“Madame” é o novo espetáculo teatral assinado pelo dramaturgo Márcio Telles, da Companhia Odara, com direção de Marcelo Drummond. O monólogo tem o próprio Márcio interpretando Madame, figura emblemática que ora está com vestidos, lenços e maquiagem, ora traz para o palco a malandragem e a mandinga características do famoso capoeirista boêmio, Madame Satã (1900-1976), a quem Márcio dedica o espetáculo. O conjunto dessas personas resulta em uma figura emblemática, arisca e cheia de contradições.
No palco, Madame utiliza de seu cabaré para promover a insurgência da arte considerada “marginal” e a contestação sócio-política de camadas excluídas e preteridas socialmente. Numa mistura bem equilibrada entre manifesto político e o escracho elegante, Madame convida o público a vivenciar o ambiente de seu cabaré, compartilhando suas cicatrizes, trajetória, percepções e a subversão da qual o seu corpo preto é protagonista e, por isso mesmo, perseguido.
Nesse ambiente aconchegante e pessoal que é o seu camarim, Madame se transforma. Troca de figurino como quem troca de pele, a serpente do arco-íris de Oxumarê. O Ouroboros que pica com seu veneno e também transmuta para a cura. Se despe de das sombras de suas cicatrizes e traumas para dar luz a uma figura envolvente com seus enredos, sotaques e mandingas, percorrendo caminhos circulares e ancestrais das encruzilhadas, madrugadas, terreiros de candomblés e a apoteose do Carnaval. O sagrado e o profano juntos para celebrar narrativas de resistência ocupando esse terreiro eletrônico que é o Oficina, transformando-o nesse cabaré que acolhe a luxúria e a cena boêmia, além de reverberar a voz de contestações sociais como o racismo, a LGBTfobia, a intolerância religiosa e a identidade de gênero.
No decorrer do espetáculo o público dança músicas resgatadas da boêmia, na voz do talentoso pianista Rod Jubelini e também nos convidados que Madame leva ao palco, muitos deles transformistas que trabalham na noite cantando ou dublando grandes clássicos.
Sobre:
Márcio Telles
Ator do Teatro Oficina, produtor e diretor artístico da Tádito Produção, tendo produzido diversos projetos em parceira com a SMCSP, também é idealizador e diretor cultural do Instituto Odara de Arte e cultura,produtor artístico da Revista Raça e também diretor de carnaval com atuações em grandes escolas de samba em São Paulo.
Marcelo Drummond
Ator,produtor, diretor e iluminador, atuando há mais de 35 anos no Teatro Oficina UzynaUzona. Participou de várias peças dirigidas por Zé Celso Martinez Corrêa e, em cinema, fez “Baal ,Ralé” (com direção de Helena Ignez), “Horácio” ( Mathias Mangi), “Esperando Godot” ( Monique Gardenberg). Dirigiu os espetáculos “O Assalto, Santidade” (de Zé Vicente), “Navalha na Carne , Assassinato do Anão do C. Grande” ( de Plinio Marcos), “O Bailado do Deus Morto (de Flávio de carvalho) e“Paranoia”, de Roberto Piva, no qual também atua.
SERVIÇO:
Datas: 4, 11, 18, 25 de abril
Local: Teatro Oficina
Rua Jaceguai, 520 – Bixiga
Segundas-feiras, às 21h00
Duração: 120 minutos
Classificação indicativa: 14 anos
Valor: 50,00 inteira – 25,00 meia
Link para compra de ingressos: https://bileto.sympla.com.br/event/71980
FICHA TÉCNICA:
Dramaturgia e atuação: Márcio Telles
Direção: Marcelo Drummond
Produção executiva:Diego Dionísio
Direção de Cena: Elisete Jeremias
Cenografia: Tádito Produção
Assistentes de Produção : Anderson Vaz, Robson Silva e Kelly Campello
Direção musical : Ito Alves
Preparação Vocal : Rafaela Romam
Piano : Rod Jubelini
Percussão: André Santana
Operação de Som : Otávio Ortega
Microfonista: Jamile Magalhães
Desenho de Luz : Luana Della Crist
Assistência e operação de Luz: Pedro Felizes e Lua Mello
Assessoria de Imprensa : Baobá Comunicação, Cultura e Conteúdo
Imagem : Jennifer Glass e Rafael Berezinski