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As mulheres aportaram no cais da música, com corpo e voz, e sua presença até meados do século XX, se limitava à função de intérprete. A grande exceção é a pioneira Chiquinha Gonzaga, primeira grande compositora popular e também uma mulher de atitude, Abre Alas, sua canção mais conhecida, parece anunciar que a mulher estava chegando para ocupar seu lugar na MPB.

Nos últimos anos, temas relacionados ao feminismo têm ganhado cada vez mais espaço na mídia, fenômeno, este identificado por estudiosos como a quarta onda do feminismo, também observado na indústria da música. Letras que visam empoderar as mulheres, promover a autoaceitação e desconstruir estereótipos têm se tornado cada vez mais frequentes, impulsionadas pela internet e especialmente pelas redes sociais, que facilitam o intercâmbio de ideias.

Essa avalanche revolucionária começou, em todos os sentidos, com Chiquinha Gonzaga no fim do século XIX, dando frutos extraordinários a lista de instrumentistas, cantoras e compositoras populares brasileiras, tanto na quantidade e qualidade. Um trecho da letra da música ‘Canções’ diz o seguinte: “Quando solto a minha voz e esse som ecoa, o meu peito se dilata, o meu coração dispara”.

No meio de tantos talentos e diversidade, são as mulheres que sacodem o cenário musical do samba ao rock, onde o crescimento se deve ao fato de usarem a voz para criar, ocupar e tomar seu espaço, elas querem compor, mixar, tocar e produzir música. E apesar de termos artistas extremamente bem sucedidas na linha de frente dessa indústria, a verdade é que na produção e elaboração do produto final, as mulheres raramente são protagonistas.

Ainda assim, a conquista de espaço é lenta e difícil. Não só nesta, mas em inúmeras outras décadas, a voz feminina se mostra cada vez mais relevante, no sentido de externar os anseios, desejos e esperanças de todas as mulheres.

Mulheres de todo o mundo pouco a pouco estão fazendo da desigualdade de gênero na música um problema cada vez mais evidente. Em grandes eventos como os Prêmios Grammy de 2019, onde houve alta representação feminina e algumas artistas falaram publicamente sobre esta problemática.

Em entrevista a Debora Lopes, em 2018 (https://www.vice.com/pt_br/article/gykqb4/elza-soares-deus-mulher-entrevista), Elza diz, “Acho que hoje estamos gritando mais, falando mais. Eu venho de uma época de rádio, de caixinha de rádio. A comunicação era pouca. E mesmo que eu gritasse tanto, como sempre fiz, acho que o meu grito saía espremido. Ele não tinha eco. Ele não tinha uma abertura muito grande. Não tinha por onde sair. Eu grito uma música, a Beyoncé grita outra lá. Na minha época, eu gritava aqui e a Nina Simone não podia me responder. Eu gritava aqui e a Ella Fitzgerald não podia me responder”.

Hoje, é fácil pensar em Erykah Badu, Alicia Keys, Lauryn Hill, Ciara, Solange Knowles, Jennifer Hudson, Missy Elliot, Zoe Kravitz, Zendaya… E, claro, graças à internet, sempre se pode buscar os clássicos de Diana Ross, Ella Fitzgerald, Aretha Franklin, Billie Holiday, Whitney Huston, Janet Jackson, Tina Turner, dentre outras.

Rainha de 80 anos, Elza Soares, deixa sua pele preta, a sua voz, a opinião, a cantar, até ao fim, Mulher do Fim do Mundo é uma música de 2015. Ainda que a letra da canção seja da autoria de Alice Coutinho e Rômulo Fróes, esta parece estar intimamente ligada à vida de Elza Soares e à mensagem que a cantora quer passar para o mundo.

Apesar de que ainda não se reflita fortemente na indústria, nos últimos anos houve muitas propostas de mulheres musicistas que, cansadas de ficar de fora, criaram iniciativas e buscaram outros cenários. E um deles, é o projeto ELLAS, idealizado e executado pela produtora Djembê Producoes e Entretenimentos (@producoesdjembe@gmail.com), representada pelo produtor musical, Fábio Luiz Aleixo.

ELLAS é o resultado de uma (re) união de 8 vozes femininas, incorporando as funções de compositoras, musicistas e criadoras de obras totalmente calcadas na condição de ser mulher, onde cada uma toca e/ou canta de maneira diferente, mas toca a todos.  .

Estas vozes, se revezam e/ou se apresentam juntas no palco e chamam a atenção por exibirem competência e criatividade como compositoras e intérpretes de samba, R&B, pop rock, choro, jazz e outros estilos.

Quatro vozes foram presentadas ao público em Maio/19, na Fábrica de Cultura Vila Nova Cachoeirinha – Letícia Ramos, Ana Paula Silva, Bruna Oliveira e Séfora Araújo, que após homenagear grandes nomes da música nacional e internacional concederam uma entrevista – MULHERES NO CENÁRIO MUSICAL – ao Programa Sobre Tudo. Programa este conduzido por mim, que lhe escrevo, exibido na operadora 9 da Net para o grande ABC (as 7 cidades), através da emissora REDE ECO TV e para a grande São Paulo, pelas mídias sociais (facebook: Sobretudo Fabiana Silva, instagran: @sobretudo.programa e canal do youtube: Programa Sobre TTudo). A noite foi potencializada pela interpretação das músicas Mulher do fim do mundo e Maria da Vila Matilde, Elza Soares; Pagu, Rita Lee; Triste, louca ou má, Francisco el Hombre e finalizarda com a homenagem a cantora Beth Carvalho.

Duas vozes ecoaram no Projeto Encrespa Geral, na Casa das Caldeiras 2019, com a participação das cantoras Letícia Ramos e Bruna Oliveira acompanhadas pela back vocal, Pretta Flor e suas respectivas bandas.

Neste mês de Junho, fazem uma sequência de shows no espaço Escambo Gastronomia e Nano cerveja, rua Coronel Oscar Porto, 33, no paraíso, levando diversidade nos estilos do jazz ao popó rock. Aos sábados, apartir das 19:00hs, ate o mês de Julho de 2019. Dia 15/06 Bruna Oliveira se apresenta com o Grupo Choro de Santos, com show intitulado: Mínimo Existencial.

Verifique a programação no Instagran: @djembeproducoes e para mais informações (11)965946537.

 

NOTA

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