Recentemente nos vimos diante de uma grande polêmica na rede televisiva que envolvia um participante de reality show tendo seu cabelo sendo posto como se fosse algo de domínio público a ser discutido, mas não desejo nesse artigo levantar o caso que, somente mobilizou por conta de se passar na TV, mas sim de trazer a tona a discussão acerca do que faz as pessoas pensarem que podem opinar em nossos traços, nossos corpos e nossos cabelos, aquilo chamado colonização.
Nos ensinaram desde cedo a cuidar de nossas vidas e a tentarmos nos encaixar, mas esqueceram de nos ensinar a lutar por nós mesmos e nossas escolhas, sim, escolhas, pois a forma com a qual cada um usa seu cabelo diz respeito somente a pessoa e a mais ninguém, mesmo sendo o crespo uma forma de revolução do movimento negro que outrora nem sequer podia se manifestar, ainda nos cabe e espero que assim permaneça, o direito a escolher o que nos agrada, com a diferença de que hoje temos a liberdade de nos apegar ao nosso afro sem o medo de não sermos aceitos ou ao menos é assim que deveria ser, o liso e o crespo sendo igualmente aceito e igualmente não questionados ou vistos como algo além do que são.
Hoje temos no black o sinal de resistência, lutemos para que em breve tenhamos em nossos traços apenas traços e não eternos lembretes de sofrimentos que já passamos, mas principalmente que possamos lançar mão de nossas escolhas sem o medo de sermos apontados ou sem que precisemos andar armados de munição verbal para defender algo que nasceu e se constituiu conosco.
Respeite nosso cabelo, respeite nossas escolhas e, principalmente, nos respeite hoje e sempre.
Foto de capa: http://edicaodobrasil.com.br/