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Combate à intolerância religiosa tem no 22 de agosto mais uma oportunidade para celebrar diversidade; vítimas são os destaques

2022 é o terceiro ano em que se comemora o Dia Internacional em Homenagem às Vítimas dos Atos de Violência Baseados em Religião ou Crença. A resolução é de 03 de junho de 2019, e foi quando a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) decretou o 22 de agosto como a data que visa a chamar atenção a respeito da importância da diversidade nas sociedades, em todo o mundo.

Diversas crenças e a escolha de não crer ainda são muito perseguidas em países de todos os continentes. O Brasil vive essa realidade por diversos segmentos. Contudo, de acordo com dados do Observatório das Liberdades Religiosas (OLR), são os costumes, templos e adeptos de matrizes africanas os que mais são vitimados com tanta perseguição (91 % dos casos no RJ/2021 ).

Dentre as 47 denúncias, 43 são por ataques contra fiéis de matrizes africanas ; 3 contra judeus; e 1, católico.
Os crimes mais comum em 2021 foram:
– injúria contra pessoas – 26%
– injúria contra comunidades – 23%
– vandalismo em templos – 21%

Cerca de 56 % dos ataques partem de supostos fiéis evangélicos. Na Capital Fluminense, outro dado chama atenção: uma em cada dez ocorrências é de terreiros ameaçados pelo tráfico de drogas.

Não à toa, a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR) prepara a 15 ª Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, no terceiro domingo de setembro, na Praia de Copacabana, a partir das 10h. O intuito é dissolver a ideia de que os diferentes não podem conviver pacificamente. Movimento que chama atenção de toda a nação também repercute na mídia internacional. A CCIR é composta por membros da sociedade civil, Ministério Público, Polícia Civil, OAB e integrantes de diversos grupos religiosos.

Os artigos 18, 19 e 20 da Declaração Universal dos Direitos Humanos garantem as liberdades de religião, crença (18); de opinião e expressão (19); e à reunião pacífica e à liberdade de associação (20). Ressalta-se, no entanto, que, como cidadão, ninguém pode desfrutar de discursos religiosos que incitem à violência e à discriminação.

É nesse sentido que, particularmente no Brasil, apontar os sagrados dos outros como males, como ruins faz parte de planos de poder que suprimem as participações, de maneira igualitária, de todos os cidadãos em todas as esferas da sociedade. Exemplos nítidos são a falta de membros de diversas crenças no Congresso; e a quantidade de casos intolerantes que depredam terreiros e excluem praticantes de Umbanda e Candomblé, desde as salas de aulas até a expulsão de seus locais sagrados.

É difícil emergir no conhecimento de tantas crenças, mas são perceptíveis as bases dos mais diversos credos as orientações de respeito ao próximo e amor a todos. Agredir, desrespeitar ou não querer compreender as religiões dos outros tem mais a ver com a vaidade humana e lógica de mercado que disputa de qual deus é verdadeiro.

Combater a intolerância religiosa é um dever de todos os que prezam pela democracia e estado de direito.

NOTA

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