Edital do Concurso Produção para cinema 2018 vai incluir cotas para negros, indígenas e mulheres, afirma a Agência Nacional de Cinema (Ancine)
A Agência Nacional de Cinema (Ancine) quando anuncia R$100 milhões destinados a produções de longas independentes, documentários e animações como cota para negros, indígenas e mulheres repara uma distorção que há décadas tira visibilidade de uma grande parte da população.
A decisão foi tomada depois de entidades e associações do setor reclamarem e após pesquisas comprovarem que havia um “cenário” distorcido que precisava ser ajustado.
Apesar da maioria da população ser de negras (os) e pardos (as) apenas 2% são diretores (as) cinematográficos e somente 15% estão em papeis principais nos filmes nacionais.
Fora Xica da Silva, com Zezé Mota no longínquo 1976 ou As Filhas de Vento, com Tais Araújo de 2004 quantas mulheres negras se tem lembrança como protagonistas? Quantos diretores negros?
Pior que não se ver negros(as), mulheres, trans e indígenas protagonizando filmes, quando os são ocupam papeis estereotipados. São meras caricaturas da realidade.
No dia a dia se depara com profissionais negros (as) na advocacia, na área da educação, da pesquisa, do empresariado, do jornalismo entre outros ramos profissionais. Porém no cinema nacional o (a) negro ou está sambando, ou chutando uma bola ou carregando uma arma como se isso representasse e resumisse todos os pretos e pretas brasileiras.
Por isso quando a Ancine anuncia cotas de género e raça em edital para produção de filmes é uma forma de o próprio povo preto e preta contar sua história da forma mais plural possível.
