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A Crise Política e seus desdobramentos

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No dia 12 de maio o Brasil completou um ano da posse de Michel Temer à presidência da República em um processo que deixou cicatrizes profundas na combalida democracia brasileira. Em um cenário extremamente conturbado, com um país divido entre “coxinhas” e “mortadelas”, Temer assumiu a presidência sob fortes expectativas, tanto por parte de seus apoiadores quanto por seus detratores. Assim que assumiu a presidência, Temer, através de sua equipe de Marketing, tratou de modificar criar um slogan para o seu governo, “Ordem e Progresso”, justamente os dizeres positivistas das bandeira nacional. Se o país estava no caos, Temer o colocaria “nos trilhos” fala que tem sido utilizada, insistentemente, pelo presidente em todas entrevistas.

 Passados um ano do impeachment que retirou a presidente legítima Dilma Rousseff, constata-se, com base nos últimos dados, que a economia deu uma leve melhorada, fruto de uma série de medidas orquestradas pelo ministro Henrique Meirelles, homem forte do governo Temer, como os saques dos Fundos de Garantias de contas inativas, aumentando o consumo e movimento a economia e o programa de parcerias público-privadas o PPI, que ampliou as privatizações de bens públicos, tirando a obrigatoriedade Estatal de investir em determinados setores.  Se a economia passou a respirar, por outro lado o presidente presenciou sua popularidade desabar, atingindo incríveis 9% de acordo com os institutos de pesquisa. A baixa popularidade de Michel Temer se deve aos seguintes fatores:

  • Falta de Legitimidade já que não foi eleito diretamente para o cargo mais alto do poder executivo brasileiro.
  • Participação no processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, agindo nos bastidores para sacramentar sua queda, em parceria com o PSDB e com o DEM.
  • Agenda de governo reformista cujas ações lesam apenas os trabalhadores, como a Reforma da Previdência e a Reforma Trabalhista.
  • Falta de diálogo com Movimentos Sociais e demais entidades ligadas as classes populares.
  • Ministério formado exclusivamente por Homens brancos, excluindo-se mulheres, negros e demais minorias. Em um país com tanta diversidade, um ministério igual ao do governo Temer não encontra representatividade entre o povo brasileiro.
  • Os incontáveis escândalos de corrupção envolvendo ministros e líderes do governo, como Romero Jucá, Geddel dentre outros.
  •  Forte apoio à bancada ruralista e desmantelamento da FUNAI.

A situação agravou-se mais com a veiculação das gravações entre o empresário Joesley Batista da JBS (que dentre outras marcas detém a FRIBOI) indiciado por corrupção ativa pela Operação Lava-Jato, com o presidente Michel Temer, em março, no Palácio do Jaburu. A conversa, em clima intimo e extremamente informal, teve como tema central as ligações de Joesley com o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB) e as táticas nefastas utilizadas por Joesley para garantir os interesses da JBS, parceira do governo Federal desde os tempos de PT.  A conversa mostrou a profunda ligação entre interesse público e o privado ao longo da história brasileira e, com riqueza de detalhes, o brasileiro assistiu como funciona a gigantesca rede de influências existente em nosso país.

Acusando o golpe recebido, setores que outrora apoiaram o governo Temer como a grande imprensa, passaram a atacar Temer sistematicamente ao mesmo tempo que, “novas soluções” tem sido propostas, algumas, constam na própria Constituição Federal, como eleições indiretas em caso de vacância no poder. No caso de uma eleição indireta, os nomes cogitados tem sido de Carmen Lúcia, atual presidente do STF, Henrique Meirelles, atual ministro da Fazenda e homem forte do governo Temer até os nomes do ex ministro Nelson Jobim juntamente ao do ex presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Cabe ressaltar que, por mais que eleições indiretas constem na Constituição Federal como medida a ser tomada caso Temer caia, o presidente eleito indiretamente pelos parlamentares encontraria forte resistência das ruas pois também não gozaria de legitimidade popular, deixando o clima político ainda mais instável, ampliando o Risco Brasil, afastando potenciais investidores.  A saída mais viável seria através de eleições Diretas, dando ao povo o direito de escolher os rumos do país, como acontece em todas as democracias representativas do planeta. Ventilam-se eleições indiretas exatamente pelo medo que alguns setores da sociedade tem do “efeito Lula” onde o ex presidente, mesmo sendo réu da Operação Lava-Jato, de acordo com as ultimas pesquisas tem liderado os índices de intenção de votos. Aliando-se o “efeito Lula” com a agenda conservadora adotada pelo governo reformista de Temer, uma eleição Direta, seria catastrófica para os donos do capital brasileiro.

 No cenário de incertezas que tem rondado o país, principalmente com a Operação Lava-Jato atingindo o PSDB e o PMDB sepultando figuras políticas do peso de um Aécio Neves, não é de se estranhar que forças ocultas, alheias aos interesses nacionais, não estejam tramando para, quem sabe, ocupar o cargo mais alto do executivo, tornando Temer em uma simplória figura decorativa na História do país.

  • Texto publicado originalmente no blog História Política e Blablabla no link: https://historiapoliticaeblablabla.wordpress.com/2017/05/22/a-crise-politica-e-seus-desdobramentos/

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