Por Rozana Barroso
Nos últimos anos, a educação brasileira passou por um de seus piores pesadelos. A geração que ouviu sobre milhares ingressarem no ensino superior, ficou marcada por perder a oportunidade de continuar essa história. Bem na nossa vez, os cortes nos Institutos e Universidades, precarizaram a sala de aula e prejudicaram pesquisas. O exame Nacional do Ensino Médio foi esvaziado, trazendo em 2021 a marca do Enem mais branco da história e com o menor número de inscritos em 13 anos. As cotas sofreram ameaças e a defesa, por parte da elite, de que filhos de porteiros e faxineiras não tivessem acesso à educação, passou a ser algo ainda mais escancarado.
Enfrentamos uma grande e dolorosa pandemia, causando num país inteiro o medo e tristeza por perdas irreparáveis. Com falta de vacina e negligência, o agravamento da desigualdade social, chegou em cheio na nossa realidade. O abandono e a evasão, começaram a fazer cada vez mais parte do dia a dia das salas de aula online onde muitos não tinham o necessário para estar presente. A fome, o desemprego e o aumento do subemprego, passaram a ser os únicos caminhos para boa parte de nós. Com isso, a necessidade de uma Universidade que trabalhe no enfrentamento desses problemas, é imprescindível ao Brasil.
Relembrar a Reforma Universitária de Córdoba, que a cada dia se torna mais atual, pode e deve inspirar os estudantes brasileiros para grande mobilização em torno das mudanças necessárias. Repensar o papel do vestibular, atualizar as salas de aula, combater o desmonte das Universidades e entender a educação como motor de avanço e conhecimento de nossa história. A Universidade deve ser povo e o povo deve ser a Universidade. Em tempos recentes, tivemos lutas tão protagonistas quanto, aqui no Brasil. Vale relembrá-las para entender que a largada já foi dada. Nos basta continuar com a sede de mudança que pode revolucionar o Ensino Superior brasileiro. A educação é um dos principais meios de contribuir com o desenvolvimento nacional. Formar jovens, para além de transformar vidas e famílias, pode mudar um país inteiro a partir da ciência, tecnologia e desenvolvimento social. Portanto, a atualização das salas de aula devem ocorrer para que esse volte a ser o rumo.
É nesse caminho que quem defende o Brasil, deve seguir. Acredito que a revogação imediata da Emenda Constitucional 95, é um dos primeiros passos para essa mudança. Com investimento, temos a capacidade de entender o atual momento, resgatar uma geração inteira e reconstruir o nosso país. Essa pauta deve ser apresentada a todo o povo brasileiro, como um meio de nos garantir emancipação. Assim, poderemos nos livrar das amarras de um sistema que nos afasta da educação e que tem nos apresentado apenas a morte como perspectiva de presente e futuro. Defender uma Reforma Universitária construída com o povo, pode garantir que nós, primeiros da família na universidade, não sejamos os últimos. Quem defende o desenvolvimento do Brasil, quer uma nova sala de aula!
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