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O que o desamparo dos refugiados venezuelanos tem a nos ensinar

Todo o brasileiro tem ciência da enormidade de refugiados  venezuelanos que se desloca para o estado de Roraima. O fenômeno não é novo no país.

Em um outro contexto, há um século e meio atrás, recebemos imigrantes italianos, alemães, poloneses, japoneses, de várias nações do mundo. A motivação das autoridades na época era higienista. Pretendia-se purificar o país, eleva-lo com a inclusão de povos tidos como “ superiores”. Sem se ater à importância cronológica dos eventos, recentemente o país recebeu dezenas de milhares de haitianos que aqui chegaram clandestinamente. Gente pobre e preta, não teve a mesma acolhida. A eles não se prestaram grandes homenagens. Existem monumentos aos italianos, aos alemães, mas estes foram vítimas do descaso. Sim, fazemos distinção entre pessoas e entre os estrangeiros que aqui vem.

Anos depois o mundo se espanta com o genocídio na Síria. Simpático, o Brasil abre suas portas. Oferta moradia e assistência básica. Os refugiados escolhem preferencialmente cidades com mais estrutura, como Florianópolis. Agradecem a acolhida.

Então, tempos depois, os nossos irmãos venezuelanos também passam por dificuldades. Pouco importa o juízo certo ou errado que o governo anterior ou vigente fizeram de Maduro. Os venezuelanos são nossos irmãos sulamericanos. Fogem para Roraima e são penalizados. Passam por uma série de dificuldades, aglomerando se em praças, sem água e comida. Abandonados, não recebem nenhum tipo de assistência.

Somos o único país da América do Sul a falar português. A língua, que serviu para explicar várias diferenças entre os povos, não serve de álibi para a nossa omissão. Não há uma cerca eletrificada entre os dois povos. Nâo seremos penalizados pelo gesto humano. Brasileiros, venezuelanos ou argentinos, somos antes de tudo gente, pessoas sujeitas aos infortúnios da vida.

Simon Bolivar e Che Guevara queiram uma América unida. Sem se ater a alinhamentos políticos, percebe-se que caminhamos em sentido contrário à essa agregação. No caso em questão pequenos são os gestos de solidariedade. O Estado e a sociedade civil se omitem. Guardam olhos para as desgraças distantes e não acolhem os vizinhos necessitados, irmãos que conosco partilham das mesmas mazelas, da mesma sorte de democracias bambas, capengas. E o pior de tudo é que não enxergamos isso.

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