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SEMINÁRIO NACIONAL EM DEFESA DA EDUCAÇÃO PÚBLICA NA APEOESP

Sábado dia 15 de junho a Anlu (A Nossa Luta Unificada). que é um campo de reflexão do Movimento Negro Unificado – MNU, foi até a APEOESP – Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo discutir sobre um tema que está sendo sistematicamente atacado pelo governo atual: EDUCAÇÃO.

É perceptível a ação destrutiva deste governo em relação a pasta da educação. O presidente e sua equipe já anunciaram cortes e sucateamento na área da educação, que levarama duas Grandes Greves em seus 100 dias de mandato.

Relembre 10 tropeços na Educação em 100 dias de governo Bolsonaro clicando aqui

Dentro dessa perspectiva de horror vivida na área educacional a Anlu convocou entidades e pessoas ligadas a educação para traçar um panorama e criar estratégias para o futuro.

Abertura do evento foi feita por Roberto Guido, secretário de Comunicação da Apeoesp (SP) e foi representando a presidenta da entidade a Dep. Professora Bebel (PT). Guido falou sobre a importância do evento e terminou recitando um trecho de um música que fala sobre a luta na educação. (Ouça abaixo):

Roberto Guido com o microfone
 

Sônia Santos, que faz parte da organização e da executiva da Anlu agradeceu aos presentes, aos(as) que colaboraram/organizaram e apoiaram o evento, apresentou os convidados (as) da mesa e homenageou o Milton Barbosa, um dos fundadores, do MNU, que por mais de 40 anos luta incansavelmente, sem tirar férias, pela população negra. E por fim, lembrou que as mulheres negras além de empoderadas, sabem fazer projetos.  

Sonia Santos com o microfone

A primeira mesa contou com Sônia Santos – MNU/SP e Anlu; Marisa Mateus do Instituto Nacional da Tradição e Cultura Afro-Brasileira (INTECAB/SP), é resultado de um longo processo e emergiu como necessidade nacional, decorrente do intenso movimento internacional promovido pela -SP; Leninha Claudino – Coordenação Nacional do MNU; Nuno Coelho – representando mandato do Deputado Federal Vincentinho (PT); Roberto Guido representando a Bebel (PT) que é professora, deputada e presidente da Apeoesp; Emir Silva representando a Nacional da Anlu; a Deputada Estadual  Erica Malunguinho (PSOL) que  enviou um vídeo e o

Lucas Batal respondeu sobre a importância de negros (as) da militância estarem em partidos político citando pensamentos do Lenin (revolucionário comunista, político e teórico político russo), Ângela Devis (professora e filósofa socialista estadunidense) e até o Partido dos Panteras Negras.

Porém questionou que um partido deve ser utilizado como uma ferramenta que vai potencializar as lutas dos movimentos sociais para que assim consigam chegar nas demandas das periferias, das mulheres, do campo. Ou seja, em todos os lugares inclusive na Universidade. E não sirva apenas para objetivos pessoais como busca do poder e cargos.  

Lucas Batal (com o microfone) liderou a mesa.

Marisa Mateus do Instituto Nacional da Tradição e Cultura Afro-Brasileira (INTECAB/SP falou com o Empoderado

Na segunda mesa estiveram presentes o Deputado Jesus dos Santos, da Bancada AtivistaGerson Souza, representando o MST/SP, Kelly Cristina Quintialiano, da Uneafro, Weber Lopes Góes, doutorando em Ciência Humanas e Sociais Universidade do ABCRichard do MNU/MG.

As falas mais contundentes contra o sistema acadêmico vieram de Weber Lopes. Destacamos o trecho no qual o doutorando cita Engels*, que dizia que os bairros pobres eram chamados de bairros de má reputação. Trazendo uma provocação, Weber perguntando se os jovens desses bairros não poderiam contribuir para uma universidade popular, sem ser desse modelo atual, em sua visão conservadora.    

*Friedrich Engels foi um empresário industrial e teórico revolucionário prussiano, nascido na atual Alemanha, que junto com Karl Marx fundou o chamado socialismo científico ou marxismo.

