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Série de performances Ocupação Escritas Ocultadas estreia hoje (16) em Campinas

A artista Andrea Mendes, com a curadoria de Sônia Fardin, apresenta uma série de performances em espaços públicos da cidade que historicamente faz referência à memória negra. O primeiro, intitulado de Ocupação Escritas Ocultadas – a Paisagem que não passa, acontece entre os dias 16 e 25 de julho na região central de Campinas e, segundo as realizadoras, tem como foco a arte como ativadora de memórias conflituosas e incômodas.

“O foco da pesquisa da artista é a arte como ativadora de memórias conflituosas e incômodas. Conflitos ocultados e/ou pretensamente pacificados por ações oficiais de memória são o objeto da ação artivista escolhida para marcar os 250 anos de Campinas”, explicou Sônia Fardin.

“Ao caminharmos pela região central de Campinas em nossas ações cotidianas, percorremos uma paisagem feita de camadas de memórias: as celebradas em nomes, monumentos e fatos periodicamente festejados em datas oficiais; e as soterradas, daqueles que foram apagados e ocultados pelas formas dominantes de contar a História“, afirmou Sônia.

A curadora também disse que: “Entre essas camadas de memórias, conforma-se uma paisagem que, hoje como ontem, é resultado de apagamento e exclusão. Mas também de luta e perseverança. Memórias vivas, pois não há memória morta ou des-memória. Todas são atos de disputa e projetos de futuro, umas sob a forma de opressão e ocultamento, outras de resistência e questionamento. Ao habitarmos essa paisagem que não passa, conscientes ou não, nos tornamos parte dela.

Somos os olhos que lhes oferecem sentido. Olhar é ato político, poético e ético, pode ser libertário ou seu oposto. Partindo do princípio que há muitos ecos e gestos reincidentes nas forças sociais que produzem a paisagem atual, em especial para que seus conflitos não sejam desvelados, a Ocupação Escritas Ocultadas, por meio de intervenções e performances, busca, sob os signos da arte, indagar com que olhos desejamos ver, rever e refazer a paisagem desta cidade”, concluiu Sônia.

Sobre a ocupação

Na primeira edição do projeto Ocupação Escritas Ocultadas, financiado pela própria artista e pela curadora, o foco foi o acervo do Museu da Cidade. A artista explorou documentos restritos aos códigos e lógicas do campo museal. Após dois anos, é evidente a potência dessa ação na reconfiguração do museu. Em 2024, ano da celebração dos 250 anos de Campinas, a artista e a curadora decidiram ampliar a ocupação, agora em diálogo crítico com espaços públicos no centro da cidade.

Nesta segunda edição, que acontece neste mês de julho, as intervenções públicas de performances visam ativar memórias na paisagem urbana, destacando as contradições presentes em espaços de grande circulação pública. O objetivo é trabalhar e debater criticamente um passado que, embora ocultado, se reinscreve no cotidiano, manifestando-se tanto como gestos de opressão quanto de resistência.

Arte e memória são conjugadas criticamente para revelar as forças sociais que moldam a paisagem atual e seus conflitos contemporâneos. Colaboram com as performances o(a/e)s artistas convidado(a/e)s Bruno dos Santos, Maraisa Raquel, Alessandro Oliveira, Thayara Magalhães, Joyce Nascimento, Ewerton Rodrigues, Poli Santos, Helen Aguiar, Thais Selva, Cecília  Stelini, Ana Bia, Graciele Savio e Marina Costa.

Programação

As performances do Escritas Ocultadas acontecem entre os dias  16 a 25 de julho em ruas e espaços públicos do centro histórico de Campinas, de acordo com o cronograma:

16/07 (terça) às 10h “O legado da Princesa”
Performers: Andrea Mendes, Bruno dos Santos, Maraisa Raquel, Alessandro Oliveira.

Local: Rua 13 de Maio

17/07 (quarta) às 10h“Embaixo do Chão”
Performers: Andrea Mendes e Alessandro Oliveira.

Local: Praça Guilherme de Almeida, Francisco Glicério, S/N (em frente ao Palácio da Justiça)

18/07 (quinta) às 10h“Tem Preto no Museu”
Performers: Andrea Mendes, Thayara Magalhães, Joyce Nascimento, Ewerton Rodrigues, Poli Santos, Helen Aguiar, Thais Selva.

