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Jacarezinho chora mar de sangue provocado pela Policia Civil do Rio de Janeiro

Aconteceu hoje, no Jacarezinho, a segunda operação policial mais letal da história do Rio de Janeiro.

“É sangue pra todo lado”, assim diz a jovem atriz moradora do Jacarezinho ao registrar sua comunidade se esvaindo em sangue e desespero!

Em uma conjuntura de fome, de vírus, de fragilidade educacional principalmente para crianças de favelas e periferias e em meio a políticas públicas desmontadas, deficientes e até mesmo inexistentes, a forma que o Estado encontra de “proteger” crianças e adolescentes aliciados pelo tráfico, é fazer uma operação que resulta em 23, 25 mortes (o número não para de subir), entre eles um policial civil.

Em nota a polícia civil diz que a:  “A região do Jacarezinho é considerada um dos quartéis-generais da facção Comando Vermelho na Zona Norte do Rio de Janeiro.”, reforçando o discurso de guerra que produz e naturaliza mortes como resultado positivo de projetos de segurança pública.  Todas os favelados do Rio hoje, são e choram o Jacaré!

Por Daniela Lopes, com imagem da Natália Brambilla?

Foto do perfil do Instagram @eunataliabrambila

Um morador que não quis se identificar lembrou que “somos (negros e negras faveladas) apenas números e que mesmo com o “Fora Bolsonaro” (a saída do atual presidente) continuarão a nos matar”.

Mais uma vez o que mais choca é ver quem deveria ser parte da solução ser parte do problema. Jacarezinho está aterrorizada e sofrendo, após a brutalidade cometida por quem deveria zelar pela paz e a vida dos mais vulneráveis.

O Jornal Empoderado entrou em contato com Benedita da Silva (PT) que mostrou estar visivelmente abalada com o fato. Ela estava reunida na Câmara do Rio de Janeiro com seus pares pensando estratégias para essa brutal ação na comunidade carioca. Já o Movimento Negro e a sociedade civil tentam buscar respostas reais para o que aconteceu hoje. Muitas entidades e autoridades falaram com o Empoderado sobre o dia de hoje:

“Toda a Diretoria se pôs diante um Estado racista que continua minuto a minuto a nos matar!” – Instituto Brasileiro de Ciências Criminais – IBCCRIM

“Mais uma vez, uma ação policial em favela — desta vez em clara afronta à decisão o Supremo Tribunal Federal (STF) — termina em mar de sangue e dor. Movimento negro e a sociedade civil se debruçam para achar respostas e identificar os culpados por esse ato de barbárie, que demonstra vivermos a cada dia mais em um país dominado pelo ódio, em especial dirigido ao povo preto e pobre.” – Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé

“Essa política de Segurança Pública, baseada exclusivamente na guerra nas favelas, é uma insanidade. Temos a polícia que mais mata e mais morre no mundo, e em que isso melhorou a situação do Rio de Janeiro? A violência e a quantidade de homicídios caíram? O poder das facções diminuiu? Os cariocas se sentem mais seguros? Não. Para tirar a juventude do crime, a gente tem que oferecer oportunidade, educação, cultura, não bala e morte. Além de tudo, a operação que resultou na chacina do Jacarezinho é ilegal, porque foi proibida pelo STF. Por isso, acionei o governador do Estado, Cláudio Castro, e a Procuradoria-geral de Justiça do Rio de Janeiro, para que a ação policial seja devidamente investigada.” – Declaração do Deputado Federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ)

Assinam os ofícios: Dep. Talíria Petrone (Líder do PSOL), Dep. Benedita da Silva (PT/RJ), Dep. Ivan Valente, Dep. Vivi Reis (PSOL/MG), Dep. Renata Souza (PSOL/RJ), Dep. Aurea Carolina (PSOL/RJ), Dep. David Miranda (PSOL/RJ), Dep. Fernanda Melchionna (PSOL/RJ), Dep. Glauber Braga (PSOL/RJ), Dep. Fernanda Melchionna (PSOL/RS), Dep. Luiza Erundina (PSOL/SP), Dep. Marcelo Freixo (PSOL/RJ), Dep. Sâmia Bomfim (PSOL/SP), Dep. Flávio Serafini ( PSOL/RJ-Alerj), Dep. Eliomar Coelho (PSOL/RJ-Alerj), Dep. Dani Monteiro (PSOL/RJ-Allerj), Dep. Mônica Fransisco (PSOL/RJ-Alerj) e Dep. Tarcísio Motta (Vereador e Líder do PSOL/RJ).

