No Brasil o racismo estrutural e as marcas históricas da escravidão, fazem com que haja uma presença maior de corpos negros em lugares desvalorizados. A população negra é maioria nos presídios, nas favelas, nos sub-empregos, no trabalho infantil. A desigualdade social que se perpetua desde dos tempos da escravidão, é responsavél pela manutenção dos privilégios da elite branca. A luta por espaço é desigual, pois há uma estrutura onde o racismo online não reconhece o trabalho desses sujeitos, considerando um subproduto de tecnologias e práticas digitais. Devido à natureza cruzada da opressão, como os emaranhados de racismo e sexismo heteronormativo e misoginia, as mulheres negras enfrentam uma quantidade de abusos online que muitas vezes é lamentavelmente ignorada pelas instituições, incluindo organizações que parecem.
“A ausência do negro ou sua imagem inferiorizada, quando aparece diante das formas de comunicação de massa como as telenovelas brasileiras, séries, propagandas em outdoor, programa de entretenimento, e entro outros produtos produzidos pela mídia brasileira são consequências de uma exclusão social gerado pelo preconceito racial contra as populações negras do país. Destas, as que representam uma grande parcela de pessoas marginalizadas e que apresentam os indicadores sociais mais desfavoráveis.” (BARRETO; CECCARELLI; LOBO, 2017).
O racismo digital como um problema encontrado nas redes de comunicação digitais. Sendo estas experiências relatadas por pessoas negras sem pesquisas contemporâneas, nos estudos sobre racismo e mídia. À medida que os desenvolvimentos digitais ocorrem, há uma necessidade de trabalho que teorize estudos sobre a escassez de representatividade negra nas mídias sociais.
”Uma das características do racismo é a maneira pela qual ele aprisiona o outro em imagens fixas e estereotipadas, enquanto reserva para os racialmente hegemônicos o privilégio de serem representados em sua diversidade. Assim, para os publicitários, por exemplo, basta enfiar um negro no meio de uma multidão de brancos em um comercial para assegurar suposto respeito e valorização da diversidade étnica e racial e livrar-se de possíveis acusações de exclusão racial das minorias. Um negro ou japonês solitários em uma propaganda povoada de brancos representam o conjunto de suas coletividades. Afinal, negro e japonês são todos iguais, não é?” (CARNEIRO, 2004,p.2)
Para exemplificar, o artigo Mídia Negra e Desigualdade na Estrutura Midiática: Apontamentos sobre Brasil e Estados Unidos, aponta que a desigualdade racial presente nas estruturas dos sistemas midiáticos, pode contribuir para se pensar as relações raciais e o racismo. Que no Brasil, existe um certo privilégio apontado na pesquisa aos atores brancos para concessão de trabalhos, nos EUA existem leis que no decorrer do tempo exclui determinados atores e beneficia outros.