Paulão nunca foi um primor de zagueiro. Sempre marcou sua carreira com disposição e raça, não sendo conhecido ou reconhecido por seu talento com a bola nos pés. No jogo do último domingo, entre Vasco e Botafogo, vencido pelo Vasco pelo placar de 3 a 2, Paulão falhou e ocasionou um gol do seu adversário.
Após o jogo, o jogador sofreu vários ataques racistas pelas redes sociais, vindas de todos os lados. Mais uma atitude lamentável, demonstrando o ódio de uma sociedade “virtual” que não tolera erros, ou opiniões contrárias, apenas desfila sua intolerância em redes sociais.
O Club de Regatas Vasco da Gama repudia todo ato de racismo e qualquer outro tipo de discriminação. Não são aceitáveis as ofensas racistas que estão sendo feitas ao atleta Paulão. Sempre lutamos pela igualdade e tomaremos ações cabíveis para quem age de forma contrária.
— Vasco da Gama (@VascodaGama) April 2, 2018
O atleta não se pronunciou, ficou em silêncio e vida que segue. O Vasco segue nesta quarta-feira para mais um jogo, colocou uma mensagem dirigida a sociedade para demonstrar o seu sentimento com relação ao assunto:
As manifestações são importantes e válidas. Porém são insuficientes. O simples repúdio não irão calar as manifestações, bastando outro “motivo” para que a intolerância volte a tona. Pode ser com Paulão ou qualquer outra figura, do Vasco ou do nosso futebol.
Ações racistas devem ser combatidas com severidade, não sendo possível mais tolerar esse tipo de manifestação. Atitudes de repúdio são importantes, mas o racismo deve ser tratado de maneira mais contundente, em uma ação que deve envolver o futebol como um todo.
Paulo Cesar Vasconcelos, do Sportv, registrou a sua indignação e cobrou atitudes enérgicas para o Vasco e o próprio Paulão tome medidas: “Queria prestar toda minha solidariedade ao zagueiro Paulão, que foi vítima, de ontem para hoje, de vários ataques racistas nas mídias sociais. Espero que o Paulão e o Vasco entrem em ação, corram atrás e identifiquem quem foram os autores desses ataques racistas. Uma coisa é criticar uma falha, isso é do jogo. Mas criticar um jogador por causa da cor de sua pele é algo abjeto. O Vasco e o próprio Paulão têm que ir à frente porque só assim vai combater essa praga que, em nome do anonimato, o sujeito fica valente. O jeito de acabar com essa valentia é indo atrás e combatendo.”
O jornal empoderado reforça a sua postura de combate ao racismo e seguirá denunciando e cobrando as autoridades por medidas mais efetivas contra esse mal. O importante também é seguir em frente com atitudes, não somente com indignação e palavras. Somente assim estaremos combatendo o racismo!
