Nota da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa
Primeiro os nazistas levaram os socialistas. Mas como não era socialista,não me importei.
Depois levaram os judeus. Mas como não era judeu, não me importei.
Em seguida, levaram os negros. Mas não me importei com isso. Eu não era negro.
Em seguida levaram operários. Mas não me importei com isso. Eu também não era operário
Depois agarraram uns desempregados. Mas como tenho meu emprego. Também não me importei.
Aí vieram me buscar. Mas já era tarde. Como não me importei com ninguém. Ninguém se importa comigo.
Martin Niemoller (1892-1984)
Na data do dia 12 (sexta) de março, foi deflagrada pela Polícia Federal a operação Operação Shalom que tinha como alvo o pastor Tupirani da Hora Lores, chefe da Igreja Pentecostal Geração Jesus Cristo. Durante a operação, os agentes federais foram à sede da igreja para colher provas depois que o religioso, em um de seus cultos, pediu por um “massacre” de judeus.
Salientamos que esses não são os primeiros crimes de intolerância e racismo praticados pelo religioso e seus seguidores. Em 2014 o pastor Tupirani foi condenado por injúria após a destruição do templo de umbanda Cruz de Oxalá, no Catete, em 2008. Também é acusado de perseguição aos mulçumanos, atos feitos na praia de Copacabana, perseguição à família do delegado Henrique Pessoa e aos membros da comunidade LGBTQIA+.
Atos que vão totalmente na contramão do que pregam líderes e lideranças religiosas da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, que buscam construir uma sociedade mais tolerante e plural. Ademais o referido pastor se manifesta contrário ao estado democrático de direito, contra a pluralidade das liberdades. Esperamos que medidas como essas possam também, ser implementadas como os demais casos de intolerância religiosa que vem crescendo assustadoramente no Brasil.
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Rio de Janeiro, março de 2021.