O doutorando mostrou preocupação com a saude mental do estundantes, negros (as) e de periferia, que estão nas intituições de ensino superior.

Sua preocupação advém das inúmeras pressões a que esses alunos estão submetidos. Em função de dificuldades financeira, distância, dificuldade de locomoção, tempo (muitos deles tem que trabalhar para se sustentar), por conta desse panorama, além das pressões acadêmicas normais, estes alunos acumulam uma dificuldade maior para se manterem no curso.

Audio de parte de sua esplanação  

E a terceira mesa contou com Edson França, da Unegro que participou da mesa “Desafios e Estratégias das Organizações de Esquerda do Movimento negro Brasileiro. Edson em um papo informal lembrou que existem pessoas que falam de uma uma favela/periferia criada em sua fantasia, mas que não conhece. E lembrou da música genial de Geraldo Filme, histórico intérprete e músico da escola de samba Vai-Vai!

Felicidade hoje é fantasia
e o povo canta mesmo sem saber
que a favela virou poesia
na boca de quem nunca soube o que é sofrer – 

(Tristeza do sambista – Geraldo Filme)

A mesa contou com a presença de Sérgio Lourenço de um coletivo do centro de São Paulo que tem como missão fazer ações sociais. Assim nasceu a Feira Afro-Cultural da Zona Norte.

Sérgio apontou que a Cultura é outro meio de lutar pela Educação., além de entreter, a cultura acaba abrindo espaço no mercado para venda de produtos negros, dando assim condições financeiras para muitos que querem se  manter na Universidade, além de ajudar na conscientização do valor de produtos feitos por negros.

Na última mesa estiveram presentes também Flávio Jorge, da Conen e o Rapper Pirata, do Fórum Hip Hop.

Agradecimento especial a simpatica Sônia Santos pelo convite e a recepção gentil. O seminário também contou com a organização de Emir Silva e Leny Claudino de Souza, ambos da Anlu.

Sem dúvida este Seminário não só apontou estratégias como nos provocou a buscar novas pontes de diálogo entre nós. Deixando evidente que nunca descansamos,  pois o racismo não dorme. A juventude militante foi representada por Jesus da Bancada Ativista, Rapper Pirata do Fórum de Hip Hop, Weber Lopes Góes, Doutorando da Universidade ABC  e Tito do Fantasmas VERMELHOS.

Eles  foram diretos e  precisos nas suas visões sobre  a Educação brasileira, que nunca pensou em nós  como seres pensantes, atuantes ou detentores de conhecimento acadêmico. Mas para tristeza deles, esses jovens mesmo depois de passarem pela academia não desviram seus focos traçados dentro  causa racial.

Falas que apontam o racismo como maior causador do genocídio negro e a Educação como a coisa de importância para os negros conquistarem, não somente  conscientização de ser negro, mas a elevação da Auto-estima de quem somos e como somos visto pelos racistas.

As mulheres presentes em sua falas, como era  de se esperar, foram bem retas, o feminicídio não podia ficar de fora. Sabemos que reprodução do machismo muitas vezes se dá  por falta de ensinamento educativo desde da infância, onde não conseguimos desvincular o estereótipo da mulher negra como objeto de posse do seu agressor. Esta é uma questão a ser trabalhada por todos, incluindo os homens, neste diálogo de desconstrução do machismo.  

A ancestralidade também é abordada de forma política, de quem somos e como queremos ser vistas, não somente como belas, mas também como seres de transformação política, de onde falamos.

A preservação de nossa Cultura e religião,  que vem sofrendo constantes ataques às Casas de Axé, e embranquecimento dentro destes espaços, até então ditos como negros, um debate delicado,  mas alguns querem discutir o assunto também como reflexão política.

A negra é aquela que chora pelos seus mortos devido a cor da pele, pelos nossos maridos, pelos nossos filhos e por aí vai, por sermos negros. A mulher negra sempre foi e será aquela que irá lutar por todos dentro e fora do Axé.

Não basta que os negros na academia sejam apenas referência, mas que levem pra academia o processo de resistência” Sônia Santos, do MNU e da executiva da Anlu.

Edição e Reportagem: Anderson Moraes
Revisão: Anna Brisola

NOTA

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