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Por Anderson Moraes, Jorge Monteiro e Porfa. Hainra Asabi

Na última semana (17) o país viu o Tribunal de Justiça de São Paulo determinar a retirada do especial intitulado Perturbador, das redes sociais. O motivo? O “comediante” Leo Lins, em seu show faz piadas contra a população negra, escravidão, idosos e pessoas com deficiencia. Alguns artistas como Fábio Porchat e Danilo Gentili foram em defesa do Léo Lins, com a alegação de sempre: Uma piada não mata. Será?

A história mostra que o que se inicia com um xingamento na escola como pretinho, tiziu ou cabelo ruim, lá na frente ajudará a lógica de racismo que estrutura a sociedade que ainda tem trabalho análogo a escravidão, que tem a policia que mais mata pessoas pretas e pobres, que faz a populaçõa negra ganhar menos e ter menos oportunidades. Além de invisibilizar essas pessoas seja no mercado de trabalho ou nas mídias.

Se der uma olhada no judiciário brasileiro você tem certeza que está numa reunião na Suécia ou Holanda. Apesar de serem mais de 55% da população, as pessoas negras ainda lutam por dignidade, melhores trabalhos, protagonismo na política e na mídia.

Existem várias formas de se matar um povo e muitas vezes começa com animalizar essa pessoa através de uma “piada” ou xingamento, de macaco, dentro de um estado de futebol.Nota: Entenda mais do caso que tirou das redes o material preconceituoso clicando aqui!

Com a voz Jorge Monteiro colonista do Empoderado: “Assistimos a um festival de horrores essa semana com o senador Magno Malta afirmando que não era pra gente olhar para o Vini Jr e sim aos macacos e de quebra que entraria com uma leitoa branca no campo e beijaria ela pra mostrar que não tem preconceito com branco. Malta provou que tem preconceito com os negros de uma maneira mais criminosa possível, foi tão criminosa que até alguns bolsonaristas acharam absurdo a sua fala, o que precisa ser feito é uma coisa simples, a sua cassação imediata, pois não dá pra tolerar ou passar pano como muitas pessoas fizeram, alegando que ele era “sem noção”, ele de fato foi racista, sem meias palavras.”

A professora Hainra Asabi fez um fala sobre a história do racismo no país:

“O racismo é antes de tudo uma estratégia. A descriminação racial tem sempre por base a ideia de superioridade de uma pessoa ou conjunto de pessoas com relação a outra pessoa ao grupo. Superioridade meramente presumida. Como nos mostra os vastos estudos presente, não só nas ciências humanas, mas em todas as ciências. Até o século XVI, o mundo reconhecia os grupos humanos apenas por aparência e costumes distintos, mas nunca diferenciados pela cor da pele. O que ocorreu a partir da época dos “grandes descobrimentos europeu” que deixou no mundo a grande ferida do escravismo e sequestro de poços africano de suas famílias e terra. Muito antes disso já tínhamos em Àfrica grande civilizações com inúmeras tecnologia que até hoje não conseguimos superar, saberes da engenharia, medicina, agronomia, metalurgia, astronomia, só para citar algumas. Os “grandes descobridores” consideravam inferiores, todos os grupos humanos vistos como não cristão, árabes, africanos, chineses, inventores das matemáticas, do leme fixo, da bússola. Mas reconheciam a humanidade dos “bárbaros” do norte, então convertidos ao Deus Cristão. Foi neste período que o racismo dos europeus passou a se basear na cor da pele. Logo o racismo nada mais é que um produto pensado e estruturado pelos “dominadores”, a fim de aniquilar a ancestralidade preta e nossa diáspora africana. Mal sabem que resistimos e continuaremos os passos dos nossos que vieram antes de nós. Como diz o provérbio africano: “até que os leões contem suas próprias histórias, a história sempre glorificará o caçador”. A história vai apresentar nossa narrativa e dará o espaço que  cabe a cada racista e seus atos na memória de nosso posso, assim vamos poder sentir a plena justiça. Muito triste assistimos ainda hoje cenas de racismo como as dos últimos dias, mas que vem tendo respostas a altura. Chegará o momento onde as pessoas não brancas terão sua humanidade reconhecida?”    

Por fim, diariamente o Empoderado recebe denúncias de todo Brasil sobre racismo, prisão injusta e violências contra a população negra e periférica, – se for na busca do site e colocar racismo encontrará inumeras matérias sobre o tema. As últimas denúncias foram de jovens agredidas e xingadas na Fatec, de Santos e o caso da “amiga da Thata” que reportou que foi mal tratada quandos se hospedou em um hotel do Guarujá, caminhoneiro da Carina. Tanto que fomos procurados pela jornalista Ariene Veiga, da TV Globo para falar sobre o aumento de registros – boletins de ocorrência. Algo rotineiro para nós. Entidades, pessoas indicadas e até partidos nos procuram para relatarem abusos e violencia contra corpos negros e periféricos. Ou seja, para nós um “macaco” ou “cabelo ruim” não é piada e sim parte de uma estrutura que mata, encarcera e mutila fisicamente e psicologicamente um povo que já sofre com descaso político e jurídico.

Foto de capa: Caso de trabalho análogo a escravidão em vinículas do RS, Mulher preta é retirada de voo da Gol por se recusar a entregar mochila, Vinicius Jr mais um vez sofre racismo em jogo da Espanha, jogo de simulação de escravidão que estava na Google Play e Léo Lins o comediante que teve material preconceituoso retirado das redes por determinação judicial.

Nota2: Não deixe de curtir nossas mídias sociais. Fortaleça a mídia negra e periférica. Clique aqui!

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