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Livro sobre golpe no Brasil é ‘o grito de um bruto em um jantar de intelectuais’

 

 

 

 

No dia 5 de maio, 2018 no Tapera Taperá(Galeria Metrópole) região central de São Paulo vai acontecer o lançamento do livro: “Golpe é Guerra – Teses para enterrar 2016” – Editora Baioneta, ano 2018 e  do autor: Pedro Marin. Um livro que em 100 páginas conta:

Um “avanço contra a democracia”, “o fim da ilusão do projeto de conciliação de classes”, “a vingança de uma classe média elitista.” São muitos as teses com as quais diferentes setores da esquerda brasileira tentam explicar as movimentações que culminaram na derrubada da ex-presidenta Dilma Rousseff, em 2016. O jornalista Pedro Marin, no entanto, não parece ter preferência por nenhuma. “Pode ser tudo isso, pode não ser nada. Que farão?”, diz. “As razões do golpe muita gente está estudando e muita gente vai estudar. Eu quero entender como ele foi feito, a ciência do golpe, e como derrotá-lo”, completa.

A ideia do livro, conta Marin, que há cinco anos é editor da “Revista Opera”, um portal que fundou aos 16 anos, nasceu enquanto cobria o impeachment para um veículo estrangeiro. “Eu fui para Brasília, para a primeira votação na Câmara, e quando acabou vi muita gente chorando, comovida. Eu, apesar de ter uma posição muito clara, não conseguia me comover”, conta. “O momento que me emocionou foi quando dedicaram um voto pro Lamarca, até abracei um amigo!”, diz rindo.

 

PENSAMENTOS MILITARES

Para quem Pedro chama de “compadre” o colunista na Revista Opera André Ortega, que assina a orelha do livro, a obra é “uma provocação contra o debate legalista que consome o PT e os epígonos do golpe de 2016. Escrito nos tons da polêmica política de um publicista, ele nos oferece ares mais ativos diante de uma esquerda um tanto afastada de pensamentos militares ou muito dedicada às complexas abstrações teóricas.”

Pedro assume a inclinação. “O André captou muito bem, é claro. Eu entrevistei pro livro o Bresser [Pereira], o Aldo [Fornazieri], o [Guilherme] Boulos, e tem gente que torceu o nariz. É uma burrice, o Bresser previu a abertura, o Aldo previu o impeachment na primeira eleição da Dilma”, declara irritado. “Eu li Luttwak, por exemplo, pra escrever o livro. O Luttwak é um estrategista romeno que trabalhou para o Departamento de Estado [dos EUA], li Alessandro Visacro, um militar brasileiro, reli Maquiavel. Moral eu já tenho, já tenho posição, não quero gente que me ensine o que é certo ou errado, o que é bom e não é; quero estudar como aplicar o que acho correto.”

INGENUIDADE

O autor reclama também do que chama de “ingenuidade” da esquerda. “Eu falei sobre os militares ainda quando houve aquela rebelião no Rio Grande do Norte, depois a situação no Espírito Santo, um ano atrás. As pessoas achavam uma loucura, alguns falavam em teoria da conspiração. Aí veio a intervenção [no Rio de Janeiro] e todo mundo de repente saiu soando os alarmes”, declara. “Eu dedico o livro, dentre outras pessoas, para ‘os que não se permitem ingênuos em função da dureza da política.’ O pessoal falou ‘não vai ter golpe’, depois ‘fora Cunha’, depois ‘diretas já’, agora ‘Lula livre’… parece que se pedir com carinho vão dar, gostam de se enganar porque tem um sentido catártico nisso. Eu levo isso a sério, política é guerra, golpe é guerra.”

 

PARTICIPAÇÃO EXTERNA

Sobre a tese de apoio estrangeiro ao golpe, o autor diz que não é o foco do livro. “Veja, eu não tenho dúvidas [de que houve]. A gente já tem a comprovação de participação de ONGs estrangeiras, que apoiaram o MBL, esse pessoal. A Agência Pública fez uma matéria sobre isso, eu escrevi também, com uma entrevista com o Moniz Bandeira, que infelizmente faleceu. Essas ONGs recebiam de gente ligada aos governos, isso está provado. Agora tem que ver até onde isso foi, quanto sabiam. Tem gente boa que vai fazer esse estudo e eu aposto que vai provar muita coisa”, declara. “Mas se vai ser agora ou daqui a trinta anos… vamos ver.”

foto: Pedro Marin

Confira o book-trailer no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=OVm0PIA5tBA&feature=youtu.be

Pré-venda no site da Livraria da Opera

LANÇAMENTO:

Data: 05/05/2018, às 15h00.
No Tapera Taperá:
Galeria Metrópole

Av. São Luís, 187 – Centro

Loja 29, 2º andar

São Paulo – SP

01046-001

Confira o texto das orelhas, assinado por André Ortega

 

“Golpe” se tornou o grito de guerra moralista de uma esquerda atordoada, e para muitos ainda é uma palavra restrita ao vocabulário do projeto de poder do Partido dos Trabalhadores. Alguns radicais da esquerda rejeitam o termo como uma trapaça política, enquanto outros mais moderados se debruçam em debates jurídicos. Esta brochura não quer participar de tais debates. Nela, o golpe é tido como um dado da própria física do poder: aqui se buscam lições a partir daqueles que o sofreram.

 

“A técnica do golpe de estado é como a do judô: os golpistas têm que usar o peso do Estado contra os governantes”. A base dessa reflexão é o império do conflito, é o lembrete de que a política é a guerra por outros meios. Alguém ocupava o poder e o perdeu, vítima da astúcia de outros. Dentro dessa visão, o objetivo não é se afogar em reflexões intelectuais sobre ter havido ou não um golpe:  grupos se articularam politicamente para fazer um presidente de outra forma que não foi uma eleição geral.

 

Tendências políticas são forçadas à passividade e as forças armadas são cooptadas em um novo projeto político. “Com exército, com Supremo, com tudo”: não é só um ajuste automático, técnico e cotidiano de uma máquina racional impessoal, mas um processo articulado entre diferentes forças políticas. Esse livro não é sobre o quê, mas como — a técnica do golpe de Estado.

 

Não é necessária uma identificação com o projeto petista ou mesmo com o campo popular para se retirar lições do acontecimento — Michel Temer não falhou em se defender com essas lições. O próprio histórico do petismo nos oferece uma visão de brechas estratégicas que permitiram o fato e favoreceram a ousadia de adversários e conspiradores. Para muitos, esta discussão será uma impostura, o grito de um bruto em um jantar de intelectuais. Mas mesmo a esquerda mais comprometida com a institucionalidade e o status quo deve ser capaz de fazer a pergunta: como evitar um golpe?

 

Este livro é uma provocação contra o debate legalista que consome o PT e os epígonos do golpe de 2016. Escrito nos tons da polêmica política de um publicista, ele nos oferece ares mais ativos diante de uma esquerda um tanto afastada de pensamentos militares ou muito dedicada às complexas abstrações teóricas.

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