Aqui no Brasil, cantado por descendentes de escravizados, que expressavam seu cotidiano, opinião política e sendo um sinal de resistência, o samba foi perseguido e marginalizado.
Esse contexto é relatado nos periódicos da época. Leitores enviavam cartas que saíam na seção “Reclamações”. Eles pediam providências sobre a situação.
Correio da Manhã – Rio de Janeiro, 01º de Dezembro de 1901.
Fonte:https://bndigital.bn.gov.br/
O samba cresceu no Rio de Janeiro, especificamente em uma região chamada de “Pequena África”, entre os bairros da Saúde, Gamboa, Santo Cristo e Pedra do Sal, ali existiam terreiros de candomblé, e após os cultos aconteciam as rodas.
Roda, que na cultura africana significa o momento em que um passa a sua energia vital ao outro. Por isso temos as rodas de capoeira e rodas de samba, por exemplo.
Em 1938, Tio Hélio e Nilton Campolino fizeram a composição de um samba magistral, que retrata bem essa perseguição, Delegado Chico Palha.
“Delegado Chico Palha
Sem alma, sem coração
Não quer samba nem curimba
Na sua jurisdição
Ele não prendia
Só batia
Era um homem muito forte
Com um gênio violento
Acabava a festa a pau
Ainda quebrava os instrumentos”
O processo de urbanização criou condições para que a cultura negra, em contato com outras produções populares e novos componentes urbanos desenvolvesse junto com o batuque africano condições para se tornar uma cultura nacional. Isso fez com que muitos sambistas tivessem visibilidade.
Mesmo com essa visibilidade e valorização do samba, a discriminação contra pretos e mestiços não diminuiu.
O Dia Nacional do Samba surgiu por iniciativa de um vereador baiano, Luis Monteiro da Costa, para homenagear Ary Barroso. Mesmo tendo composto a “Na Baixa do Sapateiro”, Ary, nunca tinha visitado a Bahia, e eis que nesta data, 02 de Dezembro ele chegou em Salvador.
Por toda essa resistência e por terem trazido até aqui nosso samba com muito respeito, nosso agradecimento à: Geraldo Filme, Pé Rachado, Seo Carlão, Elzinha, Pato n’água, Mestre Gabi, Vivi, Mestre Ednei Mariano, Fernando Penteado, D. China, Tia Cleuzi, D. Odette, D. Maria Helena Tom, D. Laurinha, Kaxitu, Gilsa, Zélia, Mestre André, Marcelo Andrade, Rosemeire Marcondes, Embaixada do Samba de São Paulo, Amespbeesp, Asasp, Cisne do Amanhã, AESDA, Lourival, D. Joana e tantos outros que sempre serão lembrados.
Viva ao nosso amado samba!