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Gilmar Mendes e o acordão da impunidade

Sim, é incrível que tal fato ocorra nos dias de hoje…

Nos últimos meses, ou no último ano, o brasileiro vive aos sobressaltos. A cada dia que se abre o jornal uma nova barbaridade desponta nas primeira páginas. O cenário atual não passa de um desdobramento dos anteriores, ou de uma tragédia anunciada. “ Vai acabar tudo em pizza”. Esse é o mantra popular. E assim, silentes, vamos acompanhando a catástrofe política.

É pena que nosso povo não se interesse pelo tema. Tomaram as ruas pela queda da ex presidente Dilma Roussef, mas não se interessam pelo cenário de desolação que se apresenta  agora em Brasília. A primeira democracia, a grega, era discutida nas praças. A república tem no nome toda a lógica da cidadania, porque a república não é nada menos do que a “coisa pública”, ou assunto do qual deveriam se ocupar todos nós brasileiros.

Se o interesse fosse maior, não viveríamos a tragédia que se apresenta hoje…

Talvez a barbárie tenha se agigantado com a composição do ministério de Michel Temer. Nas palavras de Miltom Leite, que apesar de esportista é também jornalista e interessado, uma quadrilha se apossou de Brasília.

Então, vagamente, desvelaram-se vários movimentos do executivo, legislativo e judiciário no sentido de buscar-se a impunidade dos muitos citados na Lista de Janot. A trama é complexa e é necessário estar atento.

A famosa PEC (projeto de lei) da corrupção, aclamada nas ruas, foi desfigurada na câmara por Renan Calheiros (PMDB) e seus sequazes. Diversos políticos, da direita e da esquerda, estiveram envolvidos nessa barbaridade. Vale a comparar os nomes que corroboraram pela derrocada da PEC com aqueles citados na lista da lava-jato. As semelhanças são imensas.

Mais tarde, vale lembrar, ocorreu a misteriosa morte de Teori Zavascki. Não que se fale em conspiração, mas o fato é estranho. Infelizmente não se fala mais do assunto.

Então, descaradamente, despontaram os partícipes do amplo movimento que busca a derrocada das investigações e a impunidade dos políticos envolvidos nos escândalos recentes. Observam-se movimentos hediondos no sentido de resguardar partidos implicados nas denúncias.

Temer, apontando indiretamente nas primeiras denúncias, precocemente se apresentava como o chefe de uma quadrilha, algo insuperável para os já corruptos padrões nacionais. A barbaridade se desnudou em sua conversa com Joesley. A conversa gravada entre o dono da JBS e o Presidente da República, levando ela ou não à um futuro impeachment de Michel Temer, já de pronto entrou para a história. Estará em todos os livros de ginásio. É um diagnóstico da catástrofe política nacional. Vale relembrar um breve trecho:

Joesley- “ …o negócio do vazamento do telefone lá do Eduardo ( Cunha) com o Geddel volta e meio citava algo tangenciando a nós…Eu to de bem com o Eduardo…”

Temer- “ Tem que manter isso, viu?”

Temer esta semana atacou Janot e todo o julgamento. Descaradamente, fala o que pensa, trabalha pelos seus e pela impunidade.

Mas, relembrando, como surgiu Joesley, e por que a conversa é tão grave?

Joesley é o presidente da JBS, envolvido em numerosos acordos escusos durante a presidência de Dilma Roussef e provavelmente com presidentes que antecederam à ela. O bizarro acordo de delação premiada que isenta o corrupto Joesley de penas maiores é o que talvez aproxima Temer e Joesley e sugere um acordão de impunidade ainda maior. Na gravação o empresário fala que tem um “ procurador no bolso…”. Este não seria ninguém mias que Edson Fachin, o responsável pelo obsceno acordo.

Seo PMDB tem a Temer, a Fachin e a tantos outros para lutar pela impunidade dos seus, o PSDB tem um importante aliando, Gilmar Mendes. Aécio e Gilmar Mendes tem uma conversa recente interceptada pela polícia federal. A conversa mostra ampla camaradagem entre o político e o jurista. Tratam de favores. Gilmar Mendes pode conseguir o impossível, livrar o tucano que está implicado em cinco inquéritos. Se as coisas continuarem como estão, será mesmo Gilmar Mendes o responsável pelo julgamento do senador mineiro.

Há francos indícios de que Aécio e Gilmar querem obstruir o inquérito da lava jato. Recentemente, o jurista tantas vezes criticado por Boechart afirmou que: “ Não há democracia sem política e sem político”, frase estapafúrdia, que leva à ideia de que, afastando-se estes corruptos, não haveria a perpetuação da política.

Se existem quem lute pela impunidade dos parlamentares de PMDB e PSDB, o caso não é diferente com o PT. Edson Fachin, que fez campanha para Dilma Roussef, há uma semana vem tratando de pulverizar as investigações da lava-jato, favorecendo a corruptos do PT de dos outros partidos implicados. Esta semana, o tesoureiro Vaccari Neto, condenado em primeira instância pela delação de múltiplos empresários sabidamente envolvidos, foi absolvido num novo julgamento do caso, desta vez em outro foro.

Infelizmente, a pizza foi ao forno, vivemos uma catástrofe, e o povo pouco se importa com isso…

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