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A psicologia, sociologia e filosofia, há anos busca desvendar quem é o ser humano, como se desenvolve e quais são as raizes de seu comportamento e desenvolvimento.
Wallon reconhece a complexidade do ser humano em uma síntese do motor, do cognitivo e do afetivo. Ousaria eu acrescentar a já estabelecida teoria a ancestralidade. Considerando os avançados da psicologia social e o papel das representações sociais enquanto conjunto de valores e crenças que direcionam as tomadas de decisão, a postura do indivíduo, e sem a pretensão de me aprofundar em complexas teorias e estudos me questiono e provoco o leitor a seguinte reflexão: onde está o povo preto em todos esses relevantes estudos?

Bem como em outros campos de pesquisa, raramente o negro é o centro dos estudos. Assim, fica difícil ao povo preto identificar-se e encontrar-se na literatura que contempla e contribui para a compreensão e desenvolvimento pessoal e grupal.

A história nos apresenta o negro brasileiro enquanto grupo que traz em si toda a ancestralidade de raízes fortes.
Somos fruto da sobrevivência. No Brasil, somente os negros mais resistentes foram capazes de sobreviver aos maus tratos, do transporte prepar precário em navios negreiros e a uma escravidão desumana baseada em torturas. Resistência e força resumem nossa ancestralidade, nosso passado.

Mas o que sussurraram em nossos ouvidos que nos imobiliza, paralisa e limita? Quais representações foram transmitidas de geração em geração, e que na maioria dos casos nos coloca em uma posição de servidão, de escravidão velada ora evidente?
Somos escravos de nossos medos, de nossas limitações, de nossas inseguranças. Somos acorrentados a desumanidade de nossos opressores. E, não raras as vezes, permitimos que essa erva daninha sufoque o crescimento de bons frutos.

Mas temos raiz! Raiz forte! Raízes profundas! E todo o que é perene é arrancado diariamente por companheiros de coletivos, por irmãos (de família ou de lutas), por intelectuais que se voltam a pesquisa do povo preto, das minorias, dos marginalizados. E assim seguimos. A exemplo das correntes que nos prenderam, construímos elos que fortalecem quem somos, que resgata raízes e permitem que fortes árvores se estabeleçam e cresçam, pois há muita beleza nos frutos que aí estão e que ainda virão…

* Diretora de escola e mestranda em Psicologia da Educação pela PUC-SP. Atua no desenvolvimento de cursos para formação docente e presta consultoria educacional.

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NOTA

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