Oficio Gov – Favela do Jacarézinho

Oficio PGJ-RJ Favela do Jacarézinho

“É um escândalo! Foi uma chacina! No Brasil não existe pena de morte! A polícia não tem autorização para matar. Exigimos apuração de mais um caso que se soma ao genocídio que alcança a periferia do Brasil.” Deputado Federal Orlando Silva.

AMANHÃ TEM ATO

Na quinta feira, dia 6 de maio, pela manhã, a polícia entrou na favela do Jacarezinho com o objetivo de fazer uma operação contra o aliciamento de menores. O saldo dessa operação foi uma das maiores chacinas do RJ, em que 25 pessoas foram mortas, entre elas, crianças e adolescentes.

Há vídeos em que policiais invadem casas de forma violenta e denúncias de que chegaram a esfaquear pessoas e as avisarem que nos próximos dias será pior.

Nas favelas, se a morte não chega por meio da omissão do Estado no combate a pandemia, chega por meio do caveirão e de fuzis. Mesmo que fiquem em casa, não há auxílio emergencial, morre-se de fome ou em operações.

Por isso, quem for contra a morte de seres humanos a sangue frio, a barbárie e o controle social dentro das favelas, venha somar forças!

Vamos nós manifestar às 7 horas da manhã em frente a Cidade da Polícia que fica na rua Dom Hélder Câmara n° 2066, próximo ao metrô Maria da Graça.

Vamos prestar homenagem a memória dos mortos e seus familiares com faixas pretas, flores, velas, homenagens e a luta contra operações policiais que buscam apenas o derramamento de sangue.

Vamos transformar o luto em luta! Queremos JUSTIÇA e o fim da guerra aos pobres!✊?✊?✊?

Foto de morador do Jacarezinho
Foto de morador do Jacarezinho

Nota da Polícia Civil do Rio de Janeiro

Polícia Civil realiza operação contra traficantes no Jacarezinho

Criminosos aliciam crianças e adolescentes para atuar no tráfico

Policiais civis realizam, nesta terça-feira (06/05), a Operação Exceptis contra a organização criminosa de traficantes que atua na comunidade do Jacarezinha, na Zona Norte do Rio. A ação é coordenada pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), com apoio de outras unidades do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE), do Departamento Geral de Polícia da Capital (DGPC) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE).

A investigação teve início a partir de notícias recebidas pela DPCA de que traficantes vêm aliciando crianças e adolescentes para integrar a facção que domina o território. Esses criminosos exploram práticas como o tráfico de drogas, roubo de cargas, roubos a transeuntes, homicídios e sequestros de trens da Supervia, dentre outros crimes praticados na região.

Com base em informações preliminares, foi deflagrado um trabalho de inteligência pelo Setor de Busca Eletrônica da DPCA, onde, após a quebra dos dados telemáticos autorizados pela Justiça, foram identificados vinte e um integrantes do grupo criminoso, todos responsáveis por garantir o domínio territorial da região com utilização de armas de fogo. Foi possível caracterizar a associação dessas pessoas com a organização criminosa que domina a região, onde foi montada uma estrutura típica de guerra provida de centenas de “soldados” munidos com fuzis, pistolas, granadas, coletes balísticos, roupas camufladas e todo tipo de acessórios militares.

A região do Jacarezinho é considerada um dos quartéis-generais da facção Comando Vermelho na Zona Norte do Rio de Janeiro. Em razão da dificuldade de se operar no terreno, por conta das barricadas e das táticas de guerrilha realizadas pelos marginais, o local abriga uma quantidade relevante de armamentos, que seriam utilizados nas retomadas de territórios perdidos para facções rivais ou para se reforçar de possíveis investidas policiais.

Além do uso das mencionadas práticas típicas de guerra, em dezembro de 2020 e abril de 2021, os criminosos do Jacarezinho sequestraram trens da Supervia, demonstrando que a sua forma de atuação se assemelha àquelas empregadas por grupos terroristas.

Foto de capa: Fabiano Rocha/Divulgação 

NOTA

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