Local: Em frente ao Museu de Arte Contemporânea de Campinas

23/07 (terça) às 10h“Cortejo da Perseverança”
Performers: Andrea Mendes e aberto para todas as pessoas.

Local: Início da Rua Antônio Cesarino com a Moraes Sales até a Praça do Centro de Convivência

24/07 (quarta) às 10h“CorAção”
Performers: Andrea Mendes e Cecília Stelini.

Local: Largo de Santa Cruz – Cambuí

25/07 (quinta) às 10h“Dança da Alegria”
Performers: Andrea Mendes, Ana Bia, Graciele Savio e Marina Costa.

Local: Largo São Benedito (antigo Largo da Alegria)

A artista

Andrea Mendes – Artista preta, retirante nordestina do sertão baiano, nasceu em Itaberaba (BA), em 1979; tem Campinas como sua segunda morada. Graduada em Artes Visuais pela PUC Campinas (SP), mestre em Relações Étnico-Raciais pelo PPRER/CEFET – Rio de Janeiro (RJ). Transita entre a arte e o ativismo, entre o permanecer e o deslocar, entre dor e cura, trazendo para o seu trabalho um olhar crítico sobre temas que a atravessam cotidianamente; expondo as fissuras sistema social brasileiro que ainda se mantém escorado nas muletas coloniais.

Seu artivismo envolve relações de experiência corporal com o espaço que ocupa, gerando tensões poéticas. Suas investigações transitam pelos meandros do individual/coletivo/subjetivo. Entre as linguagens de interesse da artista se destacam a performance, a instalação e pinturas em grandes formatos. As principais linguagens de interesse são a performance, instalação, audiovisual e desenho expandindo.

Desde o ano de 2014 vem se apresentando em espaços públicos, galerias e museus. Participando de residências artísticas nacionais e internacionais. Entre elas: “Residência Artística Comunitária” em Lincoln, Argentina; 2021, Residência Artística “Cena Preta intercambio Brasil/Inglaterra”; Residência Dos Brasis SESC 2023.

Com mais de uma década atuando na arte contemporânea, a artista tem um longo currículo, sendo a primeira mulher negra a ter uma exposição individual no Museu de Arte Contemporânea de Campinas – MAC CAMPINAS, que aconteceu em 2022 e primeira obra de pessoa negra inserida no Museu Histórico da Cidade de Campinas – Museu da Cidade. A artista também é idealizadora do coletivo de artistas Pretas InCorporações fundado em 2018 com objetivo de trazer visibilidade a artistas mulheres negras e levar diversidade para os espaços de arte.

Curadora

Sônia Fardin, historiadora e curadora de acervos visuais, é mestre em História e doutora em Artes Visuais, ambas formações pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Moradora de Campinas, foi coordenadora do Museu da Imagem e do Som de Campinas, diretora do Departamento de Memória, Patrimônio e Turismo da Prefeitura Municipal de Campinas, colaboradora do Acervo Thomaz Perina e curadora do acervo fotográfico do Museu da Imagem e do Som de Campinas.

Ativista de movimentos sociais de memória, comunicação e direitos humanos,  Sônia atua como pesquisadora do Acervo João Zinclar, colaboradora da Casa de Cultura Tainã, integrante da Rede de Memória e Museologia Social de São Paulo, do Coletivo Socializando Saberes e do Centro Cultural Esperança Vermelha. Ela é também curadora do Projeto Sobre Sub Solo de autoria da artista Andrea Mendes.

Ficha Técnica:

Artista: Andrea Mendes

Curadoria: Sônia Fardin

Artistas Convidades: Bruno dos Santos, Maraisa Raquel, Alessandro Oliveira, Thayara Magalhães, Joyce Nascimento, Ewerton Rodrigues, Poli Santos, Helen Aguiar, Thais Selva, Cecília  Stelini, Ana Bia, Graciele Savio e Marina Costa

Produção e Mídias Sociais: Thiago Moreira e Letícia Rosa

Assessoria de Imprensa: Malu Borin

Fotografia: Fabiana Ribeiro

Filmagem: Carlos Tavares

Designer Gráfico: Thiago Moreira

Redes Sociais: @pretaacao @tomada.cultural

Texto e imagens: Assessoria de Imprensa

Revisão e edição: Tatiana Oliveira Botosso

NOTA

Não deixe de curtir nossas mídias sociais. Fortaleça a mídia negra e periférica

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