Pode parecer uma notícia antiga, mas novamente um homem negro foi espancado até a morte. João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, foi agredido por dois seguranças e um policial militar no supermercado Carrefour, de Porto Alegre. Aos socos e pontapés, sufocaram o homem até a morte. O espancamento foi filmado e testemunhado. E o vídeo divulgado* nas redes sociais e ganhou o mundo.
*Não vamos divulgá-lo, pois não compactuamos com exploração da imagem de um homem que tem família e já está sofrendo.
Se não houvesse o registro, talvez não saberíamos o que de fato teria acontecido. Morto não fala. Apesar disso, várias versões surgem, tentando justificar o injustificável. Tentando culpar a vítima.
A vítima João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, estava fazendo compras com a esposa no supermercado Carrefour, na cidade de Porto Alegre. Após um desentendimento com a caixa, a vítima foi conduzida ao estacionamento por três homens onde foi espancado covardemente. Nada justifica ou apaga esta violência excessiva e desproporcional.
O assassinato de João ocorreu da mesma forma que o assassinato de George Floyd e mostra que a importanca do “Dia da Consciência Negra”. A luta negra é reforçada e todas vozes que foram caladas ecoam hoje nas manifestações ao redor do país.
O dia de hoje marca a luta antirracista e do grito de: “Chega! Queremos respirar.”.
Malu Viana, ativista politica e do Hp Hop, falou ao Jornal Empoderado!
A rede que mata e humilha tem nome!
Temos também que nos ater a quem matou o João: a empresa de segurança. Não é de hoje que o Carrefour tem problemas com seus clientes. Leiam nas matérias que compartilhamos abaixo:
Matéria do “Brasil de Fato“, clique aqui!
Matéria do “Esquerda Diário”. clique aqui!
O fato foi filmado por pessoas que nada fizeram e são igualmente culpadas (?). Outras pessoas também presenciaram a violência e se omitiram. E me pergunto o porquê de não terem feito nada? Seria o reflexo da violência contra o negro ser algo aceito? Ao que já está normalizado pela sociedade? Será que as mesmas pessoas que presenciaram o fato agiriam de outra forma se fosse um homem branco?
O que fica de mais brutal da situação é sempre que se trata de uma pessoa negra a “punição” vem em forma de espancamento, 80 tiros de advertência ou humilhação verbal.
Política Preta é o caminho da mudança!
Porto Alegre acaba de eleger cinco vereadoras (os) negras (os) e hoje acorda com mais uma brutalidade branca. Isso mostra a importância de termos representação negra na política, pois só assim teremos políticas públicas contra os abusos diários contra pessoas negras. Hoje a Câmara Municipal de Porto Alegre será mais um espaço de luta preta contra os abusos e se punam os culpados.
A bancada preta porto-alegrense: Karen Santos (PSOL), Laura Sito (PT), Bruna Rodrigues (PCdoB) e Daiana Santos (PCdoB), que vêm acompanhadas por Matheus Gomes (PSOL).
Todos os dias vidas negras são perdidas. Que a morte de João não seja esquecida. Que este 20 de novembro seja um momento de luta. Quem mata no Brasil tem cor!
Por Anderson Moraes e Geana Krause