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ENTREVISTA NA NIGÉRIA: Agoha Franklyn

O Jornal Empoderado vai ao interior do país mais populoso da África e conversa com um cidadão nigeriano.

 

JE: Onde você nasceu? Onde você foi criado?

Nasci em Afugiri, uma cidade no subúrbio de Umuahia, a capital do Estado de Abia. Fui criado em Umuahia e em Lagos.

JE: Como foram sua infância e sua adolescência? O que se esperava de você?

Minha infância foi calma e tranquila. Vim de um ambiente relativamente pobre; morávamos em uma aldeia. Quando jovens, fomos criados ajudando nossas famílias nas fazendas e realizando trabalhos avulsos para ajudar a nos mantermos financeiramente bem.

JE: Tradição é algo muito importante aqui na Nigéria. Qual é o objetivo de se respeitar os ensinamentos dos mais velhos e dos ancestrais?

A África tem uma vasta tradição, e a Nigéria se inclui nisso. Esperava-se que as crianças respeitassem os ricos ensinamentos dos mais velhos sem perguntas, e falhar nisso atrai punição tanto física quanto espiritual.

JE: Muitos povos diferentes convivem dentro da Nigéria. Como é o relacionamento entre eles?

Sim, há mais de 350 grupos étnicos na Nigéria, cada um com uma cultura distinta. Isso às vezes traz conflito, pois o que é honrado em um lugar pode ser tabu em outro. Na maioria das vezes, isso causa conflito de interesses e estigmatização entre os povos.

JE: Há coisas de outras etnias que você aprecia? Se sim, quais são elas?

Eu admiro os festivais culturais de outras etnias da Nigéria. Os passos de dança, as cerimônias de casamento e as canções atraem minha afeição.

JE: Você consegue falar um pouco de yoruba, de hausa ou de alguma outra língua?

Por ter morado em Lagos por algum tempo, consigo falar um pouco de yoruba.

JE: Devido aos meios de comunicação em massa e a produção cinematográfica, milhões de pessoas do Ocidente associam a África à pobreza, à fome e a uma série de calamidades. O que você pensa sobre isso?

Verdadeiramente, assim como em outros continentes, existe um nível alto de pobreza na África, mas isso não tira o fato de que somos ricos também. Temos uma mistura de pobres e ricos. Além disso, a corrupção tem sido nosso grande problema.

JE: Qual é a Nigéria real pra você? Como você vê o país mais populoso da África daqui a cinco, dez anos?

A Nigéria é um país com um povo resiliente e trabalhador. Com as pessoas certas no comando do país, eu vejo a Nigéria ocupando seu posto legítimo, o de protagonismo, na cena internacional daqui a cinco, dez anos.

 

JE: Você havia encontrado com algum brasileiro antes de mim?

Não, você é o primeiro brasileiro que encontrei.

JE: O que você sabe sobre o maior país da América do Sul?

Sei que o Brasil é o lar de lendas do futebol. Pra mim, o Brasil dorme e come pensando em futebol. Lamentavelmente, parece que criminosos estão tomando conta do Brasil agora.

JE: Você conhece alguma pessoa brasileira famosa?

Sim, o Pelé. Edson Arantes do Nascimento.

 

12- O que vem na sua cabeça quando você pensa no Pelé? Ele pode ser considerado um exemplo?

Sim, não se envolveu em nenhum tipo de escândalo durante toda sua carreira. Chegou no topo vindo de baixo. Até hoje, ele representa o lado bonito do futebol. O considero o maior jogador de todos os tempos.

 

JE: Em países brancos como o Brasil, as pessoas são inclinadas a acreditar que é possível conhecer um país estrangeiro a partir de filmes, seriados, clipes e assim por diante. Você pensa que alguém pode conhecer a Nigéria desse jeito?

Sim e não. Sim porque uma parte considerável da vida de um país é retratada em filmes e na música. Não porque filmes e música não representam tudo da vida de qualquer país.

JE: Deixe uma mensagem pros(as) brasileiros(as) que lerem esta entrevista?

Seja objetivo(a) ao ler sobre uma etnia ou um país. Todas nações têm sua beleza e seu lado feio independente do que se escreve sobre elas. Acima de tudo, experiência pessoal é o melhor jeito de se conhecer um povo. Se puder, vá lá pra conferir a real.

 

Entrevista concedida em dezembro de 2019 na cidade de Umuahia.

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