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Não é segredo pra ninguém, o quanto a estrutura social brasileira é racista. Leis foram criadas, mais muitos artigos não saem do papel, como a lei 10.639/03, que se aplicada, estaria dando conhecimento de qualidade para afro-brasileiros.
A ignorância a cerca de nossas reais origens, nos torna cada vez mais, em uma nação de doentes mentais, onde neuroses criadas, condenam o preto, sem chances de apurar os fatos, um vizinho correndo, rapidamente se transforma em um assaltando raivoso, um jovem em um mostro truculento, por cobrar seu pagamento, crianças viram alvos e idoso esquecidos. Somos perseguidos desde o ventre, todos sabem que aborto e ilegal, mas se for barriga de neguinho, podemos reconsiderar o valor cristão dado à vida.
O “Novo Mundo” ainda guarda seus traços de eugenia no país de todos e principalmente, no país acima de tudo, que declaradamente menospreza sangue afrikano, sabemos que será acima do nosso sangue mesmo, os descendentes, daqueles que foram direcionados pra morrer, após temporadas de esgotamento e exaurido esforço, para criar a novidade, novas chances pra eles e aqueles cuja Europa, havia desistido, largado de lado. Por isso, essa nação e uma mão.
Forjado de esmagamentos e aniquilações, para ser confortável. O sofrimento e a dor, se faz necessário, para um cenário mais próximo da realidade, dos novos habitantes, da outrora Pindorama, a observação do mal se alastrando, igual moléstia em carne de nativos, é de uma satisfação sem igual. Observamos atentos, o nosso povo dia após dia, sucumbindo, nas mãos deles, pelas armas ou sensos de justiças distorcidos.
Os equipamentos públicos, não foram criados, para pessoas pretas e povos étnicos nativos, serem favorecidos de forma plena. Vale lembrar as facilidades para imigrantes europeus, garantias de emprego, terras, etc. 
Vivemos em um sistema  integracionista, onde pra ser um negro bem afeiçoado, precisa engolir o pão que o diabo amassa, sem pestanejar, vencer os leões diários, ganhar a vida, segurar o rojão. Mediante a isso, quem sabe, você terá uma vaguinha no UPA, seu filho será mais um aluno, naquela sala com umas 40, 42 crianças entulhadas, aprendendo, como se portar de forma subalterna. Para que sua satisfação, envenenamento por cultura alheia, como capitalismo, sejam doses homeopáticas de distração, irão contratar em CLT e taparem a boca com o mínimo.
Mas ainda assim, seguindo todas as regras, sentimos a diferença. O integracionismo, não trata, apenas camufla. O racismo está lá, nos papéis que sempre faltam, nas oportunidades esgotadas ou na vaga aberta, preenchida ontem. O negro estará sempre atrasado ou no local errado. Até dentro de sua casa, deve abaixar a cabeça e obedecer quieto. Esse território, para nós, descendentes, sempre será um local de conflitos, além de nos colocarem em guerras, nos deram munição, e o nosso alvo tá sempre na mira de um irmão.
A miscigenação brasileira, é a opulenta cereja do bolo em avelã e óleo palma, nos empenhamos, com gosto, como quem faz fufu com Banana da Terra. A mestiçagem que caminha entre os laços étnicos, ocupam cargos de chefia, vez ou outra agradam pelas características, é o negro “melhor favorecido”. Muitas vezes, ele estará, em posição de apoiar e quebrar a distância, mas, condicionado pela estrutura, sabotará o que não vê como um igual, o preto. Afinal, não se trata de uma eliminação do negro, nosso país gosta do conceito de eugenia de forma muito poética. Quase uma benção adquirida. Clarear e assim, “participar” da “festa”.
Estamos encantados, com uma Era de observação, alcançamos tudo, sabemos de qualquer coisa na palma da mão. Mas só podemos observar, mais um corpo cravejado no chão mãe de família arrastada, criança que morre no colo da mãe. 
Mesmo que o equipamento nos favoreça, de forma bem grosseira, que seja com cesta básica, medicamentos ou telha, não podemos romantizar, um país que não trata suas inflamações da estrutura corrompida. Irão deixar subir e sonhar um pouquinho, mas logo saberão nos lembrar qual nosso lugar. Marielle Franco, mulher negra, sociologia, política e ativista, assassinada covardemente, e tantos outros pretos, expostos assim como Zumbi, para que se preserve em nós, esse imaginário de dor, põe quem luta por diretos. Cadê a ferramenta que nos garante justiça? Incompetente para nos apoiar, mas rapidamente prendem um jovem sem antecedentes ou flagrante, ainda dizem que por precaução, se não podem matar, irão apavorar, criar terror e medo.
Por isso, se olhe no espelho, mesmo que seja doído, encare esse reflexo. Se aceite no seu povo, e como vingança, crie seu senso de justiça, que seu corte, venha para nos defender, enquanto povo, desprovido de governança honesta, apenas, nós poderemos virar essa chave, mas é necessário, nos encararmos enquanto povo, pertencente a uma raça, que precisa se salvar, pois ainda passa perseguição e vulnerabilidade.
Texto: Arlete Lima. Mãe e empreendedora
Edição: Daniela Lopes

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