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Desenhando jogos. Construindo possibilidades.

Há um tempo a Franz foi entrevistada por aqui. Conversamos sobre muita coisa. Sobre seu lugar no mundo, sobre sua trajetória com escrita de jogos. Essa entrevista pode ser vista aqui. Aqui a dinâmica muda um pouco, afinal, as perguntas são sempre as mesmas, mas a possibilidade de imersão em cada questão pode nos convidar a pensar em como cada autor e autora pensam em jogos de RPG.

Eu adoro conversar com a Franz. Certamente ela é uma das minhas referências para pensar em RPG, para conduzir uma mesa de RPG com mistérios e sobretudo pensar em cada aventura como algo seguro para cada pessoa envolvida.

Antes que eu me esqueço, não é demais lembrar que a Franz tem vários trampos legais, dentre eles o material para Old Dragon “Relíquia do Vale do Trovão“, suplemento que venceu o prêmio Ludopedia de 2018 e foi escrito em parceria com a querida Elisa Guimarães.

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Antes de seguir, um adendo importante. Estou ciente da irregularidade nas publicações, mas são coisas que superam meus limites. Eu ainda espero falar disso com vocês em outra oportunidade, de forma mais sincera e honesta. Mas, de todo modo, eu agradeço a cada amigo e amiga que me ajuda a passar por momentos complicados.

 

Espero que vocês gostem do bate papo.

 

01. Pergunta direta, pra incomodar mesmo: o que estamos chamando de RPG?

Chamo de RPG meu encontro marcado com amigos todas as quintas. Diversão, saca? O que crio em casa, pra minha mesa, só pra ser divertido, isso é RPG. Mas há quem ache que RPG é só o que se compra de determinada editora, pra determinado sistema.

02. Em cima da pergunta anterior, o que estamos chamando de jogo?

Interatividade analógica? Uma das últimas que restou, talvez? Não sei dizer… não vejo RPG apenas como um jogo.

03. Regras. elas são importantes para um jogo de RPG/jogo narrativo?

Pra mim, não. Assim, sei que regras servem para manter o senso de realidade e tals, que põe limite no que é possível dentro da realidade do jogo. O.K. O problema é que muita gente também limita a narrativa, sujeitando-a as regras, o que acaba prejudicando o mais importante, o que está sendo contato. Por isso não só fã de jogos com regras muito granuladas, já que muitas vezes limitam a narrativa. Se a regra atrapalha o que você está contando e o que seus jogadores querem viver, estirpe-a tranquilo. É o que faço.

04. A impressão que tenho é que alguns cenários, nacionais ou não, emulam uma “fórmula” de sucesso. algo que, inevitavelmente pode cair em algumas incongruências ou até reproduzir opressões em mesas de jogo. Quais os jogos conseguiram romper, ou ao menos, reinventar, essa ideia? 

No Brasil? Nenhum jogo conseguiu, ainda, acabar com as incongruências causadas pelas “fórmulas”. Tudo é replicado. Na verdade, não só replicado, como também é exagerado, como tudo no nossos velho hue hue Brasil. É claro que há uma ou duas editoras tentando mudar um pouco isso, trabalhando seu ponto de vista sobre determinada fórmula… mas só um pouco. Acho que a responsabilidade de findar qualquer forma de opressão acaba sendo dos grupos de jogos mesmo.

05. Quando está construindo um jogo, qual deveria ser a preocupação de um Game designer? 

Inclusão, conectar pessoas, todo o topo de pessoas. Lembrar que seu público é diverso. Que não importando o tema do jogo ou a Egine, o importante é conectar.

 

06. Pensando em jogos de RPG, em jogos narrativos, o que é imersão? Isso é importante para um jogo?

Imersão tem sua importância. Há jogos que praticamente não vivem sem ele. Principalmente jogos de horror. Mas não acho que seja mais importante que a diversão.

07. Qual o motivo para a confusão entre regras e diversão? qual a responsabilidade do game designer nesses pontos?

Acho qua  devemos ao máximo desambiguizar essa ideia de que seguir 100% as regras ou um estereótipo é diversão. Na maioria dos casos, não sei se concordam, nós, jogadores brasileiros, tendemos ao dogmatismos. Se estar escrito no livro, tá escrito na pedra, casa? Não se muda…

Então, se teu Vampiro faz parte de um clã triste, tu TEM que ser triste. Tá no livro. E isso de achar que o que está escrito não se muda muitas vezes tolda a diversão.

08. Quais os jogos, sistemas e livros te inspiram na construção de jogos? E qual a sua indicação para pessoas que querem escrever jogos de RPG?

Leiam de tudo! Não só RPG, tudo! Toda literatura é material para quem quer trabalhar com RPG. Leia prosa, poesia, filosofia, crônicas. E pesquise muito também, como se não existisse amanhã. O truque é encher o copo até a borda. Nada pode transbordar sem que antes fique cheio. É isso que faço, sempre. Sobre os jogos que me dão inspiração, no momento, estou lendo (e jogando) muito Old Dragon e 3D&T Alpha (sim, amo). Na verdade, Tormenta Alpha é minha nova paixão. Espero um dia poder escrever alguma coisa pra ele.

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