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Uma simples partida de futebol. Simples? Nem tanto, Polônia e Inglaterra se enfrentam por uma vaga na Copa do Mundo do Catar em 2022. Até aí tudo bem, outras tantas seleções estão no encalço da vaga. O que chamou a atenção foi a manifestação de parte dos torcedores poloneses presentes no estádio antes do início da partida. Como tem sido costume em vários jogos de futebol, antes do início do duelo, jogadores se ajoelharam em campo em protesto contra o racismo. Essa atitude tem chamado a atenção no mundo todo e demonstra ao menos uma preocupação de parte da população em relação a esse problema. A Europa tem demonstrado grande afeição a movimentos que cultuam a força branca em detrimento a tanto sofrimento que atitudes discriminatórias como essas já causaram no velho continente. Aliás, o chamado “racismo estrutural” tem sido observado mais de perto por autoridades, organizações em defesa dos direitos humanos, artistas, ativistas e chega agora aos campos de futebol na pessoa de seu mais importante representante: os jogadores. A pergunta que se faz é a seguinte: Como é possível utilizar de meios discriminatórios para se conseguir destaque no mundo? Porque um grupo tem maiores chances de seguir em frente e outros estão destinados ao fracasso social? As respostas serão as mais diversas dentro do universo do racismo estrutural: Dominação, expropriação, sentimento de grandeza, direitos desiguais, e por aí vai. Não há limites para os que se julgam superiores, tudo é possível em nome de uma supremacia autointitulada. Claro que discriminações, infelizmente, vão além da cor da pele, porém, o que é mais detestável no racismo é o fato de que todos nascemos iguais, todos viemos do ventre, todos temos os mesmos fatores biológicos, diferentes de pessoa para pessoa claro, mas dentro da mesma construção genética. Você pode dizer que lutou para ser quem é em detrimento de outros que vagabundearam e se tornaram um problema para a sociedade, parabéns, você conquistou seus méritos. Mas o que dizer da desigualdade apenas por pertencer a um grupo com a pele de cor diferente? Qual é o mérito? Sorte? Porque? Qual a diferença no final das contas? Ou você ainda acha que a diferença no tom da pele impedirá alguém de se tornar um cidadão respeitado e de sucesso? O único motivo para uma resposta positiva, nesse caso, é a discriminação. O branco não chega mais longe que o negro porque é melhor do que ele, mas porque tem mais e melhores oportunidades. E isso está longe de ser uma falácia, é algo que se vive diariamente, principalmente pelos próprios negros e negras. Quando estamos em nosso mundinho tudo parece lindo. Aqui não há injustiça, aqui tem fartura, aqui estamos todos seguros e felizes. Esse mundinho, porém, não expressa a realidade. Na verdade, a mesma é bem dura e difícil, dolorida e cansativa. A cor da pele diz o quanto eu devo me esforçar para conquistar alguma coisa nesse mundo desequilibrado por interesses. Conquistar objetivos não importam em quem se precise pisar, claro, os mais fracos ficam pra trás. Mas não são mais fracos pela força e disposição em si, mas pelas oportunidades, pelas portas constantemente fechadas, pelas desconfianças, pelas agressões gratuitas, enfim, pela ordem estabelecida por aqueles que estão longe do olho do furacão.

Começamos falando da Europa, mas é claro que a mesma não está sozinha. O mundo todo convive com esse problema. Eu disse “convive”? Sim. Porque parece que se tornou algo normal, faz parte da sociedade humana. Talvez por isso a grande dificuldade em mudar esse cenário. Mas ele está mudando, pasmem, chegou no futebol. Desculpem a minha empolgação, sei que é muito pouco, mas avanço é avanço.

Na partida de futebol citado no início dessa matéria aconteceu algo longe de ser inusitado. Vários torcedores poloneses vaiaram a atitude dos ingleses. Infelizmente, os jogadores da Polônia não aderiram ao protesto, apenas Lewandowski se manifestou apontando para os dizeres em sua camisa: RESPEITO. Pouco, muito pouco para uma estrela do futebol internacional. Talvez temendo represálias, tão comum no mundo de ódio que vivemos, o que nem de longe o torna indesculpável.

Gareth Southgate, técnico inglês, definiu bem o que é a nossa esperança:

 “O mundo está se modernizando e, embora algumas pessoas ainda fiquem presas às suas maneiras de pensar e aos seus preconceitos, elas serão dinossauros no fim das contas porque o mundo está mudando.”

Que mude logo. No momento a palavra é:

CHEGA…

NOTA

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