Confira as opiniões dele sobre TV aberta, internet e outros assuntos!
Por Priscilla Silvestre/ Crédito das Imagens: Divulgação
Paulinho Pestana é um profissional versátil, que encara todos os desafios como únicos e sem medo de errar. À frente da Cia de Atores e da Orbital Channel, o produtor e diretor está sempre envolvido em diversos projetos, de todos os segmentos, o que faz com que ele saiba muito sobre a arte brasileira nos dias atuais.
O Jornal Empoderado fez uma entrevista exclusiva com ele, falando do panorama atual do mercado artístico no Brasil. Afinal, o que é o humor no mundo de hoje? Como se destacar em meio a tantos outros? Quais dicas podem direcionar o artista ao sucesso? Foi neste contexto que ele contou muitas coisas interessantes sobre TV, teatro, musicais, cinema e muito mais. Confira!
Jornal Empoderado – Como você encara o nicho de entretenimento atualmente, seja na TV, no teatro ou até mesmo no cinema?
Paulinho Pestana – É um mercado que tem sofrido metamorfoses numa velocidade cada vez maior. A forma em que o entretenimento na arte é vista, principalmente no humor, se atualiza a cada instante. Uma piada que hoje pode ser considerada genial, em pouco tempo pode já ser considerada imbecil e sem criatividade. É um mercado que não dá mais pra se acomodar, se revoltar com a não aceitação do público quando não ri mais com a piada velha ou se entedia com um programa de TV já batido. Tem de se manter atual, senão o mercado engole.
JE – O que você acha essencial para uma pessoa que trabalha com humor ter sucesso e não ficar “forçada”?
PP – “Não tentar ser engraçado”, ser natural e nunca, mas em hipótese alguma, tentar explicar uma piada. O sucesso vem com o trabalho, não cai do céu. O grande erro das pessoas que querem ingressar nessa carreira é de imaginar que possam encontrar um produtor “fada madrinha” que faça a pessoa rica e famosa, sem precisar de estudo, esforço e sacrifícios. Esses que acreditam nesse tipo de “mágica” ficam vulneráveis e se tornam alvos fáceis de golpistas.
JE – No seu caso, você teve apoio da família quando optou por essa carreira? E qual a importância do incentivo da família para quem está ou busca trabalhar com humor e/ou televisão?
PP – Sempre tive apoio, tendo em vista que tive a possibilidade desde criança de estudar e ter uma formação artística completa em muitos aspectos. Porém, não podemos parar nunca de estudar e se aperfeiçoar. O apoio da família é muito importante, já que pode motivar ou desmotivar qualquer pessoa. Há também de se ficar atento e selecionar bem os grupos na sua vida que lhe influenciam e os que realmente merecem a sua atenção nesse aspecto. Tenho alunos e artistas com quem trabalho que sofrem maior pressão social de familiares que só veem em festas e não participam de suas vidas. Percebo isso acontecer mais entre as mulheres, rixas entre primas que moram em cidades diferentes e competem desde a beleza física à vida pessoal, além do sucesso profissional. É impressionante o quanto isso influencia e a quantidade de artistas que se sentem pressionados por esse tipo de “fantasma”.
JE – Em quais trabalhos você está atualmente, seja no teatro, TV, internet, cinema, apresentador, roteirista e tudo que a sua versatilidade permite?
PP – Estou lançando um longa-metragem no início de 2017, com distribuição pela O2 (de Fernando Meireles). O filme é um drama de redenção com linguagem de HQ. O filme teve no elenco Thaíde, Serginho Hondjakoff, Carol Macedo, Antônio Roberto Marchese, Marcos Ferrian, Ton Prado, Rubens Cristóforo, a participação do Yudi Tamashiro e grande elenco. Eu fui um dos produtores do filme e o diretor de elenco.
Na TV eu estou em dois projetos com o apresentador Yudi Tamashiro: um é uma sitcom que ainda está em fase de negociação com a TV (“Programa do Yudi”) e o outro estreia na Rede Brasil em janeiro de 2017 (“Programa Falo Memo”).
Na internet lanço agora, em dezembro, o “Portal da Orbital Channel”, com “Pod Cast” de notícias e mais de 70 colunas jornalísticas de variados assuntos. Juntamente a este projeto vem o “New Vloggers”, com vários atores que escalei, alguns iniciantes, outros da minha Cia de Atores e alguns outros já famosos em outros projetos. Ele mescla a linguagem da stand-up comedy com a dos youtubers, com toda a liberdade que a internet proporciona. A ideia com este projeto é lançarmos novos talentos no mercado e fomentar a independência artística. Hoje em dia, a TV ainda é muito importante, mas ninguém mais é obrigado a depender dela para se tornar famoso, bem-sucedido e ganhar dinheiro. Basta o princípio básico: “atitude e persistência”.
JE – Você acredita que a internet fará com que a televisão tenha de se modificar para acompanhar as mudanças e não perder a audiência para essa nova geração, que é mais ligada aos aparelhos digitais? Como você pensa que a TV possa “ganhar” esse público?
PP – A TV cada vez mais vai se fundir com a internet. É um processo evolutivo, porém a TV não é só um aparelho de transmissão de imagem, é todo um processo de produção e qualidade que pode ser direcionada também para internet. Os dispositivos vendidos no mercado desde os últimos anos já se “conversam”. Em breve, tudo será uma coisa só.
JE- Você citou os youtubers no seu novo projeto. O que você pensa dessa avalanche deles e programas de internet, sejam eles profissionais ou não? Há qualidade para que isso perdure durante um bom tempo ou é algo volátil?
PP – Acho importante, democrático e necessário. Só assim temos liberdade de assistir o que queremos e quando queremos, ouvirmos quem quisermos, termos o ídolo que desejarmos, sem precisar de nenhum massacre midiático como os feitos musicalmente nas rádios com as famosas “músicas chicletes”. A liberdade que a internet nos traz é mais do que justa! Ela possibilita que qualquer pessoa possa começar um negócio, falar o que pensa ou simplesmente seguir um sonho, tirando a exclusividade desse privilégio que era de poucos até há pouco mais de uma década. Acredito que com qualidade ou sem qualidade, a infinidade de opções que a internet proporciona de vlogs e programas de TV feitos para ela dá a opção de cada um assistir o que quiser, mesmo que seja o programa mais bizarro do mundo. O internauta tem livre arbítrio.
JE – Por fim, quais seus sonhos profissionais, aonde você pretende chegar e como lida com o seu dia a dia em busca desse objetivo?
PP – O objetivo principal é ser feliz todo dia, não deixar nenhum dia passar em branco. No mundo das artes e da comunicação não adianta só chegar, pois se chegamos e paramos, nós voltamos à estaca zero. Quem é da arte se sente feliz porque está “fazendo”. Repetindo, então: meu objetivo é ser feliz todo dia e conseguir sucesso todo dia com a minha felicidade!
Serviço:
Paulinho Pestana
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YouTube: www.youtube.com/watch?v=765gcl3SCUk&feature=youtu.be