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SETEMBRO AMARELO: a sustentabilidade da vida e as políticas públicas

A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), o Conselho Federal de Medicina (CFM), o Centro de Valorização da Vida (CVV) e algumas instituições do terceiro setor, organizam uma campanha à nível nacional no mês de setembro no Brasil em celebração ao dia 10, que é o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.

A campanha alerta a sociedade para números e índices alarmantes:  “a cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio”; “a cada 03 segundos uma pessoa atenta contra a sua própria vida”; O Brasil é o 8º país em números absolutos de suicídio”; “entre jovens de 15 a 34 anos, o suicídio é a segunda causa morte no mundo”; “Informação somada ao compartilhamento de vídeos e materiais é uma significativa forma de ajuda”.    

Concordo plenamente com a campanha, sou adepta convicta de que temos que tratar o assunto desmistificando-o e respeitando quem sente as dores.  Obviamente pela minha essência Cristã Evangélica, mulher negra e da vivência de desafios que estamos expostas na periferia (onde cresci e vivo), tenho a minha opinião de solução é muito alicerçada na necessidade de uma espiritualidade madura e equilibrada para sair da beira do abismo que é adotar o suicídio com opção.

Contudo, como o nosso caderno é um caderno de Políticas Públicas e de Sustentabilidade Socioambiental quero aqui abordar o tema a luz da sociologia e para isto chamo para a nossa conversa Karl Marx – Sobre o Suicídio e Emile Durkhaime – O Suicídio, dois importantes pensadores e autores de grandes obras sociológicas (do século 18 e 19) que abordam o suicídio como um fato social, resultado da opressão da vida em sociedade, submetida a um contorno social que proporciona aos indivíduos poucas ou limitadas opções para seu desenvolvimento e participação cidadã. A importância da questão suicídio na sociedade é que além da discussão nestas obras, os dias atuais século 21 com os registros destes casos de perdas de vidas demonstram uma sociedade doente. No acesso a estas duas obras vocês poderão acompanhar o resultado de uma pesquisa baseada em relatórios de condições empíricas (da vivência real destas pessoas e dos fatos que as levaram a por fim a própria vida).

E revendo estas obras e a Campanha Setembro Amarelo deste ano me coloquei a pensar na forma e na maneira como  nossa sociedade se explora, tornando ainda mais difícil uma convivência sustentável, invisibilizando dores atrás do realização de consumo e das relações “mercadológicas” (que, aliás, deixa um passivo ambiental cada vez maior), e ainda cria um consciente coletivo que ter é mais significativo do que ser. E o consumo de mercadorias para suprir (enganosamente) as faltas e os vazios, ao invés de tratar o problema.

O desregramento social onde as instituições não cumprem mais o seu papel e caem em descrédito, o Estado pela ausência de políticas públicas de assistência e apoio na situação de vulnerabilidade das pessoas, levam ao desespero, a desesperança na possibilidade de novos dias com um sentido maior para a vida, e tem como reflexo os números alarmantes citados pela campanha: Setembro Amarelo.

É de suma importância compreender que se temos o suicídio com um fato de causas social, isto expõe a opressão construída e mantida pela sociedade privada, mas, também pela atuação do Estado no exercício da sua racionalidade, que realiza de forma ineficiente o exercício de suas funções, não respondendo as demandas sociais a contento. Isto coloca todos sob o prisma da responsabilidade compartilhada, o cidadão como ser social que delega mandatos aos representantes de forma pouco refletida, e que não dimensiona as consequências reais do seu ato nas urnas, os governos que não constroem uma agenda pública melhor estruturada para o enfrentamento do problema e abordagem do tema dentro das políticas públicas estruturais e de desenvolvimento social. Ou seja, a vida privada está inevitavelmente ligada à vida política e nossas escolhas não devem negligenciar a busca do bem coletivo e nosso próprio aperfeiçoamento como sociedade.

