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Audiência pública cobra justiça por mortes de jovens pelo Estado 

Evento organizado pelo Movimento Mães de Maio contou com a presença de movimentos, defensores dos direitos humanos e autoridades

A Faculdade de Direito do Largo São Francisco recebeu nesta quinta (18) uma audiência pública protagonizada por mães de jovens que foram vitimados pela violência de Estado. Além das Mâes de Maio, o evento contou como co-organizadores, os grupos de trabalho e de extensão ligados à FDUSP, o Saju Cárcere, o Conectas Direitos Humanos e o Centro Acadêmico XI de Agosto.

O objetivo do fórum foi convocar autoridades e manter presente no debate público a cobrança justiça pelas mortes de seus filhos, bem como uma política de segurança pública que preze pela vida dos cidadãos.

Presença de autoridades 

A solenidade contou com a participação de Marivaldo Pereira, secretário nacional de acesso à justiça, que em sua participação se solidarizou com os familiares presentes e ressaltou que o governo federal está aberto à receber todas essas denúncias, bem como auxiliar nas apurações sobre os crimes do Estado. A autoridade lembrou ainda do êxito na política de monitoramento por câmeras nos uniformes da PM, que em São Paulo diminuiu entre os anos de 2019 e 2022, 56% das mortes decorrentes de ações policiais.

Estiveram presentes também autoridades estaduais como o deputado Eduardo Suplicy (PT) e os coletivos de codeputadas estaduais Bancada Feminista (PSOL) e  Movimento Pretas (PSOL). 

As mães que vão à luta pela memória de seus filhos

“A gente exige a desmilitarização porque não admitimos uma polícia que mata” disse Maria Cristina Quirino Portugal, que lembrou em seu discurso a memória de seu filho Denys Henrique, de 16 anos à época no chamado Massacre de Paraisópolis em 2019 quando a PM de São Paulo ordenou ação de repressão contra o Baile da DZ7 que levou à morte de outros oito jovens além de Denys na zona sul da capital paulista. 

O drama vivido por Maria Cristina há pouco mais de 3 anos é o mesmo enfrentado por Fernanda Andrade Reis há cerca de 6 meses, já que no último dia 28 de outubro, seu filho, Matheus Henrique de 14 anos foi vítima de execução em Diadema, na região metropolitana de São Paulo. Em entrevista concedida ao Jornal Empoderado, Fernanda afirmou que uma gravação de vídeo mostra o momento em que seu filho foi morto sem resistência ou possibilidade de defesa. As provas coletadas pela família e amigos desmentiram a versão apresentada pelo policial militar responsável pela ação, que resultou na prisão do mesmo há uma semana.

“Isso é uma discriminação, é um genocídio, onde eles vem em busca de matar negros e pobres” afirmou Fernanda, que manifestou também sua vontade de atuar mais de perto em casos como o de seu filho, já que a mesma está se preparando para ingressar em um curso superior de Direito.

17 anos dos Crimes de Maio

O Movimento Mães de Maio surgiu em 2006 após a Polícia Militar promover uma ofensiva que resultou em 505 mortes em duas semanas. Segundo as integrantes do movimento esse número pode ser ainda maior, quando consideradas as execuções em que policiais estavam fora de serviço, mascarados ou disfarçados.

Hoje, o movimento é referência para organização de mães de vítimas do Estado, além de ser um dos principais articuladores nas pautas de direitos humanos e segurança pública no Brasil. 

Na abertura do evento, a coordenadora do movimento, Débora Maria da Silva relembrou que deveria ser inadmissível em uma democracia, que a morte de quase 600 jovens, a maior chacina da história da segurança pública no Brasil, passasse em branco. “Não estamos falando de uma chacina de três ou quatro, o Estado provocou o desaparecimento dessas pessoas” finalizou.

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