram antes do evento, em pequenas células numa troca amena de informações dos pais de antes e os de hoje. O responsável pelo evento, pedagogo Alexandre Duvai logo inicia se apresentando e expõe os temas a serem tratados. – Novas gerações e doenças emocionais promovidas por atitudes irascíveis (ainda não plenamente entendidas) de parceiras, pós separação do casal, impossibilitando vida social entre seus ex e filhos – as diferentes formas de paternidade “antiga e a moderna” – que tipo de pai foram os nossos e como nos programaram para sermos quando com nossos filhos – de que tipo de conhecimento temos que nos apropriarmos como pais nessa contemporaneidade globalizada e com smartphones conectados a tudo e todos – ser pai e a educação financeira dos filhos – as diferentes formas de afeto paterno e o desejo de sermos o melhor pai possível com erros, acertos e equívocos.

Num mundo exigente e estressante em que vivemos acreditamos um dia podermos entender o poder do afeto, do perdão aos nossos pais que Alexandre Duvai tanto enfatizou, o poder do eu te amo aos filhos embrulhado num forte abraço, e outras atitudes mais louváveis talvez pouco praticadas por nós entre nós.

“Como educador, notamos nas escolas por nós frequentadas que quando os alunos não nos relatam falta de amor em casa esta falta fica explícita na fala, no corpo, no olhar deles e até na falta de interesse destes por lidar com o conhecimento por nós proposto, o desafeto entre pais está produzindo efeitos colaterais bastante danosos aos nossos alunos, construindo doenças psicossociais para as próximas gerações. Vemos muito disso. Nossa formação (graduação e pós) nos permite apresentar o conhecimento discutido, como o novo passo para inserção social, seja de qual etnia formos, não podemos fazer o dever (de amar incondicionalmente) que é dos pais, das famílias, do seio familiar, mesmo com pais separados ou não, pais afetuosos que amam (repetimos) INCONDICIONALMENTE de fato, conseguem certamente deixar esse amor claro no dia/dia sem promoverem intercorrência por matrimônios desfeitos na ira, de ambos os lado”, afirmou o pedagogo.

Alexandre Duvai complementa: “filhos não veem com manual, é um aprender todos os dias, como ser pai também não tem manual, o hormônio da paternidade se instala pós nascimento do filho(a) e tenta-se ser o melhor pai que é possível ser dentro do pouco de melhor que se tem pra ser um bom pai, e para isso há que os deixarmos ser. Sem mágoa, com perdão e com afeto de todos para com todos envolvidos no atoe de educar”.

Matrimônios desfeitos de quem quer que seja (e principalmente o matrimônio negro) podem e devem sair da ira da separação, para que famílias negras construam melhor saúde emocional para que ao menos nossos filhos construam nossa história com outros pilares que não só o da submissão doentia, esta produzida por nosostros…Se nossos antepassados pudessem nos ver (os adultos) de onde estão, como devem estar nos vendo agora? será que valeu a pena aguentarem tudo que aguentaram por nossa sobrevivência? estamos nos portando como seres humanos entre nós negros? nossos filhos reproduzirão o que diante do que veem?

Por Alvaro Dos Santos (Professor aposentado de Educação Física e hoje é um dos idealizadores do Coletivo Clã da Negritude, além de possuir relevante trabalho, na aérea de esportes, com jovens da Zona Norte de São Paulo.).

NOTA

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6 respostas

  1. Um encontro que certamente marca muito a história das relações destes pais e a maneira de encarar e atender a responsabilidade de se ter filho(a)s. PARABÉNS pela iniciativa Professor e ao Jornal Empoderado pela cobertura do evento.

    1. Temos e podemos ser melhor do que somos conosco, (mesmo separados) para produzirmos espelhos de reflexo humano de melhor qualidade do que temos hoje, a educação na formação do ser social pleno, inicia-se em casa, conosco, com a família negra, no mínimo ajustada aos revezes que a vida nos propicia, viver nunca foi fácil…principalmente nesses tempos “bicudos”.

  2. O melhor momento, muito aprendizado e experiências, conheci vários pais, diferentes histórias porém o mesmo sentimento, o amor aos nossos filhos.

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