A Frente Nacional Antirracista (FNA) vai fazer um grande ato nesta quinta-feira, dia 13 de maio, data da assinatura da Lei Áurea há 133 anos atrás, que oficialmente aboliu o trabalho escravo no Brasil.
Em todo o Brasil, haverá distribuição de cestas básicas em favelas, comunidades quilombolas, indígenas e ribeirinhas. Camélias também serão distribuídas.
Um manifesto elaborado pela Frente Nacional Antirracista também será divulgado, no dia 13. O documento promete denunciar a incompletude da abolição no país, pois a Lei Áurea alterou as relações de trabalho, sem criar mecanismos de amparo e inclusão no mercado de trabalho aos ex-escravizados e seus descendentes.
A camélia é uma flor que simbolizou a luta abolicionista brasileira. Era plantada nos jardins das casas e utilizada como marca de adesão militante.
“Escolhemos fazer nossas ações em comunidades quilombolas, ribeirinhas e em favelas, porque são espaços que, historicamente, simbolizam a exclusão. E é a partir desses lugares que acreditamos que devem vir as saídas dos impasses que atrasam o Brasil”, disse Priscilla França, representante da Educafro e da Equânime.
Os atos vão acontecer de 10h às 12h, em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal.
Em São Paulo, o ato acontecerá no “Espaço Cultural Jardim Damasceno”, na Favela da Brasilândia. O local do ponto de encontro será na Rua: Talha-Mar, 105 – Jardim Damasceno, na zona norte de São Paulo.
“A Frente Nacional Antirracista com os atos que realizaremos no dia 13 de maio em todo país, quer alertar a sociedade para o fato de após 133 anos da abolição, ainda nos unimos para garantir alimento, insumo básico à vida do povo. Estaremos na Brasilândia em São Paulo e no Jacarezinho no Rio de Janeiro, entraremos com comida, enquanto o Estado têm entrado com fuzil e levado morte.”, nos falou Edson França, da UNEGRO.No Rio de Janeiro, em função dos acontecimentos do último dia 6, serão distribuídas 2 mil cestas básicas para famílias, na Favela do Jacarezinho, que também receberão camélias. Atendendo a aproximadamente 8 mil moradores de favela.
“Esse ato no Jacarezinho é simbólico por tudo o que aconteceu. Mas levaremos cestas básicas para negros de todo o Brasil, e mostrar que a sociedade ainda deve para nós, negros, muita reparação”, disse Anna Karla Pereira, coordenadora da FNA.Além de distribuição de cestas, camélias e cartões, o ato vai contar com faixas, cartazes e panfletos, remetendo à luta por liberdade do povo preto no Brasil.Nota: colaboraram para esta matéria o Bruno Vater, Priscila França e Letícia Gabriela, ambos da Frente Nacional Antirracista.
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