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ECONOMIA CIRCULAR E MODA: A MODA SE REINVENTA

 

Vivemos uma era de diferentes economias, dentre elas falaremos sobre a economia circular aplicada a moda. O que economia circular tem a ver com moda, sustentabilidade e consumo consciente? A forma de consumir moda mudou muito, de modo que a moda se reinventa e diversas empresas, independente do segmento, já estão cientes de que hoje em dia quem está no comando é o consumidor.

Para fechar esse ciclo, o consumidor, figura importantíssima cabe a mudança de mentalidade e hábitos. Deixando de ser consumidor e tornando-se usuário de moda. Faz-se necessário repensar e reavaliar velhos padrões de consumo, de necessidade de ter, de compra por impulso, de ver no shopping uma opção de passeio. O consumismo é consumir consumo, é uma conduta impulsiva em que não importa o que se compra, importa comprar. Acabamos consumindo as coisas de forma impensada, por impulso, para provar algo ou para satisfazer uma necessidade latente.

Verifico que a coexistência de variados grupos de estilo, com tipos e hábitos vestimentares distintos, favorece a individualização das escolhas de consumo possibilitando trânsito livre entre eles e, consequentemente, ampliando o consumo, em vista de tantas possibilidades de representação e identificação.

Atualmente, a sustentabilidade e o consumo consciente estão se tornado parte essencial da visão das empresas de tecnologia e de moda. A nova tendência é a da redução, do desprendimento, do desapego, da supressão e da eliminação. Começa a entrar em decadência a sociedade de consumo e entramos no que pode ser chamado de “a sociedade do “desconsumo”.

A Moda Circular é tema de discussão e vem ganhando força com consumidores focados em compartilhamento e reutilização. A economia circular foi matéria de capa da revista Você S/A , teve destaque no programa Mundo S/A, da Globo News, que falou sobre a economia circular aplicada à moda. Além disso, o tema foi abordado recentemente no caderno de economia do Estadão e em diversas revistas como VejaExameValor e Época, mesmo em publicações  não-acadêmicas.

Na indústria da moda, adotar o conceito de economia circular tornou-se uma obrigação pois a maior parte das roupa são simplesmente descartadas no lixo sem serem reutilizadas ou recicladas. O termo Moda Circular foi definido pelo Flanders Fashion Institute e alguns parceiros, na Antuérpia (Bélgica), existem 6 etapas a serem cumpridas por um sistema de retroalimentação que tem as seguintes etapas: recursos, design, fabricação, varejo, consumo e fim da vida.O círculo da Moda Circular é composto por 5 R’s do desenvolvimento sustentável na moda: Reduzir, Repensar, Reaproveitar, Reciclar e Recusar.

Até recentemente, a indústria da moda tinha sido baseada no modelo linear de ‘pegar, fazer e descartar’. Mas vamos falar de moda circular: ciclo de serviço e não ciclo de vida, uma vez que existem muitos produtos que jogamos fora, mas que ainda não “morreram” e podem muito bem continuar a servir o seu propósito (como aquela roupa de última moda que compramos no mês passado e agora não gostamos mais).

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Entre os modelos de negócios nos quais se aplicam a ideia de extensão estão aqueles que promovem o compartilhamento, a reutilização, reparação e re-fabricação, os famosos brechós, exemplo de circularidade na moda. Hoje temos grandes ecommerces totalmente voltados para peças de segunda, a moda funciona de forma cíclica e sempre traz de volta alguma peça, tendência ou look do passado. Usar uma peça de segunda mão, é a chance de dar uma segunda chance para uma peça que já estaria descartada por aí.

O que é economia circular? Entendo o conceito e o que isso tem a ver com sustentabilidade.

O desperdiço de grandes quantidades de retalhos em seu processo manufatureiro muda o olhar de algumas organizações, as quais vêm tentando reaproveitar estas sobras da indústria como matéria-prima para confecção de novos vestuários. O reuso de artigos têxteis para novas confecções é uma prática que vem crescendo no mercado da moda, denominada upcyclingou seja, construir algo a partir de peças usadas, descartadas, reformadas e resignificadas.

Diferente dos processos  de reutilização ou reciclagem, o upcycling utiliza os materiais existentes para criar algo melhor que os originais. As peças ganham novas funcionalidades como jaquetas que viram saias, calças que ganham cós duplos por meio de falsas sobreposições, bolsos que se transformam em tops e tudo que a liberdade de criação permitir. Imagine aquela sua saia esgarçada, ela pode virar uma blusinha, um vestido, um top ou até mais de uma peça. E no final das contas, se ela não puder ser reaproveitada, sempre há como reciclá-la. A ideia de economia circular é fazer com que nada se torne inútil, nenhum produto tem um fim e sim um recomeço a cada novo ciclo de uso.

Resultado de imagem para upcycling jaqueta vira saia

Outra iniciativa é a reciclagem de tecidos, quando a roupa não é reciclada para ser usada novamente, significa que cada vez mais há que se produzir novas peças, logo isso significa que cada vez mais recursos naturais serão usados, e mais poluição será gerada para todos nós. O processo de reciclagem é considerado um downcycling, desmanche de um material que não teria mais como ser utilizado (destinado para o reuso de um produto de menor valor).

Não esqueçamos dos bancos de tecidos, é um espaço onde tecidos de sobras de criação ganham a chance de serem usados em novas roupas e itens desenvolvendo uma cadeia de produção mais sustentável. Opera como um sistema inclusivo e circular que mobiliza os elos da cadeia têxtil, impulsionando um ciclo com reflexos sociais, econômicos e ambientais. Dar nova vida aos tecidos desperta grande interesse por parte de diferentes segmentos do mercado, o modelo tem como base uma rede de correntistas que fornecem sobras de seus estoques para que tenham chance de virar novas criações. Dessa forma, cortes de algodão, sintéticos, popelines, flanelas, feltros, napa e couro, por exemplo, depositados no banco, são moeda corrente – e não lixo. Em síntese: o usuário recebe créditos a cada quilo entregue e, com eles, pode sacar outros tecidos quando quiser. Na lógica do Banco de Tecido, a curadoria e o giro do estoque estão a cargo de quem faz depósitos no sistema. O pulo do gato é manter ativa essa circulação, beneficiando tanto ateliês de costura e confecções que buscam tecidos de reúso para produzir roupas

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Este modelo de negócio baseia-se no tripé ar-raiz-terra: o primeiro pilar é representado pela plataforma de e-commerce, “para voar longe”; o segundo, a raiz, simboliza a rede de comunicação e o potencial de suas ramificações; e, por fim, o terceiro, “o chão que estabelece o caminho”, é retratado pelas lojas físicas onde os tecidos de reúso são vendidos. Reúne três lojas: a Lupa, que originou o negócio, comandada por Lu Bueno na Vila Leopoldina, em São Paulo; o Lab Fashion, na Consolação, também na capital paulista, e a Casa Base, em Curitiba (PR). 

NOTA

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2 respostas

  1. Oi Fabiana… linda a matéria mas só fazendo uma observação… Banco de Tecido é uma loja que trabalha em sistema misto de circulação de tecido, com três unidades parceiras pelo Brasil POA/CRTB e SP… bem como você descreve alí. Mas ela não é uma categoria espalhada ela é uma iniciativa com Marca Registrada. Pra quem quiser saber mais: http://www.bancodetecido.com.br. Valeu!

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