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Afro empreendedoras fazem a diferença nas favelas cariocas 

Nos dias atuais o empreendedorismo de favela surge pela necessidade do micro empresário conseguir um salário no fim do mês. Em uma configuração evidente essa forma de empreender acontece com vendas no mesmo espaço e se torna convulso, já que os produtos oferecidos são diversos e acabam não sendo tão rentável.
 
Além disso, o custo atribuído para os consumidores nas favelas precisa ser justo e caiba no bolso dos moradores para que a economia criativa possa fluir bem para todos. Nessa escala quem está reinventando o empreendedorismo periférico são mulheres, jovens e negros.
 
Aira Nascimento na sede das Josefinas.
Quem pensa em empreender nas favelas e periferias brasileiras precisa inovar, existir e resistir. É necessário ser duas vezes criativo, primeiro por que é periférico e segundo mostrar para a sociedade que realmente é capaz de empreender com qualidade. 
 
Emanoela Tomaz, estudante de Museologia, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), é moradora da Vila Kennedy, Zona Oeste do Rio, criou em 2017 o Enegras. Projeto voltado a mulheres negras periféricas com inserção no afro empreendedorismo e rodas de conversas sobre saúde e bem estar, “o melhor de existir o empreendedorismo nas comunidades é a questão empregatícia. É uma oportunidade para a pessoa que precisa é ter seu vizinho como sócio” afirma. 
 
A falta de capacitação, iniciativa das grandes empresas em investir nos negócios sociais e incubadoras que de novas tecnologias são os problemas apontados por Emanoela para o pouco avanço dos empreendimentos periféricos, “nas incubadoras só tem pessoas brancas isso afasta o favelado.  A autonomia é boa pela questão do dinheiro, mas é ruim pela falta da carteira assinada para uma massa caracterizar emprego fixo e o empreendimento acaba sendo moeda de troca” finaliza.
 
A falta de mulheres negras nas grandes empresas é assunto relevante de pesquisa, de acordo com o Instituto Ethos, 5% dos executivos são afrodescendente, esses dados ainda são mesclado entre homens e mulheres negras. Para que tal realidade seja diferente mais políticas afirmativas no mercado corporativo e métricas efetivas precisam ser adotadas para que se torne um ambiente de trabalho mais igualitário. 
 
Gabriela Anastácia, jornalista, moradora de São João de Meriti, Baixada Fluminense, fundadora da Gamarc Comunicação e do projeto Papo de Empreendedora. O Papo de Empreendedora é voltado para consultoria de mulheres que desejam empreender mas ainda não sabem a melhor maneira. Gabriela Anastácia faz uma roteiro da mulher negra empreendedora, “historicamente sempre tivemos a tia que vendia quitutes caseiros ou artesanatos. A mulher negra sempre foi empreendedora mas o racismo e machismo não deixavam alcançar seus sonhos. Então, precisamos que mais pessoas possam investir nos nossos negócios”, opina. Em 2020, os desejos da jornalista para o Papo de Empreendedora são desafiadores, “o futuro que espero é um planejamento eficaz. Temos que planejar para crescermos como empreendimento e ajudar outras mulheres – principalmente as negras” conclui.
 
Gabriela Anastácia, em sessão fotográfica. foto: Valda Nogueira.
A escassez de investimento em pequenos negócios para acolher pessoas no meio social e assim alcançar as mulheres negras da base ainda é um dilema vivenciado por muitas. O coletivo As Josefinas, criado em fevereiro 2019, pela engenheira de produção Aira Nascimento, moradora de Campo Grande, tem como objetivo ser um espaço que promova empreendedorismo, cultura e arte, sendo uma inovação social para mulheres e mães da Zona Oeste do Rio. Aira Nascimento, diz sobre sua percepção quanto ao afro empreendedorismo, “vejo o afro empreendedorismo na periferia  como um propósito, resgate e catalisação  de valores que sempre foram  parte do nosso cotidiano se  organizando e  preparado. Preparado pois o afro empreendedor que sempre viveu em condições de sobrevivência tem acesso  as ferramentas como modelagem  de negocio, gestão  das marcas em redes  e cresce  de forma  planejada, consciente, ancestral  e resistente” fala. 
 
O racismo estrutural e institucional são problemáticas e apontamentos que assolam e afastam mulheres e homens negros do mercado de trabalho formal e são desproporcionais para afro empreendedores, “somos diversos, mas usamos na campanha publicitária as mulheres únicas de cada setor, um mundo ideal, não real e no resto do ano esqueçamos das mulheres dentro da empresa, estagnadas, sub aproveitadas, ainda sob a desculpa de meritocracia e requisitos cuja entrelinha diz: dobre a meta, sempre que ele/ela chegar lá” resume.
Emanoela Tomaz em exposição na Arena Jovelina Pérola Negra, na Pavuna.
 
A pressão da sociedade é importante para que políticas públicas de fato mudem a realidade de poucas mulheres negras a frente de seus negócios. Movimentos, associações, coletivos entre outros iniciativas levantadas por afro empreendedores fazem a diferença nas periferias e favelas cariocas para assim buscar um novo horizonte. 
 
Por Beatriz Carvalho, jornalista e fundadora do Mulheres De Frente.

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