Um convite ao Guarujá que poucos conhecem

Domingo, dia nublado, perto das 9h00 um grupo decide visitar a Baixada Santista a convite do Felipe Ferreira, que foi candidato a deputado federal pelo PRB (Partido Republicano Progressista), alem de também ser integrante do Frente Favela Brasil.

A van busca os voluntários do futuro partido político que se dividem em várias regiões, entre elas Osasco e Carapicuíba. A viagem foi um convite de Felipe Ferreira morador do Guarujá e que foi candidato da mesma cidade. Ele desenvolve um lindo projeto social na região e atende centenas de crianças. Conheçam mais do projeto entrando na página do Instituto Novos Sonhos ou https://www.facebook.com/institutonovossonhos/

O que chama atenção é o carisma de Felipe e a recepção dos moradores quando o vem. Ali na região da “Prainha” perto da “Praça 14 Bis” um grupo o “Sarau Itinerante” que faz ali eventos musicais na própria praça cumprimenta a todos nós, assim como fez o Seu Luiz (Ceará) com seu sorriso fácil fez questão de cumprimentar todo mundo.  

E assim se segue por dentro dos bairros onde passamos com Felipe. Sempre um comprimento de mãos, um sorriso e um bom dia saindo de uma casa ou de uma senhora que ali está, conversando na porta de sua casa.

A balsa que nos levou faz a travessia quase que lúdica de um país que convive de forma assustadora com a normatização entre o luxo e a riqueza. Alguém comenta na embarcação tímida que ali era “nossa Viena Santista”. Mas o que se esconde atrás dessa “brincadeira” é o quanto distante estamos da verdadeira Viena.

Voltando aos bairros é inacreditável que no século 21 existam Palafitas, ou seja, casas de madeiras construídas em cima de troncos de madeira, pois em locais alagadiços, a chuva forte pode levar as casas.

O mangue e o trilho do trem que corta o que deveria ser uma rua é sim mais um desafio para quem vive no local e deve tomar cuidado para que sua criança ouça o apito da locomoção a corra para um lugar seguro.

Mesmo com tantas dificuldades percebemos que não falta ternura e empatia entre as pessoas que ali vivem. E prova disso está estampado na figura de Felipe.

Mas dentro do quesito política se percebe a quantidade enorme de pichações em prol do presidente eleito Jair Bolsonaro, mostrando que de alguma forma o Partido dos Trabalhadores não parece mais representar as favelas.

O que fica dessa andanças na região mais humilde do Guarujá é que militâncias de esquerda precisam voltar as favelas. E não como pesquisadores universitários que ali estão estudando “um povo e seus costumes” e sim como parte daquele espaço. Como foi feito lá anteriormente.

Quem se diz em prol do povo deve ir ouvir o povo, não julga-lo. Vá entender o (s) porque (s) e não levar a narrativa pronta e dizer que tudo que ele defende é por falta de conhecimento ou por estar errado. Ouça seus motivos, entenda sua dor e assim volte a fazer parte de um lugar que muitos vieram, até, mas esqueceram devido “a luta” que hoje só é feita no triângulo Largo da Batata, Av. Paulista e Praça Roosevelt.

Cada morador tem um história, mas todos tem algo em comum hoje: parecem não mais crer nas promessas e nas retóricas legais.

Assim como a Bancada Ativista que deu uma aula de olhar os anseios do povo e assim receber como resposta quase 150 mil votos, o Frente Favela vem como opção para um povo que cansou de ser braço que leva faixa e grita e espera ser parte da decisão e do processo.

Estar entre barracos de madeira, mangue, forró na casa, criança brincando com o cachorro ou no parquinho improvisado e, ao mesmo tempo, a força de quem sabe que são eles por eles de forma real serve como alerta do que devemos fazer e não do que imaginamos apenas.

O dia foi de aprendizado e de poesia. Sim, tivemos poesia. Yasmin Gabrielle deu o tom da verdadeira marcha de ontem. Saibam que aquele não foi dia de excursão e sim de um ato político.  Duvida? Então o que falar de um dia que mistura pensamentos de conjuntura política, papo com moradores da comunidade, observação de como votaram as pessoas que moram ali na região e finalizando com recitação de poema.

Yasmin foi a voz de trovadora que enegreceu e encantou as vielas por onde passávamos. A menina mulher que se achou na poesia dá o recado pelas letras poéticas e emocionou principalmente as mulheres que puderam ouvi-la. Yasmin que deriva de flor, mas parece em seus versos a lâmina que corta a injustiça e a hipocrisia que vivemos. Recados diretos e que tornaram nosso dia um deleite para a vida e para verdadeira luta.

A Guarujá que ninguém mostra tem aqui no Empoderado:  visibilidade, respeito e uma mão estendida. Obrigado Frente Favela, Felipe, Yasmin e Prainha(Guarujá) por nos mostrar qual é a real luta que temos para frente!