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Sobre a violência na Arena Corinthians e o quanto temos ainda de avançar

chilenos

Esta matéria cita o futebol, mas não é sobre esportes. Trata-se de uma reflexão sobre o triste incidente da véspera, ocorrido na Arena Corinthians, na Zona Leste de São Paulo. Refletindo sobre os erros é que podemos avançar. Vendo cenas como àquelas, nos damos conta de que muita coisa é preciso ser feita.

Para os que não sabem, no jogo de ontem pela Copa Sulamericana, torcedores chilenos destruíram dezenas, talvez centenas de cadeiras, arremessando bancos contra a polícia e contra torcedores rivais. Depois do incidente deu-se o inevitável confronto.

Vergonha. Vergonha que não passa em branco. Desponta em jornais do mundo todo. Incidente triste que não tem nacionalidade e aponta para nossas fragilidades.

O fato não ocorreu por culpa dos chilenos. Brasileiros poderiam estar no lugar dos primeiros. Quantos de nós não assistiram recorrentemente à tragédias como essa? Há pouco mais de um ano eram os corinthianos que matavam um menino boliviano num estádio estrangeiro, em jogo pela Copa América. Os exemplos de violência no futebol se dão todos os dias. O futebol na América Latina, aliás, mostra-se como cenário perfeito para uma reflexão. A violência das arquibancadas coaduna com a corrupção das entidades, oculta em pomposos escritórios. Os sinistros casos da CBF e Comebol, por exemplo, são caso de polícia. Na América do Sul, os ilícitos do futebol não respeitam divisas. A violência das arquibancadas harmoniza-se perfeitamente com a corrupção das entidades, externando barbárie.

Quando se observam cenas e fatos como estes vem à mente do expectador o terror e a vergonha. A barbárie muitas vezes toma os indivíduos quando em grupo. Este é um fato notório, estudado pela psiquiatria. Como, diante disso, fazer subsistir a convivência e o status de ser social que possuímos? Para isso, validando a história da humanidade como instrumento que coerentemente justifica os caminhos trilhados pelo homem até a nossa frágil civilização, o tempo nos mostra que os códigos de conduta lapidaram a pedra bruta, ou o selvagem, nos caminhos que  conduziram o ser humano até a convivência em sociedade. Este acordo civil, desde tempos anteriores ao código de Hamurabi, respeitava as particularidades de cada civilização. Nele se inseriam os regulamentos que erguiam os alicerces da sociedade e as penas àqueles que ousavam viola-las. Ali também se apresentavam peculiaridades que caracterizavam a organização de clãs e cidades, como leis que garantiam privilégios das minorias. As leis são talvez a melhor forma de se conhecer uma sociedade. As duras penas desvelam o regime totalitário chinês; a constituição breve, preservada por séculos, apontando a fixação à regra, a norma, própria dos americanos, e; uma constituição cheia de emendas, redundante, eternamente mutável, é identidade de um povo que historicamente é propício à corrupção e não repeita a lei, como o brasileiro.

O cenário de violência das arquibancadas da América do Sul por muito tempo se reproduziu por exemplo no Reino Unido. Para que fosse extinguido, os ingleses se usaram da lei e de seu cumprimento. Duras penas enjaularam os torcedores violentos. Na Itália a máfia das entidades foi coibida com prisões de cartolas corruptos. Exemplos diversos se espalham pelo mundo e remetem à obediência à legislação.

A lei não pode sufocar o espirito humano. Por outro lado, ela deve permitir a ordem e se constituir em regulamento que nos permita avançar para o estado democrático. Deve proteger o ser humano de todo o tipo de violência e engodo. O respeito ao outro deve ser o caminho para o estabelecimento do regime republicano no Brasil e em todo o continente.

NOTA

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