O Jornal Empoderado considera legítimo, necessário e oportuno o ato deste Sábado, 29 de Maio, contra o governo destrutivo do genocida Jair Bolsonaro.
A rua tem sido historicamente importante para o debate político, ou seja, é palco privilegiado e permanente das ações coletivas que visam a conquistar corações e mentes para a luta democrática, antirracista, antimachista e antihomofóbica.
Já são mais de 450 mil mortes por Covid-19, consequência do plano de extermínio em massa de Bolsonaro e seus asseclas, terroristas de Estado. Um genocídio que dizimou famílias, empresas, comunidades e sonhos. Trata-se da maior tragédia da história de nosso país.
O Empoderado, no entanto, não recomenda que as pessoas negras, indígenas e periféricas participem presencialmente das manifestações. Pois somos hoje a massa de corpos trabalhadores vulneráveis que adoecem e morrem, todos os dias, lotando os cemitérios.
As pessoas brancas, de classe média e alta, especialmente as já vacinadas, devem compreender a situação de assimetria social nas medidas sanitárias protetivas. Cobrar dos mais vulneráveis participação física nos eventos demonstra ausência de bom senso e empatia.
Convém pensar na cidadã e no cidadão que residem nos extremos da cidade, privados de auxílio emergencial digno e ainda não vacinados. Correrão riscos injustificáveis ao deixar a quebrada para se juntar à multidão dos que protestam.
A contaminação certamente gerará um efeito em cadeia na família, colocando todos em risco, especialmente os idosos, os desnutridos e as vítimas de outras enfermidades.
É preciso lembrar que fomos tomados da mãe África, sequestrados, e, desde então, somos concebidos como utensílios descartáveis do capital. Somos o corpo que, historicamente, tomba, numa Guerra do Paraguai, no suplício de um pelourinho, nas jornadas insalubres do chão de fábrica.
Ainda assim, sabemos que muitos irmãos e irmãs ousarão participar dos atos. Que esses nobres espíritos sejam cuidados por nossos protetores. Entendemos a decisão e rezamos por vocês.
O Empoderado fará a cobertura do ato em São Paulo. Nossa querida fotógrafa, Ina Henrique, após uma longa conversa com o conselho do jornal, deliberou participar da manifestação. Segundo ela, dois motivos justificam sua ida ao ato: primeiro por ter tomado a primeira dose da vacina e segundo pela importância jornalística do evento. Respeitamos esse senso de dever da companheira.
Insistimos: os negros, indígenas e periféricos não devem se abater pela ausência na manifestação. A prioridade política dos combatentes, como dizia o ítalo-negro Marighela, é manter-se vivo. Para cuidar dos seus, para aprender sempre e aprimorar o método de luta contra a injustiça.
Acreditamos que, em algum momento, comoveríamos as lideranças brancas de esquerda*, que seriam tocadas por nossos argumentos. Não ocorreu, infelizmente. Seguem convocando o povo a lotar as ruas.
Por fim, lembramos que a pandemia mata. O governo Bolsonaro mata? Sim, mas convenhamos que sofremos nesta terra há séculos, que somos a carne negra, a mais barata do mercado, como denunciou a companheira Elza Soares.
Então, se puderem, permaneçam em casa. Mantenham-se vivas e vivos! Aos que saírem às ruas, recomendamos o uso permanente de máscara dupla (não retirar para comer, beber ou fumar), óculos de proteção ou face-shield, distanciamento social e uso de álcool em gel depois de tocar em pessoas, estruturas ou objetos.
*Nota: Ciro Gomes (PDT) fez um vídeo falando que respeita quem for ao ato, mas que as pessoas se protejam e tomem cuidados.
Foto de capa: https://www.estrategiaods.org.br
Respostas de 5
Importante um jornal que trata das temáticas da nossa gente, com uma linguagem que todos entendem
Importante um jornal que trata das temáticas da nossa gente, com uma linguagem que todos entendem .
Parabéns para a equipe
Parabéns para o jornal empderada e toda sua equipe
Obrigado, Arlete de Lourdes Isidoro. Por nos acompanhar!
Obrigado, Arlete. E continue nos acompanhando!