A insustentabilidade da vida humana é também uma radiografia da sociedade e estamos interligados e conectados, por isto, devemos sim nos importar uns com os outros para conquistarmos inclusive um planeta melhor.

Você já havia pensado nisto?

Referência

https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Midia/-Sobre-o-suicidio-de-Karl-Marx/12/9407

https://cafecomsociologia.com/suicidio-emile-durkheim/

http://sociologiacienciaevida.com.br/sociedade-de-consumo/

http://mc.jurispro.net/I3SerPoliticoSocial.htm

https://www.youtube.com/watch?v=PGfSGmudWIY

https://www.youtube.com/watch?v=jYSOZPH7EQ8

https://www.youtube.com/watch?v=B20As1k4bpE

https://www.youtube.com/watch?v=c5cAgcEMXeQ

NOTA

Não deixe de curtir nossas mídias sociais. Fortaleça a mídia negra e periférica

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7 respostas

  1. Boa tarde, Valéria Silvestre este mês temos visto vários casos de suicídio e em um deles, infelizmente, uma família inteira foi vitimada e martirizada. Um tema triste para se discutir,…É muito importante a conscientização, pois algumas pessoas acham que depressão é frescura isto ser falando você levando essa bandeira Valéria Silvestre Jornal Empoderado falar sobre isso já é uma forma de mostrar que a sociedade não dá as costas para os problemas das pessoas. Andreia Oliveira

    1. Obrigada, agradeço imensamente pela participação de todo(as) e pela colaboração ao tema através de seu comentário.
      Falar sobre o assunto é um passo importante para que sofre e para a sociedade como um todo poder aprender a lidar com o mais recorrente mal que assola a alma e a vida humana.

  2. Muito bom o texto! Excelente reflexão sobre suicídio, políticas públicas, sociologia e sustentabilidade! Tema de grande importância nesse mês de setembro e que está mais interligado com questões sociais do que imaginamos. Parabéns amiga 🙂 um beijo grande

  3. Excelente análise sobre suicídio, políticas públicas, sociologia e sustentabilidade! O tema é bem mais sério e amplo do que imaginamos! Parabéns pelo texto amiga 🙂 bjos

  4. Ótimo artigo, Valéria Silvestre. A opressão do mercado que se apropria do Estado anula o sentido social e a participação coletiva na solução das questões sociais e desta o sentimento de coresponsabilidade do destino comum. O individualismo é endeusado e a indiferença pelos desajustes é a regra
    Quando você reporta o pertencimento ao pensamento cristão advém, neste contexto a frase:
    “Coloque a vossa luz acima da mesa para que todos a vejam”.
    A luz da Associação Brasileira de Psiquiatria, e demais parceiros da Campanha de Prevenção ao Suicídio, ilumina o problema e também nos mostra a indiferença de quem deveria ser protagonista na garantia da vida e do bem estar dos cidadãos. A morte do reitor da Universidade Federal de Santa Catarina ainda grita por justiça perante o governo federal e “seus” agentes de segurança.
    Que está luz brilhe e nos ajude a salvar vidas.

  5. O artigo nos trás um assunto muito importante e delicado, que precisa ser encarado de frente nas escolas, igrejas, associações, em fim em todas as organizações sociais e religiosas.
    A quase uma década, comenta-se se a “instituição humana” teria falido. Acredito que enquanto espécie a super população tem nos trazidos cada vez mais desafios, hoje estamos conectados com o mundo, desligados ás vezes até do cônjuge, ou da família e amigos. Precisamos repensar a existência e a partir dai, qual o significado que ela tem.
    Acredito que tudo pode ser diferente e para melhor…

  6. Obrigada, agradeço imensamente pela participação de todo(as) e pela colaboração ao tema através de seu comentário.
    Falar sobre o assunto é um passo importante para que sofre e para a sociedade como um todo poder aprender a lidar com o mais recorrente mal que assola a alma e a vida humana.

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