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Entrevista: Luciano Marzocca, da Calendário Geek

 

Uma entrevista com o idealizador de uma Calendário Geek. Quer saber mais? Leia a entrevista.

Quem é o Luciano e como nasce seu amor Geek?
Luciano Marzocca – Eu sou um cara que curte conhecer várias coisas, e procuro conhecer além da superfície. Isso me torna “geek”. Foi uma coisa incentivada desde cedo, fosse a leitura ou a TV, cinema ou música. Então não sei identificar quando me apaixonei por essas coisas, acho que nasceram comigo. Quando comecei a ler HQs, queria saber tudo sobre os personagens; quando fui estudar música, queria saber como aquela banda chegou àquele resultado, e por aí vai. Sabe quando criança quer ver o mesmo filme trezentas vezes, quer a mochila, a lancheira, o carrinho? Isso é ser fã de algo, e a torna geek naquilo. Não sou diferente.

Gosta mais de: anime? game? Filme? Quadrinhos? ou…?
Luciano Marzocca – Pergunta muito difícil. Hoje está tudo meio misturado. Leio quadrinhos desde os 6 anos de idade, jogo videogame desde o Game&Watch da Nintendo. Jogo Pokémon Go todo dia. Sou vidrado em cultura japonesa desde que me conheço por gente, e isso me levou aos mangás e animes muito cedo. Eu assistia a Dragon Ball Z em fitas VHS trazidas por amigos na década de 1990, assistia a Yamato e Groizer X na extinta Rede Manchete. Sou fã de  ThunderCats e Star Trek até hoje. Amo e faço cosplay. Piro com as recriações medievais, quase fui historiador. Então, eu acho que não consigo escolher.

Fale do seu projeto “Calendário Geek”.
Luciano Marzocca –  Se tem data, se é nerd ou geek, aparece no Calendário. Isso engloba uma série de atividades. Livros têm data de lançamento, revistas também. TV tem data de exibição. Streaming tem estreia, assim como cinema. Contudo, é ingênuo pensar que o Calendário Geek conseguiu abraçar todos esses segmentos tão bem quanto abraçou os eventos. No Calendário Geek existe um espaço para cada atividade, mas é o de eventos que o público mais procura. A ideia nasceu de juntar meu expertise como editor de periódicos (trabalho na imprensa há 22 anos) e a necessidade do público de ter informação centralizada, fácil de acessar. Era para ser impresso como um guia turístico, mas a velocidade da informação não permitiu. Ficou como site e redes sociais.

Esperamos entrar no Calendário Geek com nosso próximo evento Nerd (risos). Agora, falando sério, como é escolhido os eventos nerds/geeks, para o Calendário?
Luciano Marzocca –  Preferi criar o Calendário Geek sem critério de julgamento, senão eu me tornaria árbitro de uma série de assuntos e seria muito fácil errar. Por isso, eu faço pesquisas diárias atrás de eventos. Isso não impede os organizadores de me sugerirem. Eu só peço que enviem com o máximo de antecedência. Se tiver texto e fotos, daí da para fazer até matéria, com página própria e tudo. Esse é o serviço público do Calendário, por isso não cobro um centavo, nem posso. Já para cobrir um evento é mais difícil, já que ainda estou sozinho. São cerca de 30 eventos por semana, eu consigo ir, no máximo, a dois. Às vezes decido no palitinho mesmo, outras, pelo tamanho. Mas não sou livre de paixões, então, certas vezes, eu vou no que me fez a cabeça (risos).

Fale sobre o evento START 2018 que vai acontecer sábado, 27 de janeiro.
Luciano Marzocca –  Nós comemoramos o aniversário do Calendário Geek dia 26 de janeiro, já que foi o dia que saiu o registro internacional em Brasília como veículo oficial, o ISSN. 2018 vai ser a primeira vez que comemoramos perto da data certa. Em 2016 foi em fevereiro; em 2017, em março. Mas nós queríamos algo diferente, uma festa com painéis do que vem por aí, não só mais um evento. Por isso surgiu a Start2018, para dar espaço para quem quiser falar de seus lançamentos geeks e nerds, para quem quiser vender as coisas que amamos, para quem quiser se apresentar. Claro, tudo de interesse do nosso público. E digo “nosso” porque me considero um organizador, não dono do evento, pois se um único apresentador, um único expositor faltar, o evento fica comprometido. Se eu fosse dono, eu mandaria e pronto, mas como sou organizador, tenho que pedir, incentivar o povo. Eu sou o cara que preenche a planilha do Excel para cada um poder fazer seu melhor na hora e no lugar certo.

Fale da dificuldade de ter mídia impressa hoje.
Luciano Marzocca –  Resumido? Tempo e dinheiro. Sério, o papel demanda um tempo de produção que não compete com a internet, com a facilidade de um celular em acessar o quê e onde algo acontece, sem contar o custo que se tornou um luxo. Na minha opinião, o papel vai continuar a existir para eternizar aquilo que merece, mas, para veicular informação efêmera, vai acabar. Jornal de papel vai se tornar inútil, e revistas vão se tornar algo mais próximo dos antigos almanaques, com informações mais completas. Quando se fala de eventos, que muitas vezes são veiculados 15 dias antes de acontecerem, fica impraticável pensar em gráfica.

O quem mudou para Cultura com essa nova administração de São Paulo, do João Agripino Doria?
Luciano Marzocca –  A Cultura, em geral, eu não posso opinar. Para a cultura geek, está precarizada. A retirada da autonomia dos espaços públicos em promoverem seus próprios eventos acabou com os eventos nerds e geeks de baixo custo, como encontros de fã-clubes em cineclubes e bibliotecas. Como um cara que trabalha mais de 40 horas semanais vai ter tempo  de se inscrever como produtor cultural, fazer projeto, ficar batendo boca com a Prefeitura só para reunir seu fandom? Para piorar, isso elevou assustadoramente o preço dos salões, antes acessíveis a eventos de médio custo. A Start mesmo quase não aconteceu, e fui acusado de mercenário por uns, porque repassei o custo para os expositores para manter a entrada gratuita, e de idiota por outros, por trabalhar tanto por tão pouco dinheiro.

Existe uma precarização da Cultura, um esfacelamento desta gestão?
Luciano Marzocca –  O prefeito pode ter seus méritos, mas na Cultura encontramos seu calcanhar de aquiles. A gestão acabou com projetos que atravessaram gestões de partidos rivais e davam certo. É o gestor que não gerencia nem seu guarda-roupas direito. Não basta ser gestor, tem que saber em quem confiar, e esse gerenciamento, no tocante ao público nerd e geek está fazendo um bem danado à região metropolitana, pois muitos estão indo para cidades como São Bernardo e Taboão da Serra, e deixando o equipamento público paulistano às traças. Equipamento esse, só lembrando, comprado com o dinheiro de nossos impostos.

 

NOTA

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