Nesta quinta-feira (27), integrantes do Saracura Vai-Vai, movimento que luta pela preservação da memória negra do Bixiga a partir do sítio arqueológico encontrado na obra da Linha 6-Laranja do metrô, vão guiar a Caminhada Noturna, evento tradicional organizado pelo restaurante APFEL na região central de São Paulo.
Com saída às 20h da Biblioteca Mário de Andrade, o roteiro intitulado “Caminhada SARACURA VAI-VAI: Homenagem aos 144 anos do bairro BIXIGA” destaca uma história que por muito tempo foi invisibilizada: a da ocupação negra que origina o território, com a formação do Quilombo Saracura.
O passeio terá seis paradas: Largo da Memória, passarela dos Piques, Câmara Municipal de São Paulo, trecho do Minhocão (via Leste-Oeste) que corta o bairro, Estação Saracura Vai-Vai (canteiro de obras) e Museu do Bixiga (Mumbi). Nestes pontos, serão abordados aspectos históricos da presença negra na região central de São Paulo; a importância e a ocultação dos rios na paisagem; as transformações urbanas neste espaço; as sociabilidades no Bixiga e a luta pela memória do Quilombo Saracura, onde está sendo construído o metrô.
O passeio será guiado por Candinho Neto, jornalista fundador da Banda do Candinho, tradicional grupo carnavalesco da região; Claudia Balthazar, turismóloga doutoranda em Planejamento e Gestão do Território na UFABC; o educador José Adão, co-fundador do Movimento Negro Unificado (MNU); e Roberto Regensteiner, integrante do Conselho Participativo Municipal pelo bairro. Também falará Carlos Bautel, coordenador da iniciativa da caminhada pelo restaurante Apfel. No dia, um folheto com textos de Roberto e Claudia será entregue aos participantes.
O roteiro é gratuito e, para participar, basta comparecer ao ponto de encontro. O Movimento Saracura Vai-Vai surgiu em junho deste ano a partir da divulgação do sítio arqueológico encontrado na obra da linha 6-Laranja do metrô no Bixiga, local que no século XIX abrigou o Quilombo Saracura e, até setembro de 2021, a quadra da escola de samba Vai-Vai. Da compreensão da importância desses vestígios para a memória negra, o grupo se formou, lançando manifesto, petição e empreendendo ações educativas desde então no território.
Saiba mais: @estacaosaracuravaivai
Para mais informações: estacaosaracuravaivai@gmail.com