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O Brasil desperta hoje depois de um domingo agitado. Na véspera se deram as eleições para presidente, senador, deputado federal e estadual. No tocante ao maior cargo executivo em litígio, talvez, e infelizmente, nunca tenha se dado embate tão caloroso dentro da sociedade brasileira. Talvez também nesse pleito, pelas escolhas do eleitorado,  tenhamos descoberto um pouco do que se passa no imaginário do brasileiro, suas opiniões e predileções.

Nosso povo ainda é intolerante. Grande parte da nossa população é machista, racista e não tem como bem estabelecido o conceito de estado de direito. Muitos de nós não defendem ou não vêm grande importância na defesa  da nossa frágil democracia. Os muitos anos de ditadura talvez expliquem o fato, e também o nosso precário sistema de ensino. .

Esta explicação justifica parte do apoio dos brasileiros a Jair Bolsonaro. O candidato do PSL incorpora em seu discurso todos estes posicionamentos. Outro tanto de eleitores vota no candidato procurando ver derrotado o candidato do PT Fernando Haddad. O partido também tem grande rejeição por parte do eleitorado,  e esse sentimento se justifica. O Partido dos Trabalhadores com o PT alcançou grandes avanços no primeiro mandato de Lula, garantindo entre outras coisas um acesso  dos vários estratos da população ao ensino terciário.  Mais tarde, entretanto, incorporou o vício dos seus predecessores, deixando um legado de corrupção.

Bolsonaro é filho disso. Na eleição com maior absenteísmo da história recente, Bolsonaro é filho da desilusão com uma esquerda que não fez diferente. Esperou-se em vão uma guinada a esquerda, e hoje estamos mais desiguais do que estávamos em 1968.

A rejeição aos dois candidatos portanto se justifica. Ao primeiro pela apologia que faz à ditadura e  por seu discurso machista e homofóbico. Ao segundo por representar um partido que por  14 anos esteve no poder, tendo feito muito mas perdendo-se pelo caminho, aliando-se mais tarde ao grande capital e acabando por perpetuar o status quo.

O brasileiro ansiava por uma terceira via. Boulos do PSOL representou a liderança de um partido ficha limpa que vem aos poucos se constituindo como legítima opção da esquerda. Marina da REDE propôs uma renovação do legislativo e maior combate a corrupção. Ciro Gomes adotou o discurso de esquerda encampando guerra contra Bolsonaro e Haddad. A verdade mesmo é que a terceira via não se concretizou. Os votos de esquerda e direita se pulverizaram entre Alckmin, Ciro e os tantos outros candidatos, sendo então alçados ao segundo turno os candidatos com a maior rejeição.

As notícias não são de todo ruins. Há aqui de se fazer uma ressalva.

A nossa sociedade dera uma grande prova de maturidade no dia 29 de setembro. Não nos equiparamos às democracias bem estabelecidas, mas é certo que evoluímos. Demos mostras de maturidade. Hà pouco mais de uma semana  mulheres ( e homens, solidariamente) de todo o Brasil se uniram no #Ele não. O gesto foi pela defesa de igualdade de gênero, mas abrigou a defesa de toda a sexualidade, bem como das minorias ameaçadas pelo candidato do PSL. Este sábado surpreendeu a todos e entrou para a história. Nossa sociedade enfim se mobilizou e tomou as ruas. As multidões fotografadas nas principais capitais atestam para isso.

E porque a mídia brasileira e particularmente a Globo noticiou tão pouco o evento? Não sei bem ao certo. Difícil imaginar que os meios de comunicação estejam sinalizando um apoio, mesmo que  tímido, a Bolsonaro.

É certo que não nos equiparamos às antigas democracias. Estas seguem dando  exemplo  a se incorporar, como o observado nos Estados Unidos. Fora lá eleito, há pouco mais de meio ano, uma figura que poderia, em última análise, ameaçar a democracia do nosso irmão rico. O que se deu depois é que a instituição democracia, amparada nos três poderes, executivo, legislativo e judiciário, equipotentes, mostrou-se tão sólida que hoje já se sabe Trump dificilmente ameaçará as bases daquela democracia.

Mas devemos pensar o agora, e principalmente no nosso contexto. Resta a votação  do segundo turno. A rejeição do eleitorado, para qualquer um dos lados, tem razão de ser, mas nunca é tarde para se perder as esperanças. É dever de todo o cidadão defender a república e, para isso, defender qualquer candidato republicano que se oponha à opção escolhida pelo PSL.

 

Referências: https://www.youtube.com/watch?v=BwLg13hSkRk&t=1152s

https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/raio-x/presidente-1-turno/evolucao-de-votos-validos-dos-partidos-na-eleicao-para-presidente?uf=sc

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